Foram 113 encontros, 321 expoentes, 10 exposições, 26 espetáculos, graças à contribuição de quase 4 mil voluntários (140 dos quais são estrangeiros). O resultado: quase 800 mil visitantes, de 38 nacionalidades. Estes são os números da última edição do Meeting da Amizade entre os Povos, encerrado no último sábado em Rimini, sobre o tema “E a existência se torna uma enorme certeza”.
O Meeting foi inaugurado com a mensagem do Papa Bento XVI aos participantes, na qual recorda que “o homem não pode viver sem uma certeza sobre seu próprio destino”.
Na inauguração do evento, o presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, sublinhou a necessidade de incentivar os jovens a “falar a linguagem da verdade”, também em tempos de crise.
“Vocês carregam, no tempo da incerteza, seu anseio de certeza – exortou o chefe de Estado. Por tudo isso, representam um recurso humano para o nosso país. Façam que isso valha ainda mais: este é o meu desejo e meu convite.”
Assim se expressou a presidente do Meeting de Rimini, Emilia Guarnieri, na coletiva de imprensa final: “Contando a história do nosso país [em particular na exposição dos 150 anos de subsidiariedade, N. da R.], interrogando-nos sobre a crise e sobre a situação internacional, aprofundando o olhar na cultura do passado e na da nossa época, vimos algo acontecer: que a existência se torna uma enorme certeza”.
“Encontramos pessoas vindas de todas as partes do mundo – acrescentou – para contar a própria experiência, as quais, por uma certeza vivente em sua existência, podem olhar de maneira diferente as situações de crise e enfrentá-las com uma positividade surpreendente.”
Guarnieri citou, portanto, alguns dos numerosos convidados de toda procedência geográfica, cultural e religiosa, todos testemunhas “da amizade entre os povos”: o cardeal Antonios Naguib, o bispo Armiah, o reitor de Al Azhar, Usamah Elabed, e “companheiros de viagem” já históricos do Meeting, como Farouq Wael, Joseph Weiler, Andrew Davidson, John Milibank.
O Meeting de Rímini se confirmou como lugar privilegiado de diálogo inter-religioso, como testemunha a intervenção de Abdel Fattah Hassan, tradutor ao árabe de “O risco educativo”, de Dom Giussani.
A introdução do professor Costantino Esposito, que abordou o tema do Meeting no âmbito filosófico, foi elogiada por Emilia Guarnieri como uma resposta ao “fácil, mas ilusório consolo, por um lado, do naturalismo, segundo o qual tudo seria explicável 'com base em determinados fatores e mecanismos físico-químicos e neuronais', e por outro, do relativismo cultural”.
Guarnieri citou também a presença de muitos católicos – leigos e eclesiásticos – no Meeting: entre eles, o filósofo Fabrice Hadjadj, os cardeais Dionigi Tettamanzi e Robert Sarah, e o custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa.
Todos eles deram um forte testemunho da sua experiência concreta de Cristo no mundo, coerentemente com o que se fez na exposição “Com os olhos dos Apóstolos”, reconstrução realista do início da pregação de Jesus em Cafarnaum.
Os empresários e políticos que intervieram no Meeting, prosseguiu Guarnieri, “encontraram-se frente a um povo cada vez mais de 'homens sem pátria', isto é, livres; um povo que diz à Itália que esse país não é algo que nasce do alto, nos grandes ateneus financeiros internacionais, mas que nasce da criatividade filha de uma posição humana geradora de homens capazes de desejo, realismo e ideal, única solução para evitar converter-nos em um país para velhos”.
“Pessoas seguras de uma só coisa, essencial, querida por cada um: a própria experiência de homens verdadeiros, seguros e, por isso, irredutíveis a qualquer tipo de poder, porque reconhecem que as forças que mudam a história são as mesmas que transformam o coração do homem. O homem, de fato, não é artífice de si mesmo, mas está marcado por algo de Outro”, concluiu Guarnieri.
Ao término da coletiva de imprensa, anunciou-se Tóquio como sede do próximo Meeting internacional (27 a 31 de outubro de 2011), enquanto o tema da próxima edição de Rimini (19 a 25 de agosto de 2012) será “A natureza do homem e a relação com o infinito”.
(Luca Marcolivio, da Zenit)
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