Correspondência ao coração
Paola do Rio de Janeiro nos enviou esta carta que recebeu de sua amiga Sandra depois que voltaram das férias dos adultos da comunidade.
Apesar de já ter participado várias vezes das Escolas de Comunidade e de já ter lido alguns textos e livros, sempre tive muita dificuldade para compreender do que de fato se tratava o Movimento Comunhão e Libertação (CL). Foi a partir de uma dificuldade pessoal, daquelas que fazem com que a nossa vida saia dos trilhos, que percebi que estava cercada das pessoas certas, que me acolheram e ajudaram a enfrentar essa dificuldade. A partir daí comecei a me perguntar que pessoas são essas, como conseguem viver tão intensamente e de onde vem essa energia. Foi então que compreendi a questão da humanidade e a importância de uma companhia que nos ajude a não perdê-la de vista. Logo em seguida começamos a estudar na Escola de Comunidade o texto Amigos, ou seja, testemunhas. Li e reli inúmeras vezes aquelas linhas e as palavras que encontrava faziam sentido e me fortaleciam. “Até os cabelos da vossa cabeça estão contados”. Foi diante desta frase que verifiquei não estar só, fiz a experiência de relação pessoal com Cristo, de amar e ser amada por meio destas pessoas que se tornaram autoridades para mim. Fui despertada para uma nova vida cristã, repleta de significados para o meu dia-a-dia, mais verdadeira, mais intensa. Este encontro com Cristo, através de CL, fez aflorar em mim um desejo de compreender, verificar e aprofundar cada vez mais essa religiosidade. Sinto necessidade de estar perto dessas pessoas, de ouvir o que elas têm a dizer, pois isso dá sentido para minha vida. Esse é todo o diferencial, é como uma dependência que me ajuda a ser eu mesma. Nas férias verifiquei mais uma vez que meu desejo é viver verdadeiramente cada momento bom ou ruim, pois agora sei que não estou sozinha, nunca estive, nem mesmo antes de ter essa consciência. Quero estar aberta e disponível para “Aquele” que me ama e que me amou antes mesmo de me dar à vida. Sei que tudo isso não é fácil, pois somos fracos e é necessário empenho para não deixar esse movimento interno adormecer. Porém, a partir do momento que experimentei tudo aquilo que corresponde ao meu coração verdadeiramente não me basta mais outra coisa. Experimentei na minha vida que essa correspondência depende de um Outro e que esse Outro chega até mim por meio desta companhia e que por isso quero segui-la.
Sandra,
Rio de Janeiro – RJ
A pretensão de Cristo
Caríssimo padre Carrón, quero contar aquilo que emergiu nestas semanas a partir da provocação das eleições. Ao ler o panfleto, fiquei muito provocada por este trecho: “Se o primeiro ponto é verdadeiramente a fé, se esperamos tudo verdadeiramente do fato de Cristo, ou se do fato de Cristo esperamos só aquilo que decidimos esperar”. A pergunta, que se aprofundou quando li a “Página Um” de Passos de abril e que se impôs prepotentemente foi: como aquelas pessoas podem dizer que tudo provém do fato de Cristo? Porque dizer que esperamos tudo do fato de Cristo significa dizer que Cristo tem a ver com tudo, com as escolhas do trabalho, com a maneira com a qual estou com meu namorado e com a maneira de pensar sobre meu futuro, inclusive com as eleições! Ou seja, como dizíamos no grupo de Escola de Comunidade, o critério para olhar a política não é político, o critério para olhar o casamento não é o casamento, o critério para olhar o trabalho não é o trabalho, mas é outro, um Outro! Pensando bem sobre isso, eu diria que é uma coisa de loucos e isso me fez entender que, na verdade, eu acho que Cristo não tem nada a ver com minhas decisões, pois quando me vejo diante de uma situação confusa ou de uma escolha vertiginosa (sobre o trabalho, sobre a vocação...) me agito, titubeio, não sei de onde partir ou que critério usar. Enfim, não tenho um ponto seguro que, na vertigem, me permita estar firme na terra. Nestes momentos, nunca pensei seriamente que Cristo pudesse ter alguma coisa a ver; no máximo, era um pensamento piedoso, ou: tomara que me ajude! Porém, você diz que o acontecimento de Cristo é um fator da realidade, como o dinheiro, a família, o trabalho, as férias, a maior ou menor conveniência de uma coisa, a maior ou menor satisfação no trabalho... um fator da realidade! Tomar consciência da pretensão que Cristo trouxe ao mundo foi para mim uma grande novidade e fez-me perguntar: quem é este homem que tem uma pretensão tão grande sobre a minha vida? A novidade verdadeira dessa tomada de consciência foi que a minha reação não foi de aborrecimento ou de incômodo porque, no final das contas, não posso mais pensar que existem espaços exclusivamente meus, onde “eu comando” e decido! Talvez ajudada pelos grandes testemunhos que vi nesse período (a luta de Cleuza e do Movimento Sem Terra, ou o grande testemunho de minha tia diante da doença do marido), desta vez comecei a desejar ter uma clareza sobre o fato de Cristo. Desejo agarrar-me cada vez mais a Ele porque vi com os meus olhos que quando não parto daí me perco ou então, aquilo que me acontece, mesmo que seja bonito ou entusiasmante, no fundo, permanece pobre! Na assembleia de Escola de Comunidade também entendi que dar-me conta de uma desproporção entre a minha vida cotidiana e esta perspectiva nova e desejar entender cada vez mais agarrar-me ao fato fascinante que me aconteceu, é o aprofundamento da fé diante de uma beleza vista. Como dizer: olha que coisa grande, eu a quero para mim. Mas, o que é isso, de verdade? E, assim, é possível conhecer cada vez mais, como acontece quando temos uma paixão e a descobrimos mais a cada dia. Em suma, o meu limite, perceber uma falta na minha vida e, ao mesmo tempo, ver acontecer grandes coisas, tudo isso me leva cada vez mais a perguntar: “Quem é este?” e, ao mesmo tempo, dizer: “Se eu for embora, para onde irei?”. Por isso, estou feliz: é uma aventura que se abre!
Maria Cristina,
Macerata – Itália
Agradecimento
Caros amigos de Comunhão e Libertação, recebi com grande alegria e satisfação – por meio de Ana Lydia – alguns exemplares da revista Passos de maio de 2008, que trás um artigo em memória de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, do qual faço parte desde o final da década de 1960. A partida de Chiara para o coração do Pai, em março passado, deixou em nós uma grande certeza: ela foi um instrumento dócil na mão do Pai para – através do carisma a ela concedido – atrair-nos a Cristo e podermos contemplar a Sua face na face dos irmãos e irmãs que cruzam pelo nosso caminho. E, ao mesmo tempo, afirmar/revelar – com nossa presença no mundo, nos mais variados ambientes onde nos encontramos –, que Ele está vivo em sua Igreja, para torná-la ainda mais bela, em cada um de nós e através de nós cristãos que somos a continuidade de Sua Presença sobre a terra. Somos o Seu corpo! Chiara e Dom Giussani foram dons de Deus para todos os tempos. Somos homens e mulheres felizes, privilegiados por termos sido seus contemporâneos, portanto, somos testemunhas visíveis daquilo que Deus operou por meio deles. E, uma vez tendo sido agraciados pela participação nos seus respectivos carismas, toca a nós sermos seus fiéis continuadores de modo que “nada daquilo que eles foram se perca”, parafraseando padre Carrón. Agradeço – também em nome dos focolarinos e focolarinas e demais membros do Movimento – a todos e a cada um pelas inúmeras manifestações de solidariedade que nos sustentaram nesse momento de dor.
Diviol,
Vargem Grande Paulista – SP
Plenitude inesperada
Caríssimo padre Carrón, quero lhe agradecer pelas palavras que tem nos dito. Em particular, sempre releio Amigos, isto é, testemunhas. Faz tempo que fui tocada pelo modo como você nos fala, porque percebo que a modalidade com a qual você vive lhe mudou e lhe muda, permitindo-lhe saborear até os aspectos mais simples da vida. Fascina-me essa sua maneira de encarar os acontecimentos da vida, mas me dou conta de que, não obstante a prova por causa de uma doença grave, ainda, muito frequentemente, me vejo olhando a realidade de maneira distraída. Sobretudo quando me sinto fisicamente bem, “esqueço” de pedir porque sinto-me autônoma, não me sinto mais necessitada nem mendicante. Preciso aprender a pedir todos os dias porque, mesmo aquelas coisas que aparentemente pareço realizar pessoalmente, devo agradecer a Ele. Essa é a importância de ter alguém que nos lembre, como você faz, que não nos fazemos sozinhos, nem mesmo nos acontecimentos mais concretos. Essa é a importância da amizade que não permite que nos coloquemos diante da vida com o mesmo olhar limitado de todos. Sinto a necessidade de uma mudança na maneira de tratar as coisas cotidianas, que significa não considerá-las mais como resultado de uma capacidade minha de saber gerenciá-las, mas agradecer porque me são dadas por um Outro. Tenho experimentado que, olhando a vida assim, sou mais feliz, vivo uma plenitude inesperada e inimaginável e, por isso, quero que cada momento possa ter a intensidade que experimentei e que vejo na maneira como você nos fala. Peço que nunca se canse de nos despertar com suas palavras porque “Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna (que explicam a vida)”. Quando nos encontramos, por causa das circunstâncias, cara a cara com Deus, temos a necessidade física (para poder viver e não sobreviver) de ouvir uma palavra verdadeira, palavras que explicam a vida.
Alessandra
Pequenos gestos
Caríssimo padre Julián, no último encontro do grupo de Fraternidade foi dado este aviso: as irmãs de clausura, que moram perto da minha casa, precisavam de uma pessoa para limpar a igreja uma vez por semana das 5h30 às 6h30. Pensei: “Poderia verificar este aviso porque sempre levanto muito cedo”. Porém, não o levei muito a sério até que me disseram que poderia ser realmente uma ocasião para que eu fizesse uma caritativa. Então, comecei. Enquanto fazia a limpeza, as irmãs começaram sua oração matutina com o Angelus e eu parei para rezar com elas. A coisa mais bonita foi que, no final da Laudes, as irmãs também rezaram por mim e pela minha família dando-me a impressão de que um gesto tão pequeno já tinha uma recompensa muito grande. Quando voltei para casa, enquanto me preparava para o trabalho, pensei em vestir as coisas mais bonitas que eu tinha para exprimir que a vida é bela. Dentro de uma ordem na qual está presente o seu Significado, também a fadiga do trabalho encontra seu verdadeiro lugar: comunicar aquilo que vivo.
Maria,
Macerata – Itália
O dom da unidade
Caros amigos, estou contente por ter vivido com vocês uma experiência de vida cristã como irmãos e irmãs. Foi generoso de sua parte permitir-me viver sua belíssima companhia. O coração do cristianismo que vi entre vocês, fez-me entender que somos sempre uns dos outros. Estou feliz por ter conhecido o Movimento e por tê-lo sentido dentro de mim. Dom Giussani propôs a companhia de Cristo a muitos jovens e adultos e nos deixou o método: “a cultura, a caridade e a missão” na unidade. A unidade entre vocês é o dom mais precioso que nasce da acolhida a essa iniciativa. Em 2003, era adventista, mas quando Ernest voltou da Itália e trouxe novas ideias religiosas, continuamos amigos como sempre, mas suas ideias eram muito diferentes das minhas. Um dia, enquanto voltávamos para casa, perguntei: “Ernest, somos amigos, mas por que você mudou tanto?”. Ernest respondeu: “Porque sou cristão”. Eu disse: “Eu também sou cristão, mas você está diferente!”. Ernest, então, me explicou isso: “Eu encontrei a verdade, a realidade da vida cristã com o Movimento CL”. Depois, me falou sobre Dom Giussani e sobre o que é o Movimento. O Movimento CL é a luz da verdade e a realidade para viver uma vida cristã. Por aquilo que vi e vivi entre nós até agora, quero fazer parte da Fraternidade.
John,
Serra Leoa
Uma grande amizade
Quando conheci a Associação dos Trabalhadores Sem Terra eu já conhecia o Jair e sua família. Quando eu comprei meu terreno pela Associação falei com Cleuza e Marcos , sobre os apuros da família. o que se passava e ela logo disse: “É gente boa? Se você confia neles, eu também. Traga-os para a reunião”. Assim, convivemos todos juntos por 18 anos, até que após muitas reclamações de incômodos gástricos, veio a surpresa: Jair estava com câncer no intestino. Em junho de 2007, ele foi operado com sucesso e por alguns meses acreditamos que ele estivesse bem. Eu sou enfermeira com muitos anos de vivência em hospital e hoje estou aposentada. Em março de 2008, após várias intercorrências, percebi que não tinha jeito e que a doença tinha vencido a luta com meu amigo! Como estava acompanhando o dia-a-dia dos tratamentos dele desde o inicio, fiz o que sempre faço quando vejo alguém querido com uma doença grave: primeiro peço a Jesus que me dê forças e não me deixe enganada, que me inspire e me faça enxergar a pessoa com os olhos do amor que vem da alma e que eu veja no sofrimento dela a presença do outro. Declarei a ele toda a minha solidariedade e ofereci meu tempo integral. Durante duas semanas fui todos os dias aplicar injeções, conversar e observar cada sinal que se manifestava em meu querido amigo. Na segunda-feira Santa tive certeza da gravidade e levei um susto quando ele teve a primeira crise de falta de ar. Fiz tudo que podia para aliviar a dispneia que durou uns quinze minutos quando estávamos sozinhos. Sua esposa Ivone, ao voltar do compromisso vinha trazendo galinha, pois ele tinha dito que era isso que gostaria de comer. Contei para ela o que se passou na sua ausência e comecei a prepará-la para o que iria acontecer em poucos dias. Prometi a Ivone, Guilherme e Daniela, filhos do casal, que não sairia da casa deles e que não os deixaria sozinhos. Não fui mais para minha casa naqueles dias. Na terça-feira a Ivone teve que assinar a escritura referente a uma área recentemente comprada por meio do trabalho social que nós ajudamos a desenvolver. Decidi ficar com meu amigo e Guilherme foi fazer a reunião em meu lugar, compromisso que tenho todas as terças-feiras na Associação. Naquela manhã presenciei outra crise, e meu coração me colocou em alerta. Pedi o oxigênio, pois eu sabia que iríamos precisar. No retorno da Ivone, relatei tudo e liguei para o Guilherme. Como sempre o socorro veio da Cleuza, Marcos e Amanda, os amigos da Associação. O que me preocupava é que eu não havia conseguido concluir com o Jair a conversa que começamos quando nossas famílias estavam na praia. Foi um desejo dele o último passeio. Olhando para o mar conversamos sobre a morte. Na noite anterior eu tinha sentido que ele estava mal e eu precisava falar com ele sobre este assunto. Eu e o Guilherme, na noite de domingo de carnaval, fomos atrás de remédios para dor. Na Quarta e Quinta-feira Santa ele piorou muito. Eu sentia passo a passo a aproximação do momento e pensava “Meu Jesus, me ajuda, preciso ser forte”. Quinta-feira, a Ivone, Guilherme e Daniela, conversaram juntos sobre a morte dele e, por amor, decidiram que ele ficaria em casa e eu de novo não quis deixá-los. Sexta-feira Santa, sofrimento de Cristo, do Jair e nosso também. Bateu cansaço, medo, ansiedade e incerteza! Sábado de Aleluia, noite longa, de dor, inquietação. Dividimos a noite nos cuidados com ele, rezando muito, segurando as mãos frias e molhadas do meu amigo. Passei o dia todo dando atenção a ele e ouvindo suas falas, murmúrios e pedidos de orações, sempre segurando a sua mão. Durante todo o dia insisti com ele, que ele estava voltando para casa, verdadeira casa de todos nós, que não precisava ter medo, nem do túnel escuro, nem do mar que ele dizia estar navegando, nem do barco em que ele estava, pois a madrinha dele, Nossa Senhora de Fátima, estava com ele, e cantei o esboço da música “Nossa Senhora”, sem terminar. Chamei o Guilherme, coloquei suas duas mãos entre as mãos do pai, mostrei para ele o quanto o filho era grande e que ele viajasse tranquilo e em paz. Chamei a Daniela e fiz a mesma coisa. Durante a tarde e parte da noite ele preparou sua partida, pedindo agitado a oração da Ave Maria, várias vezes. Quando a Miriam chegou, por volta das 22h, pedi que ela chamasse os nossos amigos de todas as horas. Ela prontamente atendeu. Cleuza e Marcos logo chegaram com os padres do Movimento, Douglas e Vando. Essa noite foi muito pesada, mas tivemos o presente de uma Missa de Páscoa, celebrada às 02h30 da manhã, onde ele fragilmente deu sinal de que queria comungar e comungou por meio de um gesto carinhoso do padre Douglas no cuidado em diluir a hóstia em água benta, pois naquele momento ele já mostrava sinal evidente de estar partindo. Eu e a Zita ficamos até às 04h15 segurando cada uma em uma das mãos de nosso querido amigo, confortando-o, falando palavras de paz, cantando a música de Nossa Senhora, intercalada com lágrimas e orações. Depois a Zita foi descansar um pouco, num revezamento que todos estávamos fazendo. A Ivone veio para junto de mim e as roupas do Jair foram trocadas mais uma vez para lhe dar um pouco de conforto e para que ele sentisse a nossa presença. Às 05h, muito emocionada e em silêncio, peguei a mão de minha amiga Ivone e coloquei em cima do coração dele para que ela sentisse a primeira parada de pulsação e olhamos uma para a outra, vendo a respiração parar. Esta cena se repetiu duas, três, quatro vezes e em todas cantamos a música “Nossa Senhora” e rezamos a Ave Maria. Até que senti o pulso parar e novamente, peguei a mão de minha amiga e sentimos o pulso sumir, a vida terrena expirar suavemente do corpo de meu amigo, mostrando-nos que a morte é um momento de fé, de crer piamente que Deus existe e cuida de nós. Ele é o dono da vida e nos empresta este corpo para viabilizar nossa alma a executar as ações que nos lapidarão para chegarmos à sua presença, como o diamante que ele esconde em cada um de nós quando Ele nos dá a vida.
Ray,
São Paulo – SP
Protagonismo na universidade
Caros amigos, sou estudante da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e encontrei o Movimento há alguns anos. Este ano iniciei uma Escola de Comunidade com alguns amigos da mesma instituição e juntos temos feito uma grande experiência de aprofundamento do carisma de Dom Giussani pela vivência de uma amizade verdadeira. Pois bem, sempre desejei viver a profissão que escolhi com o olhar de Cristo, desejando que na relação com os pacientes, com os estudos, com os professores, enfim, que a relação com toda a realidade que chega até mim fosse uma possibilidade verdadeira de relação com o Mistério. Depois de um tempo, todo esse meu desejo vem sendo respondido e, finalmente, vejo o sentido das coisas na minha Universidade e tenho vivido atenta, me permitindo ser tocada pelos acontecimentos que batem à porta do meu coração – que tem aprendido a dar um juízo e a ser o critério para a minha vida. Assim, provocada pelas declarações do Coordenador do Colegiado de Graduação da minha faculdade e de suas repercussões nos meios de comunicação de todo país; e, diante da experiência que tenho feito, não vislumbrei a possibilidade de me omitir. Por isso, com a ajuda de alguns amigos, escrevemos um panfleto que distribuímos no campus e enviamos para as listas de e-mail da universidade, com a intenção de apresentar um juízo diferente, de renovação. Isso nos rendeu alguns encontros que permitiram um crescimento e me levaram a ter mais certeza ainda de que dentro da companhia de CL eu me transformo a cada dia. Fico feliz em saber que estou no “caminho”.
Ana Isabela,
Salvador – BA
Credits /
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón