Estamos nos aproximando de mais um momento eleitoral e somos tentados a achar que a política não é para nós, pessoas comuns, mas apenas para os políticos profissionais. Corremos o risco até de acreditar que votar é apenas mais uma obrigação e que nosso voto pouco ou nada adianta.
Isso não é verdade! Cada vez que somos chamados às urnas, somos provocados, como cristãos, a dar as razões de nossa fé. A política é uma das formas mais eficazes de interferirmos na realidade e construirmos uma nova sociedade. Se não nos interessarmos pela política ela acaba sendo usada por pessoas que não se preocupam com o bem comum mas com seus interesses particulares, o que inevitavelmente gera corrupção.
Como cristãos somos chamados a mudar essa realidade, a participar da vida política de nossa comunidade, cidade, Estado e País. Somos chamados a viver a vida pública à luz do Evangelho.
Vivemos em uma sociedade que nos induz a nos preocuparmos apenas com a nossa vida, a cada vez mais nos afundarmos em um individualismo que nos afasta de tudo e de todos.
Cristo nos chama a uma atitude comunitária, à construção de relações humanas verdadeiras em que possamos entender o verdadeiro significado da partilha, não apenas de bens, mas da própria vida.
A mudança política não passa apenas pelos que são eleitos, mas pela atitude de cada um de nós que precisa se educar a fazer da vida serviço ao outro, na participação em trabalhos sociais e comunitários, que nos tornam verdadeiros agentes de transformação.
A nossa escolha, a escolha daqueles que dirigem os nossos destinos na vida pública tem que ser baseada nesses princípios. Não precisamos de “salvadores da pátria”, mas sim de pessoas que incentivem e fortaleçam as organizações sociais, principalmente as que são exemplo de serviço ao outro, de construção de comunidades verdadeiramente solidárias, de exemplo de vida cristã.
1 - Precisamos ajudar a eleger pessoas que defendem a vida e o bem comum, que reconhecem o valor das pessoas. Políticos que pertencem a um povo e realmente defendem seus interesses, pois esse pertencimento é fundamental para manter a retidão na vida pública.
2 - Queremos governos que respeitem a liberdade e a criatividade das pessoas, que valorizem as iniciativas sociais que respondem às necessidades cotidianas. Não queremos governantes que acreditam que cabe a eles decidir o que é bom para todos.
3 - Queremos que cada um seja protagonista de sua própria história, que através do serviço aos outros experimente o verdadeiro significado do amor e da doação, pois só assim construiremos comunidades verdadeiramente cristãs, construtoras de justiça, verdade e paz.
Comecemos ajudando a eleger pessoas que vivem assim. É a construção do bem comum que queremos, pois já fazemos essa experiência e a oferecemos e desejamos a todos.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón