Passos N.120, Outubro 2010

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Ribeirão Preto

Experiência elementar: o despertar do humano
Uma proposta educativa na universidade

No período de 23 a 27 de agosto ocorreu no Campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto o segundo curso sobre Experiência Elementar em Psicologia, cujo tema foi: as exigências constitutivas da pessoa. O primeiro tinha ocorrido no mês de março de 2010. Tivemos 35 inscritos entre estudantes e profissionais de diversas áreas (Psicologia, Psiquiatria, Nutrição, Educação, Marketing e Comunicação Social) que participaram intensa e assiduamente do curso.
Valeu a pena? Confira a resposta lendo alguns trechos dos depoimentos que recebemos no final, quando os participantes avaliaram a proposta.
“Eu sigo descobrindo o que essa semana excepcional fez de mim. Noto ter ficado uma certeza do verdadeiro, de uma realidade, de fato, real! Real diante da mentira! Real diante do pedido de justiça que me constitui! Real diante da minha sede de amor! Real diante do nosso coração. Restou-me uma procura, por vezes dolorida, por algo que ao mesmo tempo que me coloca diante do meu limite, me apresenta um horizonte totalizante; ao mesmo tempo que não é meu, me faz ser. Durante o lanche de encerramento, no rosto e no abraço de cada um, inclusive daqueles até então desconhecidos, eu pude reconhecer uma companhia e misteriosamente tocá-la.” (Giovanna, estudante de Psicologia)
“Para mim, a semana significou uma grande abertura para a vida, para um ‘eu’, como que um ‘si mesmo’ que eu mesma desconhecia.” (Mariana, estudante de Nutrição)
“Quando me inscrevi não sabia muito bem sobre o que ia se falar, mas procurava algo que pudesse me ajudar na minha profissão, saber chegar melhor nos pacientes (vou ser nutricionista). No fim das contas saí de lá com muito mais bagagem pra vida do que pro consultório simplesmente. Como me disseram e confirmo, sai nutrida. Nutri corpo e alma, com conceitos amplos sobre coisas simples.” (Verônica, estudante de Nutrição)
“O curso de Experiência Elementar em Psicologia modificou minha maneira de pensar e agir, um curso fascinante que nos ensina a refletir sobre nossas experiências e ao mesmo tempo se importar com as pessoas com que nos relacionamos, o que nos define como seres humanos. O que presenciei nessa semana me transformou como pessoa, permitiu um novo olhar sobre as situações com que me deparo diariamente e um amadurecimento racional. Todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de fazer esse curso, pois ele não atende apenas à Psicologia, é um estudo que nos remete a aperfeiçoar o modo de viver e encarar a realidade.” (Nayara, estudante de Psicologia)
“A experiência de estar em contato, por uma semana, no curso de Experiência Elementar, me provoca a olhar a realidade com os braços abertos: é como um abraçar a Beleza do Lago toda manhã. E colher o que a realidade suscita e vivenciá-la, exige esforço nosso, junto a uma companhia. E quando vivenciado os momentos da totalidade da realidade,o sentimento que nos toma é de acolhimento de si mesmo, e da própria realidade que nos acompanha todos os dias.” (Inaê, estudante de Psicologia)

“Esse curso me fez entender como a minha vida está permeada pelas exigências provocadoras da experiência elementar. Nas minhas atividades como docente e profissional de comunicação, pulsam as energias das pessoas e consigo estabelecer uma ligação muito forte com a experiência elementar. Particularmente, quando penso nas exigências constitutivas, tenho certeza de que meu trabalho não cessa ao criar uma nova campanha de comunicação ou desenvolver uma nova atividade para as aulas. Ela vai além e me transporta para um significado amplo para minha vida pessoal e profissional; me faz entender o meu real papel junto aos meus alunos e ao meu trabalho. E, portanto, não posso me afastar dessa experiência.” (Carmen, Docente da área de Comunicação e Marketing)
"Já tinha escutado bastante que somos exigência de beleza, verdade e justiça..., mas faltava perceber isso como algo valioso. Agora, me pergunto se pode haver algo mais importante do que possuir algo encravado na nossa estrutura, não dependente de nossos limites, e que nos permite recuperar, ‘de dia ou de noite’, quem somos e para onde vamos. Pode haver algo mais criativo e generoso do que dotar a criatura de uma marca que permita, por mais distante que caminhe, reconhecer sempre sinais dos caminhos de volta para casa? Por isso, nasce um desejo de cuidado deste conjunto de exigências como verdadeira forma de cuidado da minha vida e um apego aos amigos que mais despertam estas exigências.” (Sergio)
Podemos realmente afirmar que a proposta que Giussani nos oferece faz viver a experiência do despertar do humano em nós e em todos aqueles que a encontram!

(por Marina Massimi)