1981
Movimentos na Igreja
O Congresso Internacional “Movimentos na Igreja” - idealizado e promovido pelo Padre Blachnicki - foi um acontecimento que tocou profundamente a todos aqueles que dele participaram. Sendo que foi por meio de um encontro que cada um de nós se sentiu renascer ao descobrir e pressentir a fé como algo razoável e que incide sobre a vida, quisemos, igualmente, por meio deste encontro adquirir maior consciência da nossa vocação e da vocação que caracteriza o movimento ao qual pertencemos. [...] O que é um movimento no mistério de Deus, no cosmo, na história, na Igreja inteira? Um pormenor; e é nesse pormenor que a riqueza do Todo se concretiza, se existencializa. São Paulo diz que o Senhor não tergiversou entre o sim e o não: o que disse foi um sim. Muito bem, o movimento é o nosso sim.
(Notas conclusivas em I movimenti nella Chiesa negli anni ’80, pp. 245, 248)
1982
O Papa no Meeting
O milagre da mudança de quem crê em Cristo é o maior testemunho da verdade da sua presença. Uma comunidade de pessoas que vivem deste modo constituem a alvorada de um mundo novo, o início de uma humanidade verdadeira. Por isso uma comunidade deve gerar obras cujo valor final é o testemunho. Esse foi o chamado que o Papa fez no Meeting quando definiu o objetivo da Igreja como “reconstruir a civilização da verdade e do amor”. Mas o objetivo da Igreja não é dar glória a Cristo? É exatamente a mesma coisa: glória de Cristo é a salvação do homem. Tal testemunho se obtém pela fé que gera um conjunto de homens mudados que urge, como já dissemos, a perguntar-se qual seja o motor e a razão última. Este deve ser também o valor das obras.
(L’idea di movimento, Quaderni 10, suplemento de CL-Litterae Communionis, n. 3 1987, p. 30)
Reconhecimento da Fraternidade
O que aconteceu em 11 de fevereiro é certamente a maior graça de toda a história do Movimento. [...] A certeza quanto ao valor da nossa experiência, implícito nesse acontecimento, nos impele com maior tranqüilidade e generosidade de coração à obediência aos bispos e à colaboração em sua pastoral, sem as quais se torna incerta a edificação do povo de Deus. [...] Duas circunstâncias tornam ainda mais precioso para nós o dom que recebemos. A primeira é o fato de que o próprio Santo Padre, como é lembrado no decreto, tomou a iniciativa de encorajar a decisão do Consilium pro Laicis. A segunda é dada pela coincidência da emissão do decreto com a festa da aparição de Nossa Senhora em Lourdes.
(“La Fraternità di Comunione e Liberazione”, in CL - Litterae Communionis, março de 1982, p. 3)
1984
Trigésimo aniversário
Nós acreditamos em Cristo morto e ressuscitado, em Cristo presente aqui e agora, único que pode mudar e muda, transfigurando-os, o homem e o mundo. [...] A razão de ser do movimento, aquilo pelo qual somos uma coisa só, é a certeza de Cristo morto e ressuscitado, portanto presente, único que “muda, transfigurando-os, o homem e o mundo”. Essa certeza fundamenta o dinamismo da experiência do movimento, como semente que se aprofunda e se torna planta, flor, fruto a ser comunicado. A providência pode ter-nos feito encontrar mil boas deixas, mas a razão de ser de uma permanência na amizade e na caridade é essa. [...] Chama-se carisma essa modalidade de encontro graças à qual o conteúdo da fé se apresenta capaz de persuadir e de mobilizar a vida, de começar a realizar uma vida nova. E o carisma, sendo por natureza comunicativo, gera justamente uma consangüinidade de fé e de percepção, uma correspondência, uma fraternidade operante; numa palavra, um movimento.
(“Ambiente di vita redenta”, in CL - Litterae Communionis, 1985, nº 1, p. 9)
1987
Assago, na convenção da Democracia Cristã
A política, enquanto mais completa forma de cultura, só pode ter como preocupação fundamental o homem. [...] A responsabilidade do homem, mediante todos os tipos de solicitações que lhe vêm do impacto com o real, compromete-se com a resposta às perguntas que o senso religioso – a Bíblia diria “coração” – exprime. No jogo da responsabilidade diante dos valores, o homem tem de lidar com o poder. [...] Ora, o poder, ou é determinado pela vontade de servir à criatura de Deus no seu desenvolvimento dinâmico, isto é, servir ao homem, à cultura e à práxis que dela deriva, ou então tende a reduzir a realidade humana ao seu próprio objetivo.
(O eu, o poder, as obras, pp. 161-162)
1988
O reconhecimento dos Memores Domini
No mosteiro, no convento ou nas casas, estas pedras vivas, aqueles que foram chamados e escolhidos, foram chamados para demonstrar com a própria forma visível da sua vida você, que faz a profissão hoje, é chamado a demonstrar com a forma visível da sua vida, só com a própria forma visível da sua vida que só Ele é; ou seja, que Cristo é o Rei do universo: “Christe cunctorum dominator alme”, “omnia in ipso constant” tudo tem consistência nEle, por Ele. [...] Este é o valor objetivo da vocação: a forma da sua vida entra em jogo no mundo por Cristo, luta no mundo por Cristo. A própria forma da sua vida! [...] É uma vida que como forma grita: “Jesus é tudo”. Gritam isto diante de todos, de todos aqueles que os vêem, de todos aqueles que com eles se deparam, de todos aqueles que os ouvem, de todos aqueles que olham para eles. Isto é, aqueles que moram no mosteiro, no convento ou na casa foram chamados a ser profetas.
(“Deus: o tempo e o templo”, in Litterae Communionis, março-abril de 1995, pp. 20, 23)
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