Rosa Branca: uma amizade para além dos tempos
São João Del Rei – MG
A história de um grupo de estudantes universitários alemães que durante a II Grande Guerra produziu e divulgou de forma clandestina panfletos que incitavam a população a repensar a situação, foi o elemento de união entre os universitários de Belo Horizonte e São João Del Rei. Em junho deste ano, os professores Miguel Mahfoud, da UFMG, e Dener Luiz da Silva, da UFSJ, coordenaram a apresentação de slides contando a história do Rosa Branca. Em setembro, os universitários da Universidade Federal de São João del Rei promoveram a exibição do filme Sophie Scholl: uma mulher contra Hitler, que conta os últimos dias dos principais integrantes do Rosa Branca, sua prisão e condenação à morte pela polícia hitleriana. Tanto a apresentação de slides quanto a exibição do filme foram a oportunidade de a pequena comunidade colocar em jogo sua própria identidade. Ao final dos dois eventos foi feito um convite aos presentes para participar da Escola de Comunidade (EdC). “Para nós da UFSJ tem sido uma oportunidade também de perceber o quanto o Mistério tem se manifestado nas amizades e que o resultado das nossas iniciativas está nas mãos d’Ele. Com o primeiro evento e a presença do prof. Miguel, vários estudantes de psicologia assistiram à exposição e, posteriormente três começaram a frequentar a EdC. E esses novos, cada vez mais fascinados, começam a convidar outros amigos. Foi isso o que nos levou a fazer o segundo evento e, apesar de várias dificuldades – falta de tempo para panfletar o evento, mudança de local de última hora – temos experimentado Deus cuidando ‘até do último fio de nossos cabelos’ pois, independente de o evento ter seguido àquilo que tínhamos imaginado ou planejado, o resultado foi positivo”, nos conta Dener.
Rede de Direito
Rio de Janeiro – RJ
A partir da necessidade de se ter um lugar onde se possam transmitir informações jurídicas relevantes, que valorizem a experiência do Movimento e, sobretudo, muito provocado desde o início da faculdade pelos os casos que têm sido julgados no Supremo Tribunal Federal, o estudante Gustavo decidiu criar um rede na Internet para tratar de assuntos ligados à área jurídica. “Sempre troquei informações com a Maria Do Carmo (uma amiga nossa do movimento que é geneticista) e outros amigos, sobre as violações e falácias que a mídia vem colocando em pauta contra o direito à vida. Acho que podemos ter um espaço para discutir mais sobre essas questões em vez de fechar os olhos e fingir que não nos diz respeito. A realidade toda nos interessa e sabemos que nosso meio é o termômetro que tem indicado os caminhos tortuosos para onde está indo nossa sociedade. Diante disso, ou ficamos parados olhando apenas para o próprio umbigo ou mostramos quem somos. O teste é simples: se estivermos apaixonados por Ele, não podemos ficar inertes, nem que seja para darmos a nós mesmos um juízo novo sobre essas questões mais dramáticas que estão em voga”, afirma Gustavo.
A segunda função da rede CLJUR é ser um lugar de ajuda mútua entre os profissionais da área, funcionando como uma espécie de rede de consultores amigos. Para quem se interessar, basta enviar um e-mail para: cljur-subscribe@yahoogrupos.com.br
“Uma aventura para si”
La Thuile – Itália
O encontro anual de responsáveis de Comunhão e Libertação reuniu, de 19 a 23 de agosto, 450 pessoas provenientes de 70 países, “para obedecer àquilo que Cristo faz entre nós, para seguir aquilo que se move na realidade como sinal d’Ele em ação”, conforme padre Carrón escreveu na carta convite aos participantes da Assembleia Internacional.
Um texto de Dom Giussani, publicado em italiano no livro Homens sem pátria, foi o tema de trabalho: “A fé como algo real, como reconhecimento de uma presença real que leva a uma satisfação. Mas para isso é necessário o humano, isto é, ‘a afeição a si’, a seriedade do olhar sobre as próprias necessidades”. Quem é capaz de ser assim? “O pobre de espírito, aquele que não tem nada, exceto uma coisa, pela qual e da qual é feito: uma aspiração sem fim, uma espera “. Mas, como encontrar resposta a essas necessidades sem limite? “Somente no reconhecimento de Cristo. Peçamos esta abertura, não fiquemos como pedras, como a multidão que o seguia, mas sem se envolver totalmente”.
Quando começam as perguntas, a única indicação é que se parta da experiência. Não há espaço para “discursos”. A fila de pessoas cresce rapidamente. “Qual é o traço inconfundível de Cristo? Que não desiste de nenhum de nós. Cristo toma iniciativa com cada um de nós por meio de modalidades inimagináveis”, explicou Carrón.
O almoço é um momento de confraternização e no pátio, fora do hotel, em volta das mesinhas se brinca, se canta, se discute. Em todas as línguas, obviamente. À tarde as colocações prosseguem até o início da missa: é o florescer de experiências, de uma vida em ação. Uma série de encontros desejados, mas inesperados. A realidade é sempre maior do que os nossos projetos.
À noite é exibido o curta-metragem dirigido por Emmanuel Exitu sobre o trabalho de Rose com os doentes de AIDS, em Uganda, premiado no último Festival de Cannes.
No dia seguinte é a vez de Cleuza e Marcos Zerbini testemunharem o que os tocou. Falam de si, dos últimos fatos acontecidos. Falam de sua história e do encontro com CL. A tarde é livre para retomar em trabalho pessoal aquilo que surpreendentemente emergiu até então. À noite, os testemunhos de Andrea Franchi (Branco) sobre a caritativa nos Bancos de Solidariedade e de Bernhard Scholz, educador por profissão e novo presidente da Companhia das Obras, que falou sobre o seu trabalho. “Duas pessoas – introduz Giorgio Vittadini – que, no encontro com o Movimento, descobriram sua necessidade humana e foram até o fundo”.
Sexta-feira é dia de passeio. Caminhada, almoço e cantos. “O que nós queremos na sociedade?”, foi a pergunta à qual responderam Maurizio Lupi, vice-presidente da Câmara Italiana, e Javier Prades, sacerdote espanhol, nos testemunhos daquela noite. “Podemos dizer, em particular no que diz respeito à política, que a verdade nunca pode ser colocada em votação porque, se se perde, tem o mesmo valor e, se se ganha, a verdade, para ser vivida, precisa da liberdade, não pode ser imposta”, concluiu Giancarlo Cesana.
Sábado, último dia. Depois do Angelus e das Laudes, a última palestra. “Qualquer que seja a situação em que cada um chegou até aqui, foi imediatamente investido por um olhar cheio de afeição”, disse Carrón. Depois, resumiu o trabalho feito nestes dias: a afeição a si, o eu como necessidade, a resposta a esta exigência no real, quer dizer, um abraço/olhar que acontece agora como há dois mil anos, os testemunhos deste acontecimento, a liberdade do coração de aceitar. É o percurso do conhecimento que floresce na fé.
Credits /
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón