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Passos N.181, Junho 2016

CULTURA | CINEMA

O livro da selva

por Víctor Alvarado

Mogli é um menino criado por uma manada de lobos. Essa criança precisa abandonar a selva porque o tigre Shere Khan a persegue. Sem dúvida, o jovem não está só, já que alguns animais, como um urso e uma pantera, o protegem.

O encarregado de levar a bom termo esse projeto foi um especialista no cinema de super-heróis. John Favreau nos fez rir e vibrar na poltrona graças a seus trabalhos nas duas primeiras partes de Iron Man, protagonizadas por Robert Downey Jr. O cineasta enfrentou um bom desafio, porque O livro da selva teve boas adaptações cinematográficas do romance de Rudyard Kipling. Pelo visto, a produção combina as técnicas mais avançadas de animação com as novas tecnologias que permitem capturar o movimento dos animais para que tudo pareça o mais real possível, e o público mergulhe totalmente na história.

Como dado curioso, o diretor compara a relação de Mogli e Baloo com a dele com o seu avô. Além disso, o realizador explicou que para ele só a técnica não basta, pois é preciso transmitir emoções. Umas das chaves para compreender o bom funcionamento do longa-metragem foi ter alcançado o equilíbrio entre o drama e a ação trepidante, sem esquecer certos toques de humor e nostalgia que, logicamente, nos leva até 1967 e Wolfgang Reitherman, que nos tocou o coração na superconhecida e divertida fita de desenhos animados que se homenageia.

Tanto o cineasta quanto o roteirista procuraram não só entreter, mas também ser fiéis aos valores transmitidos pelo texto do escritor nascido no século XIX, como o da amizade entre dois pontos de vista, o de seu mentor Bagheera e o de um espírito livre como o de Baloo.

Vale a pena prestar atenção ao tema da acolhida, pois foi tratado com um gosto requintado, o que permitiria abrir um cine fórum, pelo sacrifício que esse gesto e a enorme recompensa supõem. Por outro lado, o conceito de transcendência é sugerido sutilmente, pelo enorme respeito que professam todos os animais perante os elefantes, os quais são considerados os criadores desse "paraíso" terrestre. E, neste caso, é preciso reconhecer que Disney cuida desses pequenos detalhes que melhoram e engrandecem suas antecessoras, como já se fez na colocação inicial da versão do ano anterior de Cinderela.

(texto traduzido do site espanhol Paginas Digital)

 
 

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