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Passos N.98, Outubro 2008

DESTAQUE - Meeting Rimini 2008

Na vida, só procurei sempre
responder ao Mistério de Deus

por Dom Paolo Pezzi*

É dizendo “sim” que a vida se cumpre. Há 25 anos, eu estava entre os voluntários que construíam o Meeting; hoje, ao contrário, pedem-me para falar, mas em essência é a mesma coisa. Na vida, sempre procurei responder apenas ao Mistério de Deus. Com o passar do tempo, me dei conta de que o verdadeiro protagonista da história é o homem que vive a existência como relacionamento com o Mistério de Deus. O Papa chamou-me para me tornar Arcebispo da Diocese da Mãe de Deus, em Moscou; o que quer que me seja pedido, no fundo, trata-se de saber a quem responder.
Dizer “sim” a Cristo, hoje, é tão simples e concreto quanto, 25 anos atrás, dizia “sim” a quem dirigia o alistamento do Meeting.
Quando moço, pensava que o problema da vida fosse adquirir capacidade, tornar-se eficiente, importante em alguma coisa. Depois, encontrando homens que viviam esta resposta ao Mistério, descobri que, de fato, não é verdade que a vida consista em alcançar a excelência no detalhe. Então, a questão se tornou: como posso servir a este Mistério? Assim, compreendi que o “sim” a Cristo coincide sempre com o “sim” dito a pessoas concretas, a determinada circunstância. E é exatamente o “sim” dito a algumas pessoas e circunstâncias que torna Cristo familiar; desta familiaridade com Ele, nasce uma certeza de bem que tende a investir o relacionamento com todas as pessoas, até com aquelas mais hostis.
O que faz florescer o deserto é a oferta cotidiana. A vida, mesmo a de um Bispo, é com frequência repleta de coisas muito áridas em si mesmas: questões burocráticas, problemas de Governo, o tempo perdido no trânsito de Moscou... Oferecendo, tudo isso pode se tornar uma grande ocasião de protagonismo. Porque não é você que decide a respeito das circunstâncias e nem em que nível as encontra no dia a dia.
Quando, faz alguns anos, estava na Itália e já ia voltar para a Rússia, visitei um amigo monge, em Cascinazza. Ao nos separarmos, nos dissemos: “Você fica no mosteiro para que eu possa partir em missão porque não se parte senão permanecendo e não se fica se não for partindo”. Nestes meses descobri a verdade disso: um novo início não significa uma ruptura com relação ao passado. Partir é a ocasião para que o próprio permanecer se aprofunde e se enraíze sempre mais na profundidade.

*Arcebispo da Mãe de Deus, em Moscou

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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