Em 28 de junho foi inaugurada a nova sede do Centro para Crianças e Adolescentes Mary, cujo nome é uma a homenagem a Maridalva Morales, que foi uma de suas grandes incentivadoras
Em uma ampla sala no andar superior de um prédio novo e bonito, jovens e adultos cantam. As músicas, como Calix Bento, Alecrim, Romaria, revelam uma parte da nossa história como povo e falam daquilo que constitui a nossa alma. Os jovens são formandos dos cursos de gastronomia e informática do Núcleo São José; os adultos, seus pais e professores. Mas também estão ali os idealizadores e colaboradores, amigos e construtores do Centro para Crianças e Adolescentes Mary, que estava sendo inaugurado, e “um sinal do esplendor de Deus”, como se ouvirá mais tarde... Confundem-se com a música os sons felizes das crianças no térreo brincando. É um dia de grande festa.
Um vídeo relata, em imagens, a história das três obras da Associação Menino Deus, na região da Freguesia do Ó, em São Paulo: a Creche Menino Deus, que recebe crianças até 5 anos de idade; o Centro para Criança e Adolescente Mary para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, e o Núcleo Educativo São José, dedicado à formação profissional de jovens de 15 a 18 anos.
É uma história que se inicia em 1978, com a chegada de Padre Luigi Valentini, patrono e fundador desse conjunto de obras, ao bairro Minas Gás, numa grande favela. Frente à provocação vivida de ajudar pais que trabalhavam, padre Luigi funda com amigos a Creche Menino Deus. Inicialmente um simples galpão de madeira, mais tarde ganha prédios de alvenaria e vai crescendo. E novas necessidades se vão mostrando.
As crianças pequenas já estão na creche. Muitas chegam tristes, magras, olhos perdidos, e em pouco tempo, vê-se um novo rosto e um novo sorriso. Porém, onde e como acolher os meninos e meninas maiores, ou mesmo os jovens em idade de uma educação profissional?
Entre 1994 e 1999, o trabalho foi coordenado por Maridalva Morales, a Mary. Todos ficavam impressionados e motivados pela sua dedicação e pelo desejo que tinha de que aquele fosse um espaço de crescimento e fraternidade para todos que ali trabalhassem. Porém, nesse período Mary adquiriu um câncer, até quando veio a falecer. Mesmo assim, lutando contra a doença, tendo marido e filhos para cuidar, sua dedicação continuou sendo um estímulo para todos. Assim, quando começou a ser viabilizado o tão desejado espaço para as crianças maiores, ele ganhou o nome de Projeto Mary.
O trabalho ia crescendo, mas a situação permanecia provisória. Padre Luigi nos faz, então, um breve relato de eventos inesperados, e da maravilha experimentada diante deles. “Uma dor permanecia. Como atender um número maior de crianças e adolescentes, e melhor? Frente à dificuldade de encontrarmos um espaço para nosso projeto, rezamos a São José. Inclusive jogamos um santinho em um terreno – e depois vimos um outro, e depois outros ainda – para no final conseguirmos aquele que foi o melhor! E havia ainda uma amiga viúva na Itália, Telia Girotti, que tinha uma casa. E eu lhe dizia: ‘Vou levar sua casa para o Brasil!’ Quando minha amiga morreu, deixou a casa para mim e, de fato, a casa de Telia aqui está! É esta nossa escola de educação complementar para crianças e jovens.”
“Nunca fiz um projeto para que essas obras acontecessem. Deus foi me empurrando, me fazendo ver e entender o que era necessário, dando-me as pessoas.” Padre Luigi agradece a todos os funcionários da creche, do Centro Mary e do Núcleo São José. De modo muito especial agradece Solange Gomes e Denise Avelans, responsáveis pela obra, suas companheiras e amigas mais próximas e destaca o trabalho de inúmeros colaboradores – no reconhecimento de que o Centro para Criança e Adolescente Mary é “uma boa obra construída por tantas histórias de graça”
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