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Passos N.181, Junho 2016

CULTURA | CINEMA

Capitão América - Guerra Civil

por Luisa Cotta Ramosino

Numa temporada de confrontos entre super-heróis (primeiro foi o sombrio Batman vs Superman, mas vêm aí também os X-Men), a guerra civil do Marvel Studios tem o seu trunfo na capacidade de dedicar espaço e aprofundamento em várias medidas a todos os personagens, tornando assim muito mais emocionantes os espetaculares confrontos entre aqueles que, antes de serem indivíduos com grandes poderes, são amigos que já compartilharam aventuras e sofrimentos. Sem perder a capacidade de arrancar um sorriso através de intercâmbios argutos e de caracterizações brilhantes dos personagens, os irmãos Russo fazem desta película algo mais do que o costumeiro cinecomic. Não que sejam ideias completamente originais (o tema do controle das informações e da regulamentação das ações dos "bons" já esteve no centro dos últimos títulos de Missão Impossível e 007), mas a amálgama encontrada em Guerra Civil revela-se eficaz ao costurar os fios das diversas aventuras de que Capitão América foi protagonista. E ao permitir ao personagem enfrentar um desafio que o leva além da caracterização de um valente jovem sem mancha e sem medo.

A complexidade e os dilemas que o Capitão enfrenta (otimamente espelhados naqueles dos seus companheiros, chamados a tomar o seu partido, ou o do adversário Iron Man) são os de um herói maduro, que enfrenta o seu passado (encarnado no problemático Bucky, o Soldado de Inverno, em quem a consciência de ter sido manipulado e controlado não tira o senso de culpa pelos homicídios cometidos) e os seus lamentos, e que deve fazer escolhas impopulares em nome de um ideal. A relação com o passado e o tema da vingança percorrem toda a película e encontram histórias e rostos diferentes para serem narrados com uma certa seriedade, sem, porém, tirar do filme a capacidade de divertir e entreter, segundo um badalado modelo que garantiu o sucesso dos filmes de Marvel.

Realmente, não atrapalha o fato de alguns personagens passarem muito rapidamente pela tela (como o muito esperado Spiderman de Tom Holland), porque a cada um é dada a ocasião de mostrar os seus talentos e percorrer uma pequena trajetória bem inserida na trama principal. Assim, as mais de duas horas do filme passam rápido, apresentando um imponente espetáculo capaz de envolver e entreter sem que perca nenhum tiro.

(Texto traduzido do site italiano Sentieri del cinema)

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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