Uma vida nova
Em 2008, Marcelo trabalhava no Rio de Janeiro. Possuía um bom emprego, um ótimo salário e morava bem. Mas nada disso tirava dele a tristeza que há algum tempo o estava dominando. Nos últimos quatro anos havia perdido o pai e dois irmãos, sendo o último o amigo ao qual ele era mais apegado. “Desde o falecimento de meu pai ‘abriu-se’ dentro de mim uma sensação de incompletude diante de minhas experiências, ou seja, era como se agora minha vida precisasse seguir (como todos nos dizem quando perdemos alguém querido), porém parecia que não fazia sentido lutar tanto pelas coisas da vida”. Ele passou a caminhar por horas pela praia buscando entender o significado da própria vida.
Exatamente duas semanas após a morte de seu irmão, decidiu procurar ajuda e descobriu, por acaso, uma igreja escondida, no terceiro andar de um centro comercial, em Copacabana. Assistiu a primeira missa após esses fatos doloridos e deparou-se com um padre de sotaque italiano. “Dediquei toda a atenção que me era possível à sua homilia e foi então que, em um flash, consegui perceber que existia uma saída: padre Enrico explicava que somente Cristo é o pilar de nossa casa e que nada mais poderia nos sustentar. Eu estava preenchido de uma esperança que me reergueu de uma maneira impressionante”. Marcelo passou a frequentar as missas ali. Também começou a convidar alguns amigos do trabalho para participar dos almoços beneficentes em prol da capela que estava sendo construída no Morro dos Cabritos e depois de um tempo aproximou-se timidamente do pároco.
Nessa mesma época aconteceu novo imprevisto. Sua mãe adoeceu em Sorocaba, sua cidade natal, e Marcelo decidiu deixar tudo no Rio e voltou para seu antigo trabalho, em Jundiaí, a 100 km da família, na aflição de querer “controlar” a situação. Mas o coração estava insatisfeito. Certo dia, foi apresentado a um novo colega no trabalho, seu xará Marcelo. Ele também é músico, pois ambos estudaram violão erudito e trombone. Passam a almoçar juntos e, entre uma garfada e outra, além do interesse pela música, descobre algo surpreendente: seu colega também é católico, e conhece o padre italiano do Rio de Janeiro. “Um dia, caminhávamos após o almoço e ele me perguntou sobre minha vida no Rio e eu falei de minhas impressões sobre a cidade, até que mencionei a Igreja Santa Cruz de Copacabana. Nesse momento ele me perguntou se eu conhecia o padre Enrico Arrigoni e começou a me falar sobre Comunhão e Libertação”. Marcelo começa, então, a ler os textos de Dom Giussani e Carrón e em pouco tempo já frequentava a Escola de Comunidade. “Todos me acolheram e nada me perguntaram. Fui levado a sério sem questionamento ou esquemas de enquadramento pessoal. Começou uma nova vida para mim diante do fato de Cristo que se manifestava. Cristo abraçou-me no Rio mostrando que havia uma saída e ainda me deu a contraprova aqui em São Paulo”.
As coisas cotidianas adquiriram novo sabor. Marcelo voltou a sorrir. Ficou mais confiante na vida e juntos, os dois amigos se tornaram uma companhia inseparável, na empresa. Até que outro colega quis juntar-se ao grupo – “por que são diferentes?” – e, assim, Marcel Augusto passou a dividir com eles os textos de Giussani e a fazer Escola de Comunidade na hora do almoço. Em junho deste ano, Marcelo era um dos quinhentos participantes nos Exercícios da Fraternidade. “Minha vida mudou completamente. Tudo consegui recuperar, inclusive meus erros resultantes de minha incoerência e da falta de amor próprio. Hoje sei que a força é Cristo quem nos dá. A força vem d’Ele”.
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón