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Passos N.71, Abril 2006

DESTAQUE - 20 anos da CdO

As Bases da CDO

por Alberto Quadrio Curzio

Acolhi com prazer o convite para fazer uma breve reflexão
sobre a Companhia das Obras, no seu 20° aniversário,
pois pra mim esta é, antes de tudo, um projeto de tradução
em obras de três grandes princípios: subsidiariedade, solidariedade
e desenvolvimento.
A subsidiariedade da CdO combina liberdade e responsabilidade
para a atuação daquele liberalismo social que repulsa,
seja o liberalismo mercantil, seja o governo estadista.
A solidariedade da CdO atua em um modo dinâmico, isto
é, associando muitas pequenas empresas para gerar um sistema
forte e inovador, mas não reivindicador.
O desenvolvimento da CdO buscou a combinação entre
sociedade e economia, ou melhor, usa uma estratégia comunitária
para os associados, de modo a dar a eles força para
competir nos mercados.
Reflito sobre estas três palavras há muitos anos e sobre isso
elaborei estudos e escrevi teses, que compreendem também
estas minhas reflexões, que sucessivamente eu confrontei
em debates e encontros com os associados da Companhia das
Obras, nas suas diversas atividades, encontrando uma forte
consonância.
O sucesso da CdO em termos associativos, que estão por
volta de 35 mil pessoas, e em termos de divulgação territorial
e setorial, demonstra que na Itália tinha essa necessidade
não respondida em tantas outras modalidades de associação,
mesmo muito respeitadas.
Em uma democracia pluralista é justo que hajam muitas formas pelas quais os sujeitos sociais e econômicos atuem as
próprias contribuições para o desenvolvimento.
A Itália teve e tem diversos e construtivos sujeitos e as suas
associações: empresas, cooperativas, trabalhadores do terceiro
setor, e sindicatos.
Entre estes se coloca também a CdO, mesmo tendo apenas
20 anos de existência. A explicação deste sucesso está em
muitos fatores, entre os quais evidenciamos a aplicação dos
três princípios, e sobretudo por tê-los tornado “vivos” por
meio de um contínuo processo de formação, que entre os
seus associados se desenvolveu com capacidade inovadora
e confiança recíproca. Nos muitos encontros organizados
pela CdO dos quais participei, encontrei um forte empenho
com o diálogo e a busca de uma sociedade melhor. E não é
uma vontade assistencialista, mas sim, humanamente levada
pela convicção de querer construir também o próprio bem
pessoal, nunca desligado de um bem comum. Promovendo
assim, atividades empresariais que se colocam entre a sociedade
e a economia.
Se a CdO mantiver este espírito e esta inspiração, que
conquistou, sobretudo, as gerações jovens, dando a elas
uma confiança que quer construir o futuro sem reivindicações,
então prosseguirá na sua importante obra para o bem
comum, construído “por baixo”, unindo liberdade e responsabilidade.
(* Diretor da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade
Católica de Milão)

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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