É uma das crises humanitárias mais graves dos últimos tempos. Tanto que o Papa Francisco anunciou que está estudando uma visita ao país junto ao primado anglicano Justin Welby. No dia 20 de fevereiro o Governo do Sudão e a Unicef, Fao e World Food Program declararam estado de fome para duas regiões da parte do centro-norte do país, mas também o Iêmen, a Somália e a Nigéria estão em risco. Agora é oficial, mas “quer dizer que já falimos”, afirmava Giacomo Franceschini, diretor da ONG Intersos, depois que as pessoas já começaram a morrer de fome.
As associações humanitárias falavam de 100 mil pessoas, mais outro milhão estaria à beira do estado de fome. “A situação veio à tona depois dos confrontos de 8 de julho de 2016 em Juba e que depois espalhou-se em todo o país”, diz Mirko Pagani, cooperador representante de AVSI no Sudão do Sul. “Isto levou à criação de milícias locais contra o governo, que para sobreviver atacam e roubam as organizações humanitárias. O estado de fome foi desencadeado porque os combates de julho obrigaram muitos a fugirem, muitos campos cultivados foram abandonados ou queimados e a população não conseguiu estocar comida suficiente para se alimentar durante a estação de seca”.
Por esta trágica conjuntura de guerra, seca e da economia em colapso, “se estima que uma dentre quatro pessoas teve que abandonar a sua própria casa, e 1,3 milhões de sudaneses atravessaram a fronteira e atualmente vivem nos países fronteiriços, como Uganda, Etiópia e Quênia”.
O Papa Francisco, na Audiência geral do dia 22 de fevereiro, mostrou-se apreensivo pelas “dolorosas notícias que chegam do martirizado Sudão do Sul, onde a um conflito fratricida se acrescenta uma grave crise alimentar”. E fez um apelo pela situação do país, convidando a todos “a não se limitar apenas a declarações, mas a tornar concretas as ajudas alimentares e a permitir que elas possam chegar às populações que sofrem”.
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