República Tcheca. “É um pai que nos trata como homens”
Mais de cem mil pessoas aguardavam Bento XVI, em Brno. A maioria era de jovens tchecos. Mas havia também eslovenos, pois Bratislava, capital da Eslováquia, não é muito distante da segunda cidade da República Tcheca, no coração da Morávia. No meio deste grupo, uma centena de membros de CL. Quarenta são de Brno ou Praga e os outros sessenta vieram da Eslováquia. Estavam juntos para ouvirem o que o Papa tinha a dizer e acompanhá-lo na sua viagem apostólica à República Tcheca.
“Para nós foi uma peregrinação. Participamos dos gestos públicos programados para os três dias de visita. Foi a nossa Jornada de Início de Ano”, afirmou padre Stefano Pasquero, sacerdote da Fraternidade São Carlos Borromeu. Ele vive em Praga, junto com outro padre e um diácono, na casa da Fraternidade que nasceu há sete anos em torno da realidade do Movimento e deu vida nova à comunidade na capital.
Assim, vinte jovens de Praga, entre colegiais e jovens trabalhadores, juntando também algumas famílias, encontraram-se às quatro da manhã de domingo, 27 de setembro, para irem a Brno, onde às 7h encontraram outros vinte universitários. Chegaram também os eslovacos e juntos assistiram à missa do Papa no aeroporto.
No dia seguinte, foram aqueles de Brno que se moveram até Praga. Bento XVI celebrou a missa na Esplanada de Starà Boleslav, no dia em que se comemora São Venceslau, o patrono evangelizador da Boêmia. “Ele se dirigiu aos jovens dizendo que, se o coração deles estiver aberto, não é difícil seguir Jesus”, conta padre Stefano. E um dos jovens afirmou: “Ele nos trata como homens”. Mas esta não foi a única coisa que marcou os jovens. Antes da chegada do Papa, não tinham percebido como havia poucos sinais anunciando sua presença. Era grande a indiferença. Padre Stefano explica: “Não só por causa do comunismo, mas também pela influência do protestantismo, aqui cresceu um povo cético e individualista. Este foi o primeiro país da Europa que adotou uma lei a favor do aborto, e onde nem se admite a possibilidade de discutir questões éticas... Talvez por isso sejamos um dos países mais visitados pelos Sucessores de Pedro. Em vinte anos, esta é a quarta vez”.
Por isso, impressiona ouvir a universitária Jana falando do Papa como uma autoridade para a sua vida: “Um pai”. Nesta terra, como pode pensar em usar esta palavra? “A maioria dos jovens tchecos vem de famílias desfeitas. Falar de paternidade e autoridade não é simples. São palavras que, nesta cultura, soam como algo contrário à liberdade”, conta padre Stefano.
Mas há um outro convite do Papa que foi ouvido de modo especial; “Quando nos pediu para sermos testemunhas, para termos uma fé viva e termos coragem de vivê-la no cotidiano”, diz ainda o sacerdote. E depois fala de como estas palavras confirmam os fatos que têm acontecido, como Tomás que escreveu um panfleto à mão e distribuiu aos seus colegas convidando para a Escola de Comunidade na universidade. O mesmo convite que Jana dirige a todos os que encontra: “Porque aqui é como se os trouxesse à minha casa”.
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