As férias de papai John
Bonifácio, mala na mão, está pronto para partir.Papai John olha o filho de vinte e três anos que deve deixar o vilarejo por causa do trabalho e mudar-se para a distante Douala, a maior cidade de Camarões. Bonifácio mudou nos últimos tempos, desde que encontrou aqueles novos amigos: padre Giuseppe, Richard... Uma noite, conversaram sobre eles e papai John ficou tocado pelo modo como o filho falava sobre essa nova vida. Seus olhos brilhavam. Estava realmente feliz. Enquanto o acompanhava à estação, perguntou: “Bonifácio, quando você disse que seus amigos se encontram?”. “Quinta-feira”.
Assim, uma noite, papai John decide ir à reunião: quer ver, quer entender. Apresenta-se na Escola de Comunidade: “Sou o pai de Bonifácio. Posso ficar?”. “Claro”. Richard senta perto dele com o livro O senso religioso nas mãos. O texto é lido, alguns se colocam para entender. No fim, a oração. Richard se aproxima de papai John: “Então, o que você achou?”. “Sinto muito, mas não entendi nada. Não sei inglês, falo apenas o nosso dialeto”. E, depois de alguns minutos: “Quando vai ser o próximo encontro? Bem, eu venho”.
Durante dois anos, papai John vai aos encontros de Escola de Comunidade, participa dos Exercícios... tudo rigorosamente em inglês. Não desanima, cigarro nos lábios, está sempre atento. Como pode, Richard tenta traduzir.
Chega até um convite para passar alguns dias de férias com os novos amigos na missão de Sop. Papai John aceita. São dias serenos, de convivência simples, mas que têm dentro sempre aquele toque de diversidade humana que papai John tinha percebido.
Finalmente, uma noite, levanta a mão. Imediatamente todos ficam em silêncio e ele diz: “Estou com vocês já há algum tempo. Vim pela primeira vez porque vi meu filho mudado. Continuo a não entender quase nada, mas há algo que preciso dizer: acredito que São Pedro, quando seguia Jesus entendia bem pouco, porém estava com Jesus. E isso bastava a ele para ser feliz”.
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