Nos dias 07 e 08 de março de 2009, em São Paulo, foi realizado o I Encontro Nacional da Coleta de Alimentos. Uma ajuda a dar as razões da caridade
A Coleta de Alimentos está chegando ao seu quarto ano no Brasil. Aquele gesto que começou somente na cidade de São Paulo, em 2006, contando com cerca de 800 voluntários, hoje se estende em mais de 17 cidades do Brasil e conta com cerca de 4.000 colaboradores. Este fato torna evidente uma das propostas da Coleta de Alimentos: que a experiência de caridade e de bem é para qualquer homem, que ela deve ser vivida hoje, no presente, e deve incidir na minha vida pessoal. Uma experiência que não está restrita ao dia da Coleta apenas, mas que se manifesta por meio de uma amizade que se verifica no dia a dia entre pessoas que seguem um método que lhes é proposto.
O Dia Nacional da Coleta de Alimentos, neste ano, será no dia 03 de outubro, e os trabalhos tiveram seu início com um encontro realizado na cidade de São Paulo reunindo 40 pessoas de 20 cidades diferentes de todo o Brasil. Para ajudar a guiar este momento estava presente Marco Lucchini, diretor da Fundação Banco Alimentar na Itália e Marco Montrasi (Bracco), responsável nacional de Comunhão e Libertação. Como tudo na Coleta, este encontro aconteceu partindo da generosidade de muitos, daqueles que emprestaram o local para os trabalhos, dos que participaram da organização do evento como voluntários e de cada um que viajou por horas de ônibus ou de avião para dedicar um final de semana inteiro para organizar a Coleta 2009 e para ter uma consciência ainda maior do significado deste gesto.
Foi isso o que Bracco nos disse no final da manhã de sábado: “Aquilo que está acontecendo entre nós nos últimos tempos é como tantas ajudas que o Senhor está dando, fazendo acontecer tantas coisas para poder reconhecer os traços inconfundíveis da Sua presença. Vocês, com o trabalho que estão fazendo com a Coleta, estão ajudando muita gente: sobretudo a nós mesmos, na medida em que aprendemos a ter esse olhar simples, esse coração simples; porque temos que limpar um monte de coisas que colocamos em cima do coração e dos olhos que nos impedem e tornam difícil reconhecer Cristo como uma presença viva. Afinal é isso que todos esperam encontrar. O gesto da Coleta é justamente isso: poder se educar a ter essa simplicidade, esse olhar, que vê os traços inconfundíveis da presença de Cristo. Vocês que trabalham o ano inteiro, quase que escondidos, vocês são uma graça, são um desses traços inconfundíveis da presença de Cristo. Precisamos tomar consciência disso, da importância que têm e de como Cristo precisa de vocês. Vocês estão ajudando o Movimento em uma coisa grandiosa”.
FEBRE DE VIDA. Este primeiro encontro nacional foi um momento de trabalho onde foram discutidas questões sobre a logística em âmbito nacional, a relação com os supermercados e os Bancos de Alimentos, os voluntários, a comunicação do gesto, o projeto em âmbito nacional e a possibilidade de parcerias. Mas foi, sobretudo, um momento de testemunho sobre como se viveu a Coleta no ano passado, compartilhando a experiência de levar a sério a própria humanidade. Alexandre de Fortaleza começou a participar da Coleta através do convite da sua professora na UFC, a Cida. Este ano ele será o coordenador da cidade juntamente com Mauro e nos falou no encontro sobre a grande mudança que aconteceu em sua vida: “Não é a Coleta que precisa de mim, mas eu que preciso da Coleta para que eu possa me constituir como ser humano, para que eu possa chegar a fazer as visitas aos meus pacientes no leito do hospital e olhar nos olhos, dar um beijo e perguntar se ele dormiu bem. Essa é a mudança da Coleta em minha vida!” Ele também nos contou que perguntaram quanto ele ganhou no dia da Coleta. “Eu ganhei tudo quanto o seu salário não poderia me pagar. Viver um dia como voluntário é muito gratificante. É entender que dinheiro algum teria o valor do meu e do nosso tempo doado para aquelas entidades. Nos doarmos por inteiro para ajudar pessoas que não conhecemos, não é compreensível aos olhos dos que acreditam que não é possível assim. Viver como formiguinhas...”
Bracco nos lembrou do gesto no Ibirapuera, com padre Carrón, e afirmou que tínhamos que olhar a Coleta e o empenho que temos a partir do que aconteceu ali: “Uma pessoa vê a outra pessoa viver com uma intensidade, com uma alegria, com um gosto que ela também gostaria de ter”.
E o que é fazer a Coleta senão isso? A proposta principal da Coleta de Alimentos é esse encontro, com alguém que possa despertar em você algo que parecia morto, que parecia escondido: esse encontro entre as pessoas daquele grupo que estava em São Paulo, o encontro entre as pessoas de cada cidade, o encontro com os parceiros e amigos ao longo do ano, o encontro com aquela pessoa que vem ao supermercado naquele dia...
“Que na Coleta nós possamos encontrar alguém que nos desperta essa febre de vida, porque sem isso é impossível encontrar a Cristo. Eu desejo que a Coleta seja isso, que fazer a Coleta seja por essa febre de vida, seja para testemunhar essa intensidade. Primeiro entre nós, que vamos fazer juntos e, depois, para encontrar todos aqueles que participam no dia”, finalizou Bracco.
E o grande passo para este ano será a criação da Associação Coleta de Alimentos, que começará a funcionar em São Paulo, contando com a participação de associados do Brasil todo, justamente para ser uma ajuda maior para todos os que desejam realizar o gesto da Coleta no Brasil, estruturando melhor o trabalho com o objetivo de que seja uma ocasião de ajudar mais as pessoas a participarem dessa febre de vida!
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón