Inédito. Kroscienko, 11 de junho de 1973
O pronunciamento de padre Luigi Giussani por ocasião da consagração do movimento polonês “Igreja viva” nas mãos da Imaculada Mãe da Igreja pelo então cardeal Karol Wojtyla, arcebispo de Cracóvia
Eu me sinto em casa, pois participamos todos do mesmo Corpo do Senhor, e vejo essa idéia, esse valor na base da vossa fraternidade.
O nosso movimento, como o de vocês, também tem como único objetivo dar novamente uma fé viva, especialmente aos jovens e, justamente pela Providência, é que as ações, as palavras programáticas do nosso movimento coincidem literalmente com as palavras programáticas do movimento de vocês: nova vida, novo homem e nova cultura.
Porém, o mundo que nos circunda não pode aceitar facilmente essa obra do Espírito, essa novidade verdadeira de vida. Por isso, assim como vocês devem trabalhar em condições de cansaço e de adversidades, de preocupações, nós também – segundo outros pontos de vista – temos os nossos cansaços e as nossas perseguições do mundo para suportar.
Portanto, espero que a vossa experiência seja de ajuda para a nossa, pois já fizemos muitas trocas, muitos intercâmbios de estudantes nesses anos. Espero que isso prossiga para que também a nossa possa ser um testemunho para vocês. Obrigado.
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O movimento polonês Luz e Vida tem suas raízes na Oasi. A primeira Oasi (um retiro que durou 15 dias) foi organizada pelo pedre Francesco Blachnicki em 1954, com o objetivo de educar os adolescentes a um estilo de vida cotidiana formado sobre a vocação cristã. Em 1969 se acrescenta um novo elemento: a concepção de uma “Igreja viva”. Em 1976 a Oasi da Igreja viva tomou o nome “Luz e Vida”, envolvendo milhares de pessoas.
A história de amizade e de reconhecimento na fé entre Luce-Vita e CL remontam à metade dos anos 60. No curso de um Simpósio realizado em Podkowa Lesna, nos arredores de Varsóvia, entre os responsáveis dos dois movimentos, padre Blachnicki lançou a idéia de um Congresso em Roma, para o qual convidariam outros 20 movimentos, para poder aprofundar as reflexões iniciadas no Simpósio de Varsóvia, especialmente a relação entre as instituições e os carismas, o estatuto eclesial do leigo, as notas de eclesialidade de um movimento. O congresso ocorreu em Roma, de 23 a 27 de setembro de 1981. Naquela ocasião João Paulo II enviou uma carta na qual escreve, entre outras coisas: “Como bem sabem, a própria Igreja é um movimento”.
O convite de 1973 que padre Blachnicki fez a padre Giussani, para a cerimônia de entrega do movimento “Igreja viva” nas mãos de Nossa Senhora pelo então cardeal de Cracóvia Karol Wojtyla – o qual documentamos nessas páginas – se insere na história dessa longa amizade.
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