Vai para os conteúdos

Passos N.83, Junho 2007

DESTAQUE - O Papa no Brasil

As palavras do papa no Brasil / Alguns testemunhos

A seguir apresentados uma seleção de trechos dos pronunciamentos de Bento XVI no Brasil, agrupados segundo temas.


Um olhar adequado sobre a realidade
O que é a realidade? Que é o real? Só os bens materiais, os problemas sociais, econômicos e políticos? Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes no último século, erro destrutivo, como demonstram os resultados tanto dos sistemas marxistas quanto os dos capitalistas. Falsificam o conceito de realidade com a amputação da realidade fundadora e por isso decisiva, que é Deus. Quem exclui a Deus de seu horizonte falsifica o conceito de “realidade” e, em conseqüência, só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)


A busca no coração do homem
Tendes uma pergunta crucial... É a mesma do jovem que veio correndo ao encontro com Jesus: o que fazer para alcançar a vida eterna? Gostaria de aprofundar convosco esta pergunta. Trata-se da vida. A vida que, em vós, é exuberante e bela. O que fazer dela? Como vivê-la plenamente?

Logo entendemos, na formulação da própria pergunta, que não basta o aqui e agora, ou seja, nós não conseguimos delimitar nossa vida ao espaço e ao tempo, por mais que pretendamos estender seus horizontes. A vida os transcende. Em outras palavras, queremos viver e não morrer. Sentimos que algo nos revela que a vida é eterna e que é necessário empenhar-se para que isto aconteça. Em outras palavras, ela está em nossas mãos e depende, de algum modo, da nossa decisão.

A pergunta do Evangelho não contempla apenas o futuro. Não trata apenas de uma questão sobre o que acontecerá após a morte. Há, ao contrário, um compromisso com o presente, aqui e agora, que deve garantir autenticidade e conseqüentemente o futuro. Numa palavra, a pergunta questiona o sentido da vida. Pode por isso ser formulada assim: que devo fazer para que minha vida tenha sentido? Ou seja: como devo viver para colher plenamente os frutos da vida? Ou ainda: que devo fazer para que minha vida não transcorra inutilmente?

Jesus é o único capaz de nos dar uma resposta, porque é o único que nos pode garantir vida eterna. Por isso também é o único que consegue mostrar o sentido da vida presente e dar-lhe um conteúdo de plenitude.
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)


O encontro com Cristo
A um certo momento da vida, Jesus vem e toca, com suaves batidas, no fundo dos corações bem dispostos. A vocês, Ele o fez através de uma pessoa amiga ou de um sacerdote ou, possivelmente, providenciou uma série de coincidências para dizer que sois objeto de predileção divina.
(Encontro na Fazenda Esperança, 12.mai.2007)

Na Encíclica Deus caritas est recordei que "Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo" (n. 1).
(Discurso aos bispos do Brasil, 11.mai.2007)

É necessário que os cristãos experimentem que não seguem a um personagem da história passada, mas sim ao Cristo vivo, presente hoje e agora em suas vidas. Ele é o Deus Vivente que caminha a nosso lado, mostrando-nos o sentido dos acontecimentos, da dor e da morte, da alegria e da festa, entrando em nossas casas e permanecendo nelas, alimentando-nos com o Pão que dá a vida.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)

Vós credes no Deus de Amor: essa e a vossa força que vence o mundo, a alegria que nada nem ninguém vos poderá arrebatar, a paz que Cristo conquistou para vós com sua Cruz!... Não é uma ideologia política, nem um movimento social, nem tampouco um sistema econômico; é a fé no Deus Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico fundamento dessa esperança que produziu frutos tão magníficos desde a primeira evangelização até hoje.
(Homília da Missa em Aparecida, 13.mai.2007)


O tempo da Igreja
O que nos dá a fé em Deus? A primeira resposta é: nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos leva à comunhão: o encontro com deus é, em si mesmo e como tal, encontro com os irmãos, um ato de convocação, de unificação, de responsabilidade para com o outro e para com os demais. Neste sentido, a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele deus que se fez pobre conosco, para enriquecer-nos com sua pobreza (cf. 2 Co 8,9).
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)

Esta é a Igreja: nós, a comunidade de fiéis, o Povo de Deus, com os seus Pastores chamados a fazer de guia do caminho; juntos com o Espírito Santo, Espírito do Pai mandado em nome do Filho Jesus, Espírito d’Aquele que é “maior” de todos e que nos foi dado mediante Cristo, que se fez “menor” por nossa causa. Espírito Paráclito, Ad-vocatus, Defensor e Consolador. Ele nos faz viver na presença de Deus, na escuta da sua Palavra, livres de inquietação e de temor, tendo no coração a paz que Jesus nos deixou e que o mundo não pode dar (cf. Jo 14, 26-27). O Espírito acompanha a Igreja no longo caminho que se estende entre a primeira e a segunda vinda de Cristo: "Vou, e volto a vós" (Jo 14,28), disse Jesus aos Apóstolos. Entre a “ida” e a “volta” de Cristo está o tempo da Igreja, que é o seu Corpo, estão esses dois mil anos transcorridos até agora; estão também estes pouco mais de cinco séculos em que a Igreja fez-se peregrina nas Américas, difundindo nos fiéis a vida de Cristo através dos Sacramentos e lançando nestas terras a boa semente do Evangelho, que rendeu trinta, sessenta e até mesmo o cento por um. Tempo da Igreja, tempo do Espírito Santo: Ele é o Mestre que forma os discípulos: fá-los enamorar-se de Jesus; educa-os para que escutem a sua Palavra, a fim de que contemplem a sua Face; conforma-os à sua Humanidade bem-aventurada, pobre em espírito, aflita, mansa, sedenta de justiça, misericordiosa, pura de coração, pacífica, perseguida por causa da justiça (cf. Mt 5,3-10). Deste modo, graças à ação do Espírito Santo, Jesus torna-se a “Via” na qual caminha o discípulo. "Se alguém me ama, observará a minha palavra", diz Jesus no início do trecho evangélico de hoje. "A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou" (Jo 14,23-24).
(Homília da Missa em Aparecida, 13.mai.2007)

Uma Igreja inteiramente animada e mobilizada pela caridade de Cristo, Cordeiro imolado por amor, é a imagem histórica da Jerusalém celeste, antecipação da Cidade santa, resplandecente da glória de Deus. Ela emana uma força missionária irresistível, que é a força da santidade. A Virgem Maria alcance para a América Latina e no Caribe ser abundantemente revestida da força do alto (cf. Lc 24,49) para irradiar no Continente e em todo o mundo a santidade de Cristo. A Ele seja dada glória, com o Pai e o Espírito Santo, nos séculos dos séculos.
(Homília da Missa em Aparecida, 13.mai.2007)


A verdadeira moralidade
Quem observa os mandamentos está no caminho de Deus... Não são impostos de fora, nem diminuem nossa liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos vigorosos, que nos levam a agir nesta direção. Na sua base está a graça e a natureza, que não nos deixam parados. Precisamos caminhar. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Realizar-se, através da ação, na verdade, é tornar-se real. Nós somos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nossas mãos.
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)

Deus não força, não oprime a liberdade individual; pede só abertura daquele sacrário da nossa consciência por donde passam todas as aspirações mais nobres, mas também afetos e paixões desordenadas que ofuscam a mensagem do Altíssimo.
(Encontro na Fazenda Esperança, 12.mai.2007)


Enfrentando as estruturas injustas
Tendo chegado a esse ponto, podemos perguntar-nos: Como a Igreja pode contribuir para a solução dos urgentes problemas sociais e políticos, e responder ao grande desafio da pobreza e da miséria? Nesse contexto, é inevitável falar do problema das estruturas, sobretudo das que criam injustiças. Na realidade, as estruturas justas são uma condição sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade. Porém, como nascem? como funcionam? Tanto o capitalismo quanto o marxismo prometiam encontrar o caminho para a criação de estruturas justas e afirmaram que estas, uma vez estabelecidas, funcionariam por si mesmas, afirmaram que não só não seria necessária uma moral individual precedente, mas até mesmo que elas fomentariam uma moral comum. Mas esta promessa ideológica se mostrou falsa. Os fatos o demonstram. O sistema marxista, onde governou, não só deixou uma triste herança de destruições econômicas e ecológicas, como também uma dolorosa destruição do espírito. E vemos o mesmo também no ocidente, onde cresce constantemente a distância entre pobres e ricos e se produz uma inquietante degradação da dignidade pessoal com as drogas, o álcool e as sutis miragens de felicidade.

A estruturas justas são, como disse, uma condição indispensável para uma sociedade justa, porém não nascem nem funcionam sem um consenso moral da sociedade sobre os valores fundamentais e sobre a necessidade de viver esses valores com as necessárias renúncias, inclusive contra o interesse pessoal.

Onde Deus está ausente – o Deus com rosto humano de Jesus Cristo – esses valores não se mostram com toda a sua força, nem se produz um consenso sobre eles. Não quero dizer que os que não crêem não podem viver uma moralidade elevada e exemplar, digo somente que uma sociedade na qual Deus está ausente não encontra o consenso necessário sobre os valores morais e a força para viver segundo a pauta desses valores, até mesmo contra os próprios interesses.

As estruturas justas jamais serão completadas de modo definitivo; pela constante evolução da humanidade têm de ser sempre renovadas e atualizadas, devem estar sempre animadas por um “ethos” político e humano, por cuja presença e eficiência deve-se sempre trabalhar. Em outras palavras, a presença de Deus, a amizade com o Filho de Deus encarnado, a luz de sua Palavra, são sempre condições fundamentais para a presença e eficiência da justiça e do amor em nossas sociedades.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)

Os povos latino-americanos e caribenhos têm direito a uma vida plena, própria de filhos de Deus, com condições mais humanas: livres das ameaças da fome e de toda forma de violência... Nesse contexto me alegra recordar a Encíclica “Populorum progressio”, cujo 40º aniversario recordamos este ano. Este documento pontifício põe em evidencia que o desenvolvimento autêntico deve ser integral, quer dizer, orientado à promoção de todo o homem e de todos os homens (cf. n. 14), e convida a todos a suprimir as graves desigualdades sociais e as enormes diferentas no acesso aos bens. Esses povos desejam sobretudo a plenitude de vida que Cristo nos trouxe: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundancia” (Jo 10, 10). Com esta vida divina se desenvolve também em plenitude a existencia humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)


Trabalho social, esperança e beleza
Onde a sociedade não vê mais futuro ou esperança, são os cristãos chamados a anunciar a força da Ressurreição: justamente aqui nesta Fazenda da Esperança, onde estão tantas pessoas, principalmente jovens, que procuram superar o problema das drogas, do álcool e da dependência química, testemunha-se o Evangelho de Cristo no meio de uma sociedade consumista afastada de Deus. Quão outra é a perspectiva do Criador em sua obra! As irmãs Clarissas e outros religiosos de clausura - que, na vida contemplativa, perscrutam a grandeza de Deus e descobrem também a beleza das criaturas - podem, com o autor sagrado, contemplar o próprio Deus, embevecido, maravilhado diante de Sua obra, de Sua criatura amada: "Deus contemplou tudo o que tinha feito e eis que estava tudo muito bom!" (Gn 1, 31).
(Saudação ás Irmãs Clarissas, 12/mai)

Quando o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte, a criatura amada de Deus - embora ferida - não perdeu totalmente sua beleza: ao contrário, recebeu um amor maior: "Ó feliz culpa que nos mereceu um tão grande Redentor" - proclama a Igreja na noite misteriosa e clara da Páscoa (Exultet). É o Cristo ressuscitado que cura as feridas e salva os filhos e filhas de Deus, salva a humanidade da morte, do pecado e da escravidão das paixões. A Páscoa de Cristo une a terra e o céu. Nesta Fazenda da Esperança unem-se as orações das Clarissas e o trabalho árduo da medicina e da laborterapia para vencer as prisões e quebrar os grilhões das drogas que fazem sofrer os filhos amados de Deus. Recompõe-se, assim, a beleza das criaturas que encanta e maravilha seu Criador.
(Saudação ás Irmãs Clarissas, 12.mai.2007)


A Doutrina Social da Igreja, referência para a ação social
No esforço de conhecer a mensagem de Cristo e fazê-lo guia da própria vida, deve-se recordar que a evangelização vai unida sempre à promoção humana e à autêntica libertação cristã. “Amor a Deus e amor ao próximo se fundem entre si: no mais humilde encontramos a Jesus mesmo e em Jesus encontramos a Deus (Deus caritas est, 15). Por isso, também será sempre necessária uma catequese social e uma adequada formação sobre a doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”. A vida cristã não se expressa somente através de virtudes pessoais, mas também através das virtudes sociais e políticas.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)


Defesa da vida
Sei que a alma deste Povo, bem como de toda a América Latina, conserva valores radicalmente cristãos que jamais serão cancelados. E estou certo que em Aparecida, durante a Conferência Geral do Episcopado, será reforçada tal identidade, ao promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana; fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados.
(Discurso de boas vindas, 9.mai.2007)

Permaneça [Senhor] em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustente-as em suas dificuldades, console-as em seus sofrimentos e na fadiga de cada dia, quando em torno delas se acumulam sombras que ameaçam a sua natureza. Tu que és a Vida, permaneça em nosso lares, para que continuem sendo ninhos onde nasce a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde sua concepção até seu fim natural.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)


Jovens
Em 1991, o Servo de Deus o Papa João Paulo II, de venerada memória, dizia, na sua passagem pelo Mato Grosso, que os “jovens são os primeiros protagonistas do terceiro milênio [...] são vocês que vão traçar os rumos desta nova etapa da humanidade” (Discurso 16/10/1991). Hoje, sinto-me movido a fazer-lhes idêntica observação.
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)


E vós, jovens do Brasil e da América Latina? Já descobristes o que é bom? Seguis os mandamentos do Senhor? Descobristes que este é o verdadeiro e único caminho para a felicidade? Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O “amanhã” depende muito de como estais vivendo o “hoje” da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade. Muitas vezes sentimos trepidar nossos corações de pastores, constatando a situação de nosso tempo. Ouvimos falar dos medos da juventude de hoje.

Revelam-nos um enorme déficit de esperança: medo de morrer, num momento em que a vida está desabrochando e procura encontrar o próprio caminho da realização; medo de sobrar, por não descobrir o sentido da vida; e medo de ficar desconectado diante da estonteante rapidez dos acontecimentos e das comunicações.
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)


[A riqueza da juventude] não se trata, em primeiro lugar, de bens materiais, mas da própria vida, com os valores inerentes à juventude. Provém de uma dupla herança: a vida, transmitida de geração em geração, em cuja origem primeira está Deus, cheio de sabedoria e de amor; e a educação que nos insere na cultura, a tal ponto que, em certo sentido, podemos dizer que somos mais filhos da cultura e por isso da fé, do que da natureza.

Da vida brota a liberdade que, sobretudo nesta fase se manifesta como responsabilidade. E o grande momento da decisão, numa dupla opção: uma quanto ao estado de vida e outra quanto à profissão. Responde à questão: que fazer com a vida?

Em outras palavras, a juventude se afigura como uma riqueza porque leva à descoberta da vida como um dom e como uma tarefa. O jovem do Evangelho percebeu a riqueza de sua juventude. Foi até Jesus, o Bom Mestre, para buscar uma orientação. Mas na hora da grande opção não teve coragem de apostar tudo em Jesus Cristo.
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)


Meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana.
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)



Família
A família, “patrimônio da humanidade”, constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos. Ela tem sido e é escola de fé, mestra de valores humanos e cívicos, lugar no qual a vida humana nace e e é generosamente e responsavelmente acolhida. Sem dúvida, na atualidade sofre com situações adversas provocadas pelo secularismo e o relativismo ético, pelos diversos fluxos migratórios internos e externos, pela pobreza, pela instabilidade social e por legislações civis contrárias ao matrimônio que, ao favorecer os anticoncepcionais e o aborto, ameaçam o futuro dos povos.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)

O matrimônio é uma instituição de direito natural, que foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento; é um grande dom que Deus fez à humanidade. Respeitai-o, venerai-o. Ao mesmo tempo, Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras. Repito aqui para todos vós que "o eros quer nos conduzir para além de nós próprios, para Deus, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos (Carta enclíca Deus caritas est, (25/12/2005), n. 5).
(Discurso aos jovens, 10.mai.2007)

A família é insubstituível para a serenidade pessoal e para a educação dos filhos.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)


Discípulos e missionários
A Igreja se sente discípula e missionária desse Amor : missionária somente enquanto discípula, isto é capaz de deixar-se sempre atrair, com renovado enlevo, por Deus que nos amou e nos ama por primeiro (1Jo 4,10). A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por “atração”: como Cristo “atrai todos a si” com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor.
(Homília da Missa em Aparecida, 13.mai.2007)

Pois ser discípulos e missionários de Jesus Cristo e buscar a vida “nEle” supõe estar profundamente enraizados nEle.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)

O discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, se sente impulsionado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como as duas faces de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva (cf. At 4,12). Com efeito, o discípulo sabe que sem Cristo não existe luz, não existe esperança, não existe amor, não existe futuro.
(Discurso inaugural do V CELAM, 13.mai.2007)


Nossa Senhora
"Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei", diz o Senhor no Evangelho, (Mt 11,28). Esta é a recomendação final que o Senhor nos dirige. Como não ver aqui este sentimento paterno e, ao mesmo tempo materno, de Deus por todos os seus filhos? Maria, a Mãe de Deus e Mãe nossa, se encontra particularmente ligada a nós neste momento. Frei Galvão, assumiu com voz profética a verdade da Imaculada Conceição. Ela, a Tota Pulchra, a Virgem Puríssima, que concebeu em seu seio o Redentor dos homens e foi preservada de toda mancha original, quer ser o sigilo definitivo do nosso encontro com Deus, nosso Salvador. Não há fruto da graça na história da salvação que não tenha como instrumento necessário a mediação de Nossa Senhora.
(Missa da canonização de Frei Galvão, 11.mai.2007)

 


Contribuições


Silvina Premat
Jornalista em Buenos Aires, Argentina

Bento XVI deseja renovar a Igreja latino-americana, para que ela continue sendo una, católica e apostólica. Foi o que afirmou com clareza e firmeza perante os 266 Bispos, sacerdotes e leigos que representam os mais de quatrocentos milhões de católicos que vivem na América Latina e Caribe, na sessão inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. Os moradores das redondezas de Aparecida, uma pequena cidade a 168 Km de São Paulo, receberam com fervor o sucessor de Pedro, que viram passar velozmente pelas ruas. Os Bispos, ao invés, pareciam estar mais reticentes. Receberam-no, na sala preparada para a ocasião, no subsolo do imenso santuário da Virgem Maria, padroeira do Brasil, com um aplauso discreto e até demasiadamente breve. No entanto, na medida em que o Papa foi lendo seu discurso, o clima mudou, indubitavelmente. Ele foi interrompido dezenove vezes, pelos aplausos. Isso, que poderia ser um pequeno detalhe, demonstra o reconhecimento e a surpresa dos prelados. Três dias após a partida do Pontífice, alguns Bispos continuavam comentando que foi “excelente”, “comovente” e “bem completo”.

A própria forma como ele estruturou a mensagem evidencia sua visão integradora da história e da situação atual deste continente, onde, porém, alguns ainda continuam contrapondo a “Igreja hierárquica” à “Igreja verdadeira” ou “do povo”. O Papa só vê uma Igreja, nascida do encontro das culturas originais dos povos que habitam estas terras com a fé transmitida pelos missionários. A expressão dessa fé é a religiosidade popular, que é – segundo disse – o “precioso tesouro” da Igreja neste continente, tesouro esse que precisa ser “protegido, promovido e, quando necessário, corrigido”.

No seu discurso, o Papa reconheceu o “enfraquecimento” da fé neste continente e propõe três chaves para a sua renovação: o conhecimento de quem é o Cristo para o homem de hoje, uma visão da realidade que não seja reduzida por nenhum messianismo nem liberalismo, e a busca de estruturas sociais justas. Vinculou o fracasso das promessas do marxismo e do capitalismo à “amputação” que essas ideologias fazem da “realidade fundante, e por isso decisiva, que é Deus”. E em outra parte de sua mensagem, reconheceu que há um enfraquecimento da vida cristã por causa “do secularismo, hedonismo, indiferentismo e do proselitismo de numerosas seitas, de religiões animistas e de novas expressões pseudo-religiosas”. E indicou a missão dos Bispos nas sessões da Conferência que se desenrolarão nos próximos vinte dias: impulsionar a “renovação e revitalização” da fé e indicar “novos caminhos e projetos pastorais criativos, que infundam uma firme esperança para se viver de forma responsável e gaudiosa a fé, e assim irradiá-la no próprio ambiente”.


Marcos Zerbini
Deputado Estadual e membro da diretoria da Associação dos Trabalhadores Sem Terra de São Paulo

Antes do Papa fazer o primeiro encontro com os jovens no Pacaembu, a visão que se tinha, passada pela imprensa de forma equivocada, era a de um Papa pouco amistoso. Mas pelo contrário, o que todos perceberam foi uma pessoa extremamente amorosa, extremamente carinhosa, e repetindo uma definição que eu ouvi, digo que ele se mostrou ser um pai muito carinhoso, mas extremamente rígido como deve ser todo pai. Um pai que ajuda a educar, mas que ao mesmo tempo não perde a doçura e o carinho pelos seus filhos.

Pra mim essa relação com o novo Papa é muito interessante, pois como a minha origem foi a Teologia da Libertação, nas Pastorais da Juventude e da Moradia, eu tinha uma informação completamente distorcida da pessoa do Papa. Aos poucos eu fui percebendo que o grande problema, ao menos como eu enxergo, é reduzir Jesus Cristo ao político e social, porque Cristo é muito mais amplo do que isso. E quando eu e alguns amigos da Associação começamos a perceber isso acabamos nos afastando de um setor da Igreja ligado à Teologia da Libertação e acabamos inclusive sendo discriminados por esse setor. Mas eu acho que a Igreja amadureceu no Brasil e está amadurecendo na América Latina e a minha expectativa é que esse encontro do episcopado não deixe de lado a preocupação com o social e com o político, mas que sobretudo volte a se preocupar cada vez mais em anunciar Jesus Cristo a todos, porque a missão da Igreja é anunciar Jesus Cristo. É natural que exista uma preocupação com o mais pobre, com os desfavorecidos da sociedade, mas a gente não pode perder a perspectiva de que Jesus Cristo é pra todos, não importa se pobres ou ricos, Ele é pra todos e Ele é muito mais amplo do que a questão social e política.


Bolivar Aguayo
Empresário em Santiago, Chile

Em seu discurso na sessão inaugural do Celam, em Aparecida, o Papa mostrou alegria e agradecimento; foi o testemunho e o esforço de um homem simples e ágil, que questiona sua vida e a dos seus fiéis sem nenhuma formalidade, como que imitando o estimulante diálogo – citado por ele mesmo – entre a Virgem de Guadalupe e o índio Juan Diego. Trata-se de alguém que quer enfrentar os desafios junto com seu povo, sem fugir das perguntas que hoje em dia derrubariam as proteções daqueles que preferissem substituir suas certezas por afirmações preestabelecidas. Nesse diálogo entre o homem e Deus não só se revela o rosto de Cristo – “o Deus desconhecido” – como também a originalidade de cada povo; toda a delicadeza de alguém que é testemunha de um acontecimento maior do que ele: “Esta V Conferência celebra-se em continuidade com as outras quatro que a precederam...”; em seguida não deixa escapar nada de sua visão, da globalização à família, das ideologias aos jovens, dos leigos aos religiosos, com suas certezas e desafios. Como é imponente e diferente a estatura humana desse homem, numa região freqüentemente humilhada pelo poder das ideologias ou pelas tecnocracias, que tentam inventar um povo de acordo com seus sonhos, em vez de olhá-lo de frente, interrogá-lo e servi-lo.

Para o Papa, a história que a fé cristã escreveu neste continente deve continuar a assumir as dimensões fecundas de sua origem na atualidade, já que estão em jogo o desenvolvimento harmônico da sociedade e a identidade católica de seus povos; então ele pergunta: “O que significou a aceitação da fé cristã para os povos da América Latina e do Caribe?”. Não se trata de uma pergunta que pretenda deixar de lado as culturas pré-colombianas, alienando-as ou subjugando-as a uma nova forma cultural etnocentrista; antes, trata-se da confrontação com um fato novo, Cristo, o “Logos encarnado... que não é estranho a nenhuma cultura, a nenhuma pessoa; ao contrário, a resposta sonhada pelo coração das culturas é o que lhes dá sua identidade última...” Essa nova síntese não suprime nenhuma diversidade cultural, diferentemente das aplicações ideológicas – que, infelizmente, tentam retornar ao continente –, que precisam sempre corrigir algo do humano. E a razão é que Ele responde a todas as tentativas humanas, acolhendo-as para que sejam elas mesmas. “Só a verdade unifica e a sua prova é o amor”. Esse é o recurso incorrigível da identidade, da qual se alimenta e com a qual se compara toda experiência de verdadeira humanização e progresso, desde a religiosidade popular até as mais recentes histórias de reconciliação de povos massacrados por seus erros de convivência. Só uma presença pode ser o amparo dos pobres e dos que sofrem, sem ocultar-lhes nada do mistério do qual participam. A América Latina está toda ela na pertença a essa identidade, na qual reconhecemos um significado último cultura; o gosto pela realidade sem abreviações nem sincretismos vem de uma cultura fiel à sua origem. No incremento dessa consciência repousa o desafio de abraçar qualquer nova diversidade, para que nada se perca.

Que tarefas urgentes e fascinantes deixa-nos a presença de Bento XVI! Mas ele não nos deixa sós. Ele também nos indica qual presença devemos mendigar nesta hora da América Latina: “Fica conosco, Senhor, acompanha-nos, mesmo que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te”. Há espaço para todos.


Padre Vando Valentini
Coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

O homem é, verdadeiramente, um ser ferido pelo desejo da beleza, pelo desejo de infinito. Por isso, ao nos encontrarmos com o Papa Bento XVI, fizemos a experiência da familiaridade com o Mistério. Só assim se descreve adequadamente a experiência que vivemos aqui em São Paulo, durante a visita pastoral do Papa. Um homem que é o sinal evidente do Mistério. Foi uma surpresa atrás da outra: todos esperavam um homem formal e distante; mas Bento XVI conquistou o coração dos brasileiros com sua humilde simplicidade. Até sua timidez foi logo vencida pelo abraço afetuoso. “O Papa vos ama”. “Eu amo o Papa”. Esse foi o refrão que marcou o encontro com os jovens brasileiros no estádio do Pacaembu, e com a multidão na missa em que Frei Galvão – o primeiro santo nascido no Brasil – foi elevado às honras dos altares. O mesmo aconteceu nos outros encontros no santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida, para onde o Papa se dirigiu para abrir os trabalhos da V Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe.

Nos últimos meses o tema que dominou a cena midiática brasileira foi a visita do Papa. Todos os dias os meios de comunicação dedicaram tempo e espaço ao Papa e à vida da Igreja. Assim, a proposta cristã foi obrigada a sair para o campo aberto e confrontar-se com todas as posições que caracterizam a nossa cultura. Quando o Papa chegou, o centro das atenções foi ele. Foi retomado constantemente o tema da defesa da vida e, portanto, da família, mas também o seu tema programático: o Amor. Uma palavra tão difícil de pronunciar de modo verdadeiro, hoje em dia.

Com os Bispos, o Papa retomou com simplicidade e lucidez impressionantes todos os temas caros à Igreja: o encontro pessoal com Cristo como ponto que dá origem a tudo, a evangelização e o diálogo entre as culturas, vida e família. Abordou também os temas mais “ad intra”, como as celebrações litúrgicas, a catequese e a relação com o Magistério e a teologia. O Papa enfrentou também temas mais delicados, como o proselitismo das seitas evangélicas e, numa sociedade tão cheia de contrastes como a brasileira, ressaltou a importância da opção pelos pobres e da presença política dos católicos.

Antes de embarcar no avião, de volta para a Itália, disse: “O encontro com o povo brasileiro foi uma experiência que jamais esquecerei”. Nós também podemos dizer com ele: “Esta viagem provocou uma mudança definitiva na vida da Igreja brasileira; agora estamos mais conscientes e mais decididos a testemunhar perante todos os homens a novidade que encontramos em Jesus Cristo”.


Padre Julián De La Morena
Responsável pela Fraternidade São Carlos Borromeu, México

Esteve no Brasil um pai que procurou estimular o crescimento dos seus filhos de toda a América Latina, não só lembrando-lhes quem somos, mas também oferecendo-nos, uma vez mais, a maior atração que existe para um homem: Jesus Cristo. Esse ancião é o sucessor de Pedro, que tem como missão – determinada por Jesus Cristo – ser a “pedra” e confirmar na fé os seus filhos. Nenhum continente tem tantos traços homogêneos como a América Latina, e isso graças ao cristianismo. Por isso, o rosto que a América Latina busca no espelho é o de Jesus Cristo. Nosso continente, jovem em tantas coisas, também o é na fé, e por isso está mais atento à atração do belo e do verdadeiro; no entanto, necessita ainda que essa fé amadureça. Para tanto, o Papa, como bom pai, indicou-nos de novo o grande ideal cristão, e também nos advertiu para os falsos atrativos do hedonismo e da cultura da morte.

Bento XVI, já como discreto colaborador de João Paulo II, esteve vigilante para que na América Latina os mais fracos, que já haviam sofrido a devastação do capitalismo sem escrúpulos, não sofressem também a manipulação do marxismo, que pretendia se infiltrar em nossa terra de rosto cristão. Por isso, não tem preço o que esse homem já fez por nós, algo que a história haverá de reconhecer um dia. Seu interesse pelos mais fracos tornou-o decidido e corajoso na luta para impedir que caíssemos numa nova escravidão, que se mostrou devastadora no século XX. Esse Papa já havia destacado algumas palavras para personalizar a fé e para que este continente, que ainda tem um número significativo de católicos, possa alegrar-se de sê-lo. Palavras como Amor, que revela o rosto de Deus; a beleza de ser cristão e a fé como o cume da razão, são para nós caminhos que devemos trilhar para que a religiosidade de nosso povo seja pessoal, cresça, seja realmente atraente e missionária.

Sendo pai, nos ensina a sermos filhos e pais. Homem que ajuda os outros a crescer, indicando o Ideal, e que por meio da Igreja, em suas múltiplas manifestações associativas – paróquias e movimentos –, oferece um lugar concreto onde podemos descobrir Jesus Cristo. E amá-Lo.


André Luis Botelho de Andrade
Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator

Q uem é Pedro? Pedro não é o nome próprio de uma pessoa, não é uma pessoa, um “alguém”, mas uma graça, um ministério que perpassa a história da humanidade e que prolonga nela o mistério de Cristo. Esse ministério cobriu Simão, filho de Jonas, e pela sucessão apostólica chega a nós, na humanidade de Joseph Ratzinger. Não importa Simão, não importa Ratzinger, ou sua carne e seu sangue. Seguimos e confiamos hoje, assim como Cristo, ontem, lhe confiou a Sua Igreja (cf. Mt 16, 16-23).

“Traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles.” (At 5, 15). Bento XVI vem trazer a sombra de Pedro para esse povo brasileiro que sofre de tantos males sociais, espirituais, morais, humanos, familiares etc. O momento é de um significado incomparável; é hora de acorrermos a Pedro, a fim de que, por sua sombra, Cristo nos abrace com Sua Verdade e Graça. Em Bento XVI, a graça petrina traz o brilho de uma solidez teológica de quem manifesta a Verdade ao mundo com uma densidade tal que nos fascina pela riqueza e profundidade de suas palavras. Ouvir Bento XVI nunca é suficiente, tampouco ler suas homilias, documentos e pronunciamentos. Será sempre necessário ruminar esse denso alimento; do contrário, ou se erra pela superficialidade, pois a análise simplista do que é complexo sempre é superficial, ou se erra quanto ao significado do conteúdo, aliás, o vilão sórdido mais comum.

Nessa perspectiva é que se vislumbra o detalhe no tema da V Conferência do Episcopado. Ele enriqueceu o tema, passando de “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos tenham vida.” para “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo14,6). O Papa, logo pelo título, quis evidenciar, contra qualquer perigo ou resquício relativista, que a missão tem uma identidade clara: o anúncio de Jesus Cristo, o único que deve ser anunciado, pois somente Ele é Caminho, Verdade e Vida. Esse momento é de um novo ardor no anúncio do mistério de Cristo para o mundo. Sim, o Papa e a V Conferência vão colocar em foco a única luz, a luz dAquele que ressuscitou, pois somente nEle nossos povos têm a vida. Com isso, o Papa espera que se dê um novo curso missionário para a Igreja na América Latina e Caribe.

A Comunidade Católica Pantokrator se vê impulsionada por um novo ânimo a anunciar o Pantokrator, Aquele que governa todo o universo, com novo ardor para que o mundo, de fato, viva o Seu Reino. Mas a grande graça vai além do ânimo, pois a Conferência nos dará pistas e orientações sobre como viver essa missão. As Conferências não dão respostas, mas diagnósticos e pistas de ação. E a resposta? A resposta, cada pastoral e movimento deve encontrar a partir dessas pistas, lidas, refletidas e rezadas sob a luz do Espírito, que dará a cada um, segundo seu carisma próprio, as armas concretas, as estratégias certas, as ações precisas que levem a América Latina e o Caribe a curvar-se diante da Cruz e a repetir as últimas palavras do último imperador romano que perseguiu os cristãos, Juliano, o apóstata: “Tu venceste, ó Galileu.”

 

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

Volta ao início da página