Lituânia
O que dá dignidade ao trabalho
No dia 19 de maio, em Vilnius, Lituânia, aconteceu a conferência de encerramento do Projeto “Aumento da Integração Social das Mulheres na Cidade de Vilnius”, realizado pela Sotas, ONG nascida em colaboração com a AVSI. Entre os presentes, junto com políticos e expoentes de instituições sem fins lucrativos, também estavam muitas mulheres que freqüentaram os cursos de formação oferecidos desde 2003. Na época, a Sotas, diante de muitos casos de mães sozinhas e desempregadas, percebeu a urgência da questão do trabalho. Nasceram, então, estes cursos, com duração de 5 meses, para ensinar às mulheres, por exemplo, inglês ou o uso do computador, e para ajudá-las a encontrar um emprego que lhes permitisse uma vida mais digna. Em três anos, 450 mulheres participaram dos cursos e 60% delas encontraram um trabalho. Resultado mais que positivo, se pensarmos que essas mulheres, que chegam desmotivadas, no final do percurso recuperaram a esperança e a auto-estima. “Este é o aspecto mais importante do trabalho - disse Andrius, psicólogo da Sotas -: a reconquista da confiança, fazendo com que elas voltem a trabalhar ou se arrisquem em pequenas atividades”. Entre os relatores, estava um convidado incomum: Claudio Bottini, bancário milanês e um dos responsáveis do grupo dos Jovens Trabalhadores de CL, que, apontando o trabalho como expressão da necessidade mais profunda do homem, falou da novidade do cristianismo: “Em meio às nossas tentativas, chegou Alguém que nos trouxe o significado da vida, sem tirar dela as dificuldades. Cristo veio para responder ao desejo de felicidade de cada um de nós. Exatamente porque somos amados na origem, é possível carregar o peso do trabalho e da vida. Não basta ter trabalho, é preciso descobrir seu significado. Por isso, é preciso fazer da nossa amizade aquilo que chamamos de ‘Escola de Comunidade’, para compartilhar o sentido daquilo que vivemos”. Palavras que tocaram a todos. Antanas Liutkevicius, responsável do Sindicato Lituânio Solidarumas e parceiro do projeto, concluiu: “Claudio teve a coragem de falar sobre a novidade do cristianismo que nós, normalmente, temos medo de citar em público, mas que é a única coisa que dá dignidade ao trabalho”.
ITÁLIA
O abraço da diversidade
Giovanni é um menino de dez anos que tem Síndrome de Down e que, com seu nascimento, deu início à nossa amizade. Os Amigos de Giovanni é um grupo de famílias com filhos deficientes ou não, bastante normal e ao mesmo tempo muito particular que, há algum tempo, ajudam-se na tarefa educativa participando da companhia maior das Famílias para a Acolhida. Assim, a nossa amizade cresceu e aconteceram alguns fatos incríveis. Uma menininha, deficiente física, foi matriculada em um instituto de irmãs na Suíça, em Loverciano, onde ainda existem as escolas chamadas “especiais”. Na escola, nasceu um envolvimento entre os pais, também no aspecto gerencial: tanto que, quando o instituto religioso pensou em terceirizar a gestão das atividades didáticas, foi natural para as famílias assumirem a responsabilidade por isso através da constituição de uma associação ad hoc. A provocação das circunstâncias e a ajuda dos amigos os levaram a dizer: “Por que não?”. Hoje, graças também ao relacionamento com as irmãs, já se começa a experimentar uma abordagem diferente em relação ao deficiente físico, num lugar para todos, onde as famílias podem festejar e se encontrar. É um exemplo da capacidade real de uma escola valorizar e saber reinventar-se a partir da aceitação da presença de crianças deficientes; um fato que não é óbvio nem para os italianos, onde a lei impõe a integração.
Belém – Pa
Uma “Caravana Ecológica” na Amazônia
A comunidade de CL Belém vem vivendo um novo tempo, cada vez mais rico. No dia 06 de julho aconteceu sua II Caravana Ecológica, na área de preservação ambiental Olho D’água, em Benevides, cidade próxima de Belém. Eram 33 pessoas vindas de diversos lugares, inclusive famílias, como a de Odilene, vindas da comunidade de Macapá. Convidaram os amigos, que, por sua vez levaram suas famílias. Juntos, conta Adriana, “voltamos a ser crianças na hora de pular no igarapé, e também viramos gente grande na hora do círculo de conversa em que falamos sobre algo que tem sido foco de nossas atenções – a educação de um povo no século XXI”. O círculo de conversa começou com Bernadete, psicóloga, e Lidiane, estudante de Pedagogia, inspiradas na matéria da Revista Passos
nº 93 (maio/2008), que fala da experiência de amigos de Comunhão e Libertação que juntos fundaram o Colégio São Tomás, em Portugal. E este tema foi o passo inicial para que o círculo de amigos tomasse corpo. Cada um ia chegando com o desejo nítido de também participar da discussão. Juntaram-se pais, mães, estudantes, educadores, crianças, famílias; falando a mesma língua, buscando juntos respostas para um fato real em nosso dia-a-dia: o desejo de educar seus filhos e se educar de um modo diferente do que é oferecido hoje. De repente, continua Adriana, “nos vimos vivendo um momento de lazer completamente fora do normal: famílias amigas se reuniram para um simples passeio, porém sem perder o foco na seriedade da vida – o sentido da vida”.
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