Em 1968, o Brasil vivia sob o autoritarismo do Regime Militar de 1964. A contestação daquele ano começou em março, quando o secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto em uma operação policial de repressão a estudantes, enquanto fazia uma refeição no restaurante universitário. Houve comoção nacional, e mais de 50 mil pessoas participaram de seu enterro, no Rio de Janeiro.
A partir daí, as principais capitais do país, principalmente Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, em pouco tempo, se tornaram palco de confrontos entre estudantes e policiais. Em 26 de junho, cem mil pessoas marcharam pelas ruas do Rio de Janeiro exigindo abrandamento da repressão, o fim da censura e a redemocratização do país.
Em apoio ao regime, surgiu o Comando de Caça aos Comunistas (CCC), grupo de extrema-direita que se especializou em atacar peças de teatro e espancar atores e músicos considerados subversivos.
Em outubro, a repressão descobriu onde se realizava o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em Ibiúna, no interior de São Paulo, 1.200 líderes estudantis foram presos.
Em 13 de dezembro, o regime militar decretou o Ato Institucional nº 5 (AI-5). Fechou-se o Congresso, prenderam-se milhares de oposicionista e suprimiram-se as liberdades civis que ainda restavam. Iniciou-se um dos períodos mais violentos da história política brasileira. Sem outra opção, muitas pessoas entraram em organizações políticas clandestinas e aderiram a uma luta armada suicida. Por volta de 1972, o regime militar esmagara toda a oposição.
As feridas abertas pela repressão a partir de 68 – mortes, torturas, perseguições – marcaram gerações de jovens no Brasil. A Igreja se constituiu na grande proteção a todos os opositores do regime. Muitos sobreviventes desse período se tornaram lideranças políticas após a redemocratização do país, mas os sonhos utópicos que alimentavam aquela juventude nunca se realizaram.
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