A partir da amizade com padre Lawrence, o encontro com os seminaristas e com professores e estudantes da escola dirigida pelos missionários de São Francisco de Sales
É uma hora da madrugada quando o Boeing 777 toca a pista do aeroporto de Bangalore, no coração da Índia meridional. Às oito da manhã desembarco em Chennai, antiga Madras, que, com cinco milhões de habitantes, é a quarta cidade da Índia. O rosto de um amigo sempre nos conforta e, desta vez, foram dois: padre Lawrence, superior regional dos missionários de São Francisco de Sales, e padre Alberto Berra, missionário do PIME, temporariamente na Índia antes de retornar ao Japão.
Conhecemos padre Lawrence graças a uma das tantas "brincadeiras" da Divina Providência. Tendo conhecido um de seus companheiros indianos em Viena, no verão do ano passado, convidamos Lawrence para o Meeting de Rímini 2006 e para a Assembléia de Responsáveis de La Thuile. Surpresa, interesse e gratidão: o início de uma amizade que foi alimentada, até o momento, por telefonemas e e-mails. Agora estou aqui, hóspede seu e de sua comunidade. Chegamos à paróquia que os missionários de Lawrence estão construindo, depois fomos à cidade: visitamos os lugares onde o Apóstolo Tomé viveu e foi martirizado, um espaço sagrado da tradição hindu. Depois, viajamos sete horas e meia de trem para percorrer 600 km. São pouco mais de sete horas quando chegamos à cidade de Puddokottai: 300 mil habitantes, em sua maioria, índios.
O santuário de Vailankanni
Fomos imediatamente ao santuário católico de Vailankanni: viajamos cerca de 150 km em direção ao sul, e costeando o mar ainda temos sinais bastante visíveis do tsunami. Este é o santuário católico mais famoso da Índia, visitado todos os anos por milhares de peregrinos provenientes de todas as partes do país, especialmente no mês de setembro, quando a Igreja lembra a natividade da Virgem Maria. Aqui, Nossa Senhora apareceu a um menino no século XVI, e, desde então, a devoção vem crescendo ininterruptamente. O santuário é imponente, enriquecido por vários edifícios que hospedam a capela das confissões e a da adoração perpétua, as capelas da Via Crucis e o grande abrigo para os peregrinos. Concelebramos missa em língua tâmil. A assembléia está lotada e participa com devoção, sem poupar-se no canto.
Durante a viagem, fizemos uma parada para visitar um antigo templo hindu. A imponência da arquitetura chama a atenção, mais uma vez, para o esforço titânico que o gênio religioso do homem produziu para tentar representar o rosto do Mistério. Jantamos no seminário dos missionários: cinco sacerdotes e aproximadamente 30 estudantes. Enquanto isso, a amizade com padre Lawrence se aprofunda: tentamos não perder nenhuma ocasião para nos conhecermos na originalidade de nossas respectivas histórias.
Na segunda-feira, mais uma viagem. Encontramos igrejas católicas fundadas por portugueses e templos hindus lotados. O desafio à presença da Igreja se manifesta em toda a sua imponência: temos diante de nós uma religião que é tão antiga quanto presente na sua atualidade.
Na manhã de terça-feira tivemos um encontro com os 50 professores – quase todos católicos – de uma escola que tem 2 300 alunos, desde o maternal até o Ensino Médio. O reitor me pediu para falar sobre o Movimento. Os trinta minutos passaram depressa. Prometi enviar-lhes exemplares do livro Educar é um Risco para poderem continuar o trabalho. No pátio, todos os alunos nos esperavam. Na frente do palco, a cerimônia de acolhida. O reitor me apresentou e me passou o microfone. Dos jovens, somente 300 são católicos: os outros são hindus e muçulmanos. Falei sobre a minha alegria de estar pela primeira vez no país, em uma escola que é um lugar de conhecimento da verdade, necessário para se tornar adultos e servir o próprio país e o mundo. Falei da necessidade de conhecer e amar a própria tradição vivida na família e, por isso, do amor aos próprios pais. O reitor e padre Lawrence agradeceram. À noite, tomei o avião para Singapura e Jakarta. Outras cores e sabores, mas a mesma aventura saborosa do encontro.
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón