UMA COMPANHIA PARA TODOS
Em São Paulo, entre lápis e papéis, adultos e crianças compartilham uma beleza discreta e potente
Pode parecer um gesto simples. Uma tarde de convivência no início de maio na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, São Paulo, que reuniu 25 crianças (de 0 a 10 anos) e suas famílias, com atividades voltadas especialmente para elas. Mas nada é óbvio e banal quando a iniciativa parte de pessoas que levam a sério seus desejos e querem compartilhar suas experiências de vida com os amigos e os filhos. “O gigantismo de São Paulo, com seus problemas de distância, deslocamento e tráfego, não pode ser obstáculo para quem deseja, vive e quer compartilhar um grande ideal na vida. Não só com os amigos, mas com os filhos”, diz Carolina Oliveira, uma das organizadoras do encontro, junto com as amigas Alessandra Sterzi, Claudiana Vivian, Débora Ramos e Fernanda Lanza, todas participantes do Movimento Comunhão e Libertação. Afinal, “o gesto nasceu para que os filhos possam já experimentar o que nós, pais, encontramos”, completa Carolina.
Para Débora, “uma das coisas mais preciosas que a vinda da Martina [filha] trouxe para minha vida foi a amizade com algumas pessoas que muito me mostram uma potência de vida e uma humanidade nova, desde viver as coisas do dia a dia com uma doação e interesse simples e fascinantes, até as próprias dificuldades e dramas da vida sem escândalo ou necessidade de escondê-los”. Ela conta que organizar essa tarde foi a oportunidade de ficar mais perto dessas famílias e de “degustar um pouco dessa companhia que é o sinal dessa Presença que traz tanta positividade para a nossa vida”.
Já Fernanda aponta que momentos voltados para as crianças ajudam que elas próprias também sejam acolhidas pela experiência de Comunhão e Libertação. “Quanto mais vivo a experiência do movimento, mais desejo compartilhar isso com minhas filhas. E assim foi crescendo em mim o desejo de oferecer a elas este espaço de convivência onde possam ser olhadas, amadas, cuidadas, onde encontrem amigos e se divirtam”.
Durante algumas horas, os pequenos e seus pais se divertiram em oficinas de artes, desenvolvidas com muito carinho pela pedagoga Tania Schandert. Colas, tesouras, tintas, lápis de cor e muitas folhas compunham o cenário. As crianças ficaram livres para criarem seus desenhos, pinturas, recortes, colagens e até pintura facial. Os materiais ficaram disponíveis em quatro mesas chamadas de “cantinhos”, e as crianças transitavam livremente por elas. Após as atividades artísticas, foi feita uma grande roda embalada pelas canções da amiga e professora de música Rosa Maria Aguiar. As melodias e brincadeiras musicais conquistaram a todos, envolvendo crianças e adultos.
“Tenho quatro filhos com diferença de sete anos e meio entre a mais velha e a mais nova. Porém, todos ficaram entretidos nas atividades e foi bonito ver a forma como se relacionaram entre si durante o gesto. Também como ficaram felizes em ter um evento pensado para eles. As crianças adoraram, dava para ver os seus olhinhos brilhando”, conta Márcio Corrêa, um dos pais presentes. Prova disso é o que nos contou Julia Vivian Gruber, de 9 anos: "Eu gostei muito da oficina. Eu gostei de colar papéis, eu gostei de encontrar amigos que eu não via fazia tempo e gostei de conhecer amigos novos. Foi muito legal. Podia ter mais vezes".
Para Nina Lucato, outra mãe que participou do gesto, a tarde de convivência permite que as filhas possam repetir a experiência que ela fez quando era criança e conheceu Comunhão e Libertação através de seus pais. “Eu acho importantíssimo que exista um espaço para as crianças se encontrarem. Fico muito contente de poder incentivar a Catarina a criar amizades que possam durar uma vida toda como as nossas e as dos nossos pais”, diz Nina.
Para Ana Carolina Llanas, gratidão é a palavra que define o dia. “Eu me senti muito grata por essa companhia e pelo amor que Deus tem por mim e pela minha filha. É uma amizade que sempre foi permeada por Cristo, e continua até hoje”. Destacou também sua gratidão pelas mães que organizaram o gesto. “Num mundo que a gente tem um monte de coisas para fazer, que estamos ocupados, pensando em dinheiro e nas nossas coisas, as pessoas pararem para pensar na vida dos filhos delas e dos amigos desse jeito, com tanto carinho, não é óbvio”.
Já Chiara Andolina aponta para outro aspecto importante, a companhia que as mães se fazem neste período muito específico da vida. “Gostei muito da iniciativa, pois acho importante que nós mães nos acompanhemos durante o crescimento dos filhos”.
(pela redação)
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