Passos N.98, Outubro 2008

DESTAQUE - Meeting Rimini 2008

ENCONTRO | Aquele Meeting nos vencerá

por Giampaolo Pansa

Giampaolo Pansa é um dos mais polêmicos jornalistas e escritores italianos. Um daqueles intelectuais aparentemente capazes de irritar direita e esquerda e ter todos contra si. Mas que continua a ser lido por todos... Abaixo, trechos do artigo que escreveu após participar do Meeting deste ano, publicado no jornal L’espresso de 05 de setembro 2008. Com grande sensibilidade humana, ele nos mostra qual é o segredo escondido por trás desse encontro gigantesco.

Havia participado do Meeting de Comunhão em Libertação em Rímini muitos anos atrás... Neste ano aceitei retornar... Meu primeiro choque foi o de estar frente a uma plateia de milhares de pessoas, vindas para saber quem sou eu. E muitas outras que me esperavam fora daquele salão lotado, para cumprimentar-me, apertar minha mão, incitar-me a continuar.
Quais foram as descobertas que fiz naquela tarde e no dia seguinte, enquanto percorria o Meeting? Sobretudo três. A primeira foi que ali havia um povo, ou seja, uma multidão interminável de pessoas comuns, porém não como qualquer um. Frequentemente eram de origem modesta e estavam presentes com toda a família. E todos tinham no coração o desejo de estar juntos, mas também de encontrar pessoas diferentes deles mesmos.
A segunda descoberta foi que essa gente não me perguntava de onde eu tinha vindo, mas queria apenas compreender para onde eu estava indo. Ninguém analisou minha linhagem política. Ninguém me perguntou em quem eu tinha votado... Estavam apenas interessados em saber porque eu havia escrito aqueles livros, o que me havia levado a dar aquele passo e se eu pretendia seguir por aquela estrada. Queriam conhecer o meu percurso humano, com o olhar atento da amizade: a minha viagem em busca da verdade e de mim mesmo. E a cada vez me senti escutado, mas nunca julgado. Isso nunca tinha me acontecido.
A terceira descoberta foi a dos jovens que trabalhavam no Meeting, desde a manhã até o final da tarde. Confesso que nunca tenho vontade de interessar-me pelos jovens. Estou muito distante deles, e não só por causa da idade. Mas em Rímini encontrei um exército deles. Eram mais de 3 mil, fazendo com que toda a máquina funcionasse o melhor possível. Todos voluntários, todos vindos custeando a própria viagem. Luigi Amicone, o diretor da revista Tempi, me contou que 14 vinham do longínquo Cazaquistão, espremido entre Rússia e China. Pagavam a viagem e apenas para limpar banheiros.
Observando o mundo do Meeting me lembrei do velho adágio do presidente francês François Mitterrand. Tinha vencido as eleições com o lema: “Uma calma força tranquila”. Os membros de Comunhão e Libertação também são assim. E por isso vencerão...