Vai para os conteúdos

MAGISTÉRIO

Aquele método de Jesus que respeita a liberdade

18/07/2011 - Angelus de Bento XVI (Praça São Pedro, 10 de julho de 2011)

Prezados irmãos e irmãs, estou grato a vocês por terem vindo para o encontro do Angelus aqui em Castel Gandolfo, aonde cheguei há poucos dias. É de bom grado que aproveito esta ocasião para dirigir a minha cordial saudação também a todos os habitantes desta amada cidadezinha, com os melhores votos de uma boa temporada de Verão. Saúdo em particular o nosso Bispo de Albano.

No Evangelho deste Domingo (cf. Mt 13, 1-23), Jesus dirige-se à multidão com a célebre parábola do semeador. Trata-se de uma página de certo modo "autobiográfica", porque reflete a própria experiência de Jesus, da sua pregação: Ele identifica-se com o semeador, que difunde a boa semente da Palavra de Deus, e dá-se conta dos vários efeitos que ela alcança, segundo o tipo de acolhimento reservado ao anúncio. Há quem ouve superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; há outros que a recebem no momento, mas não têm constância e perdem tudo; há depois aqueles que são dominados pelas preocupações e seduções do mundo; e há enfim quantos ouvem de modo receptivo, como o terreno bom: aqui a Palavra produz fruto em abundância.

Mas este Evangelho insiste também sobre o "método" da pregação de Jesus, ou seja, precisamente sobre o uso das parábolas. "Por que lhes falas mediante parábolas?" — perguntam os discípulos (Mt 13, 10). E Jesus responde, apresentando uma distinção entre eles e a multidão: aos discípulos, isto é àqueles que já se decidiram a segui-lo, Ele pode falar do Reino de Deus abertamente, mas aos demais, ao contrário, deve anunciá-lo com parábolas, precisamente para estimular a decisão, a conversão do coração; com efeito, pela sua própria natureza as parábolas exigem um esforço de interpretação, interpelam a inteligência mas também a liberdade. São João Crisóstomo explica: "Jesus pronunciou estas palavras com a intenção de atrair a Si os seus ouvintes e de os estimular, assegurando que, se O procurarem, Ele irá curá-los" (Comentário ao Evangelho de Mateus, 45, 1-2). No fundo, a verdadeira "Parábola" de Deus é o próprio Jesus, a sua Pessoa que, no sinal da humanidade, esconde e ao mesmo tempo revela a divindade. Deste modo, Deus não nos obriga a crer nele, mas atrai-nos a Si com a verdade e a bondade do seu Filho encarnado: Com efeito, o amor respeita sempre a liberdade.

Estimados amigos, amanhã celebraremos a festa de São Bento, Abade e Padroeiro da Europa. À luz deste Evangelho, olhemos para ele como mestre da escuta da Palavra de Deus, uma escuta profunda e perseverante. Devemos aprender sempre do grande Patriarca do monaquismo ocidental a reservar a Deus o lugar que lhe compete, o primeiro lugar, oferecendo-lhe, mediante a oração matutina e vespertina, as nossas actividades quotidianas. A Virgem Maria nos ajude a ser segundo o seu modelo, "terra boa" onde a semente da Palavra possa produzir muito fruto.

© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana

  • Página:
  • left-all
  • left
  • 16
  • 17
 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

Volta ao início da página