Há um fio que liga a capa e as palavras do Santo Padre nesta Passos. O anúncio do Natal que vem, com o Cartaz que CL todo ano publica para dizer a todos quanto seja decisivo aquele fato nas nossas vidas, e o fechamento da Porta Santa, com a qual o Papa Francisco concluiu o Jubileu extraordinário recordando que o Ano Santo terminou, mas a graça que derrama sobre nós não tem fim, nunca.
“Este é o tempo da misericórdia”, escreveu o Papa na Carta apostólica Misericordia et misera: “Cada dia do nosso caminho é marcado pela presença de Deus que guia os nossos passos com a força da graça que o Espírito infunde no coração para plasmá-lo e torná-lo capaz de amar”. E isto é o que o Natal traz ao mundo. No nosso mundo, hoje.
É aquela criança, nascida em um momento preciso da história, é a sua história particular (um lugar, um momento, uma família, e toda a sua trajetória humana) que chega a nós sempre através de rostos e fatos particulares, que torna possível o que diz o Papa. E que a porta da misericórdia permaneça aberta sempre, eternamente. Oferecendo-nos continuamente a possibilidade de recomeçar, de nos redescobrirmos abraçados no nosso nada.
Não existe ferida que a misericórdia de Deus não possa sanar. Não existe divisão, fratura, incapacidade que aquela “força da graça” não possa recompor. Mas é graças àquela criança que podemos fazer experiência agora.
É Ele que torna presente aquela força. E é Ele a levar para nossas vidas a certeza de uma natureza diferente daquela a qual muitas vezes queremos nos agarrar (a segurança que vem de ter entendido, de saber “como estão as coisas”, de ter se tornado mais capaz), e infinitamente mais saudável. É a certeza do relacionamento com Deus que habita no meio de nós.
Basta olhá-Lo, para relembrar quem somos: criaturas Suas. E o que somos: amados continuamente, sem tréguas. Não existe nada mais a imaginar, a perseguir: basta olhar. Perceber que Cristo existe agora, é vivo entre nós agora. “Aquele que podia contentar-se em nos socorrer”, come lembra São Bernardo, é aqui, e age.
Nesta edição encontramos muitas testemunhas desta Presença, em situações várias e imprevisíveis como naquelas que a vida não se cansa de colocar diante de nós, como provocação contínua à nossa humanidade. Fatos sem barreira de espaço e de tempo, mas sempre passando dali, de faces e encontros. De uma história particular. Aquela que entrou no mundo com o Natal.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón