De Nova Iorque a Moscou, de Roma ao Rio, passando por grandes metrópoles e pequenas cidades, as apresentações do livro de Dom Giussani (pelo menos 150 encontros em todo o mundo) envolveram jornalistas, professores, empresários... Convidando-os a um confronto pessoal fascinante. Como demonstram estes exemplos
Mensagem de Porto Rico. "Quarta-feira, 5 de março de 2008, foi apresentado o livro ¿Se puede vivir así? na Pontifícia Universidade Católica de Ponce. Estavam presentes cerca de 90 alunos e alguns professores. Falaram padre William Martinez, professor de teologia na mesma universidade, e Camil Martinez, engenheiro da Hewlett-Packard. A coisa mais bonita que aconteceu a partir da apresentação foi que padre Martinez começou a fazer Escola de Comunidade conosco".
Um livro, um convite para falar sobre ele, o gosto de lê-lo, e brota aquilo que não se espera. E o texto torna-se como que um questionamento que pede respostas, um ponto a partir do qual muitas vidas vão sendo compartilhadas. O impacto com aquelas páginas foi um encontro real para muitos daqueles que foram chamados a se confrontar publicamente com É Possível Viver Assim? . Nas outras cento e cinquenta apresentações organizadas em todo o mundo, de Nova Iorque ao Rio de Janeiro, passando por Budapeste, Cracóvia e Madri.
A lista é enorme (para conhecê-lo visite o site www.clonline.org), como que um abalo subterrâneo que repercute como as vibrações de um terremoto. Talvez, nunca, como este ano, o lançamento do novo volume de Escola de Comunidade tenha sido ocasião para convidar tantas e tão diferentes personalidades para comparar-se com Dom Giussani. Reitores e professores universitários, empresários e profissionais de diversas áreas, bispos e teólogos, banqueiros e magistrados, políticos e jornalistas. Relacionamentos nascidos das mais variadas formas foram levados à sua verdadeira origem. Alguns, agora, participam de encontros de Escola de Comunidade, outros, inscreveram-se nos Exercícios Espirituais. Na vida de alguns, o livro entrou como uma lâmina. "No final da apresentação em Carpegna - conta Manlio Gessaroli - fui abordado por duas pessoas que eu não conhecia. Estavam em crise, prestes a se separar, mas escutar alguns trechos do livro os convenceu a voltarem para casa, onde o destino os chamava".
O matemático e o físico
O livro leva a uma comparação com a experiência. Perguntas, inadequações, embaraços, redescobertas: tudo emergiu nos debates públicos. O que tornou evidente que a Escola de Comunidade é realmente uma proposta para qualquer um, tem uma imediata dignidade civil, não é um instrumento "interno" que, depois, é traduzido para os outros. Este "romance sui generis", que fala da descoberta da vida como vocação, que restitui o verdadeiro sentido de palavras como fé e esperança, liberdade e virgindade, é uma provocação direta a qualquer um.
O professor Giorgio Israel, matemático da Universidade de Roma, escreveu em sua coluna no jornal Tempi: "Do meu ponto de vista de judeu, leio os textos de Dom Giussani e encontro neles mais do que uma razão para a comunhão de ideias. No último livro publicado, fiquei provocado pela insistência sobre o papel de mediação do outro no relacionamento com a realidade". Continua, fazendo uma reflexão sobre o processo do conhecimento e uma crítica às "descomedidas teorias pedagógicas baseadas no princípio da auto-aprendizagem" que "negam radicalmente o papel da pessoa", citando a reforma escolar de Zapatero, na Espanha. "A releitura das páginas de Dom Giussani dedicadas à educação é um saudável antídoto contra estes absurdos", escreveu Israel. O método da fé e da testemunha explicado por Giussani é válido também para um cientista, o que demonstra que não existem "palavras cristãs" para nós e "palavras humanas" para os outros, mas as primeiras são a verdade das segundas.
Rodolfo Cecchi, pró-reitor da Universidade de Modena e Reggio Emilia, é físico. Em Modena, no dia 16 de fevereiro, falou sobre sua juventude quando lhe ensinavam que "deve-se abrir a alma à fé, que é como uma chuva que nos banha...". Diferente de um chuvisco de primavera: "Dom Giussani explica que a fé é um grande instrumento da racionalidade, mais, é a suprema racionalidade, e isso desequilibra alguém como eu". E, depois, a descoberta da testemunha, um novo significado do trabalho de professor e o pedido supremo da felicidade, "que é Cristo, porque um Deus misterioso, que não se revela é um pouco difícil de abraçar, mas Cristo é o testemunho resplandecente que O certifica a nós". E a liberdade. "Deus nos quis livres. Eu amo pensar que quando fez essa escolha, houve n'Ele como que uma vibração, um tremor, como um pai que deixa o filho caminhar sozinho. Porém, também Ele correu um risco. Esta é outra coisa que me comove, porque esse risco me enterneceu, penso que esta entidade, este mistério que não consigo imaginar, realmente nos quer bem. E isso me fornece a certeza de que nos nossos confrontos e nas nossas fraquezas, sua misericórdia será infinita".
O jornalista e o hoteleiro
O Gazzettino de Veneza de 3 de março falou sobre o debate no teatro Goldoni entre Monsenhor Massimo Camisasca e Roberto Papetti, diretor do jornal. "Papette colocou em discussão a si mesmo - escreveu o jornal - ao seu ser cristão e seu senso de inadequação". Um jornalista que se coloca em discussão já é uma notícia; "Sempre sou convidado para fazer apresentações de livros, mas este me fez repensar em toda a minha vida", confessou o diretor. Admitiu que é um livro duro, "Giussani não faz abatimentos e não reduz as questões". O que o move é "a capacidade de dar novo sentido a velhas palavras como obediência, paradoxalmente concebida como fortalecimento da liberdade do homem, pobreza, virgindade". Camisasca ficou impressionado: "Papetti realmente se comparou com Dom Giussani. Ele não sabe, mas fez aquilo que chamamos de Escola de Comunidade".
Em Ravena, foi convidado o vice-presidente do Asshotel e conselheiro da Fundação Del Monte de Bolonha e Ravenna, Filippo Donati. Antonia Gerardi, uma de nossas amigas de CL na cidade e alma de uma de uma obra educativa chamada Os Amigos de Enzo, trabalhou para ele como babá e fez os contatos. Donati nunca participou de CL. "Vocês são loucos", respondeu ao receber o primeiro convite. Quando recebeu o livro, devorou-o, mas se colocou na defensiva: "Ele é um santo, eu não sou ninguém". Descobriu que na biblioteca da família havia mais dois livros de Giussani. Começou a olhar o trabalho e a família de maneira diferente. Em público, disse: "Pela primeira vez na minha vida alguém me disse que existe aquilo que eu desejo. Encontrei um amigo que não conhecia, mais amigo do que qualquer de meus amigos. Vejo-me em uma situação nunca antes experimentada, como se estivesse dentro de uma grande tempestade, mas com o coração estranhamente em paz".
O comunista e os ortodoxos
Na Ilha de Elba, o local para o lançamento do livro foi conseguido através de um líder comunistas, septuagenário e ateu. Por que fazer um favor para CL? Resposta: "Há dois anos alugo minha casa de praia a duas famílias da Brianza e fiquei tão impressionado pela maneira como se tratam, como educam os filhos, que disse: essas pessoas tem algo para dar a Elba!" Estava na primeira fila no encontro, e fez uma intervenção contando a sua história. Através dos testemunhos encontrou algo de verdadeiro para si.
Moscou: a Biblioteca do Espírito convidou dois ortodoxos para apresentar a recente tradução em russo de É possível viver assim?: Tat'jana Kasatkina, filóloga da Academia Russa de Ciências, especialista em Dostoiévski, maravilhou-se porque essas conversas de um padre católico parecem "um poço sem fundo": "Tem-se a impressão de que Dom Giussani conhece Cristo pessoalmente e fala dele como do seu melhor amigo". Padre Orechanov esteve no Meeting de Rímini e queria entender mais. "O maior valor deste livro - disse - é que termina com perguntas". Propôs um aprofundamento de seu conteúdo "para compreender melhor o que significa viver em Cristo e como isso corresponde à experiência de padre Giussani". O público aprovou. Nasceu um novo núcleo de Escola de Comunidade.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón