Vai para os conteúdos

Passos N.110, Novembro 2009

RUBRICAS

ACONTECE

por Paolo Perego

República Tcheca. “É um pai que nos trata como homens”

Mais de cem mil pessoas aguardavam Bento XVI, em Brno. A maioria era de jovens tchecos. Mas havia também eslovenos, pois Bratislava, capital da Eslováquia, não é muito distante da segunda cidade da República Tcheca, no coração da Morávia. No meio deste grupo, uma centena de membros de CL. Quarenta são de Brno ou Praga e os outros sessenta vieram da Eslováquia. Estavam juntos para ouvirem o que o Papa tinha a dizer e acompanhá-lo na sua viagem apostólica à República Tcheca.
“Para nós foi uma peregrinação. Participamos dos gestos públicos programados para os três dias de visita. Foi a nossa Jornada de Início de Ano”, afirmou padre Stefano Pasquero, sacerdote da Fraternidade São Carlos Borromeu. Ele vive em Praga, junto com outro padre e um diácono, na casa da Fraternidade que nasceu há sete anos em torno da realidade do Movimento e deu vida nova à comunidade na capital.
Assim, vinte jovens de Praga, entre colegiais e jovens trabalhadores, juntando também algumas famílias, encontraram-se às quatro da manhã de domingo, 27 de setembro, para irem a Brno, onde às 7h encontraram outros vinte universitários. Chegaram também os eslovacos e juntos assistiram à missa do Papa no aeroporto.
No dia seguinte, foram aqueles de Brno que se moveram até Praga. Bento XVI celebrou a missa na Esplanada de Starà Boleslav, no dia em que se comemora São Venceslau, o patrono evangelizador da Boêmia. “Ele se dirigiu aos jovens dizendo que, se o coração deles estiver aberto, não é difícil seguir Jesus”, conta padre Stefano. E um dos jovens afirmou: “Ele nos trata como homens”. Mas esta não foi a única coisa que marcou os jovens. Antes da chegada do Papa, não tinham percebido como havia poucos sinais anunciando sua presença. Era grande a indiferença. Padre Stefano explica: “Não só por causa do comunismo, mas também pela influência do protestantismo, aqui cresceu um povo cético e individualista. Este foi o primeiro país da Europa que adotou uma lei a favor do aborto, e onde nem se admite a possibilidade de discutir questões éticas... Talvez por isso sejamos um dos países mais visitados pelos Sucessores de Pedro. Em vinte anos, esta é a quarta vez”.
Por isso, impressiona ouvir a universitária Jana falando do Papa como uma autoridade para a sua vida: “Um pai”. Nesta terra, como pode pensar em usar esta palavra? “A maioria dos jovens tchecos vem de famílias desfeitas. Falar de paternidade e autoridade não é simples. São palavras que, nesta cultura, soam como algo contrário à liberdade”, conta padre Stefano.
Mas há um outro convite do Papa que foi ouvido de modo especial; “Quando nos pediu para sermos testemunhas, para termos uma fé viva e termos coragem de vivê-la no cotidiano”, diz ainda o sacerdote. E depois fala de como estas palavras confirmam os fatos que têm acontecido, como Tomás que escreveu um panfleto à mão e distribuiu aos seus colegas convidando para a Escola de Comunidade na universidade. O mesmo convite que Jana dirige a todos os que encontra: “Porque aqui é como se os trouxesse à minha casa”.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

Volta ao início da página