O ano de 2009 parece estar voando. Já estamos em setembro e o mundo parece de cabeça para baixo: terremotos, enchentes, guerras civis, “guerras” no Senado brasileiro, crise financeira, gripe suína... Todos estes fatos podem ser vividos como provocações ou podemos transformar tudo em brincadeira, esperando que tudo se resolva logo, para poder continuar nosso caminho como se nada tivesse acontecido.
Mas, se levarmos a sério o que está acontecendo, nos identificaremos com o drama de tantas pessoas que sofrem e não poderemos ficar indiferentes. Fatos como esses nos colocam diante do mistério da existência, desafiando nossa razão e nossa liberdade. Desperdiçar a oportunidade de encará-los de frente nos deixaria, porém, mais desorientados e céticos.
Estar diante da seriedadedestas questões nos abre a olharmos nossas exigências até encarar o mistério da existência. E, para que isso aconteça, precisamos de algo mais que os planos de emergência ou os cuidados médicos. Como afirma Dom Giussani, “para o mundo, tudo é sério, exceto a vida. Não a vida – a vida com saúde é uma coisa séria, obviamente – mas “a vida”. Porém, o que é “a vida” mais do que a saúde, o dinheiro, o relacionamento entre homem e mulher, os filhos, o trabalho? O que é a vida mais do que essas coisas? O que implica? A vida implica tudo isto, mas com um objetivo, com um significado” (É possível viver assim?, p. 123-124).
Nós somos uma enorme exigência de significado, de plenitude, de felicidade, porém nos damos conta de que nós mesmos não podemos dar resposta a essa sede. Sozinhos, com nossas próprias forças, não podemos. O único que pode manter viva nossa esperança e nos permitir viver sem medo é a experiência de Cristo, Misericórdia de Deus que se faz companhia palpável na história de nosso povo, por meio da Igreja.
Por isso, precisamos estar atentos às testemunhas, ou seja, a quem entre nós, se move sem omitir as questões mais profundas nem as ações necessárias – como demonstrado por tantos relatos do Meeting de Rímini, ao qual Passos se dedicará a exemplificar na próxima edição –, precisamente porque estão certos de que tudo nos é dado para a realização de nossa vida. Essa certeza plena de razões é a mesma que brota das palavras de Nossa Senhora de Guadalupe a seu filho indígena, Juan Diego: “Não tenha medo. Eu, que sou sua mãe, não estou aqui com você?”.
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