Aos olhos do grande público, os cientistas são protagonistas quando anunciam clamorosas descobertas ou os resultados de experimentos revolucionários. Mas, no Meeting, se vê um outro protagonismo cotidiano, vivido pelo cientista quando se envolve integralmente no seu trabalho – sem reduzir sua humanidade às dimensões da lógica científica, mas expandindo a dimensão científica com sua humanidade.
Assim, criatividade e beleza surgem como elementos importantes, até mesmo decisivos, inclusive para a obtenção dos resultados das pesquisas – como testemunharam Costantino Tsallis, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Gino Segre, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e Charles Harper, vice-presidente da John Templeton Foudation, uma das maiores financiadoras de pesquisas científicas no mundo, durante a mesa-redonda A Ciência, entre educação e criatividade.
Tsallis contou como desenvolveu uma equação de física, que hoje já foi utilizada em mais de mil artigos acadêmicos, a partir da intuição da beleza e da elegância daquela fórmula, antes mesmo de que compreendesse o seu significado real. Segre, por sua vez, contou que um de seus colegas, ao fazer pesquisa sobre neutrinos, sentiu uma forte emoção porque percebeu que se aproximava de uma verdade profunda quando descobriu que os resultados experimentais correspondiam ao esperado pela teoria. Harper, finalmente, lembrou que, ainda na Idade Média, ao lado das imponentes catedrais góticas, começaram a ser construídas as “catedrais de conhecimento”, edificadas nas universidades e que estão nas origens da ciência moderna.
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