No dia 12 de outubro, em louvor à Nossa Senhora Aparecida, o Santuário que leva seu nome, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, ficou novamente lotado. De acordo com a organização, 150 mil pessoas haviam passado pela Basílica Nacional nesta sexta-feira.
Mesmo com o tempo ruim, os romeiros não desistiram de participar das festividades. Antes de amanhecer, o estacionamento com capacidade para mais de 4 mil veículos estava lotado.
A missa principal, das 10 horas, foi celebrada pelo cardeal d. Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. A celebração contou ainda com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP), entre outros políticos regionais.
Durante a homilia, o cardeal comentou a abertura do Ano da Fé, nesta sexta, em Roma, pelo papa Bento XVI. "Devemos renovar e fortalecer nossa fé e lutar contra a cultura que mina a fé religiosa e deixa de lado suas raízes", disse Hummes, aos 35 mil fiéis que acompanharam a celebração.
A fé em Aparecida reúne devotos de todas as regiões do País. Conceni Silveira Gonçalves, de 55 anos, encarregada de limpeza urbana em Niterói, no Rio, vai ao Santuário desde 1985 para agradecer as graças alcançadas.
"Toda vez que ventava forte o meu barraco desabava, mas eu nunca desanimei. Até que um dia ele ficou em pé, e eu passei a abrigar os vizinhos desamparados por causa do vento forte", comenta a moradora, que chegou a reunir em sua casa seis famílias vítimas da tragédia do deslizamento de terra no Morro do Bumba, em abril de 2010.
"Hoje moro num palácio, minha casa tem três andares e consegui graças à minha fé em Nossa Senhora", diz. "As pessoas me procuram para rezar por elas, já consegui muita coisa para os outros com as minhas orações."
Fé. Muitos romeiros pagaram promessa mesmo debaixo de chuva, em demonstração de fé e devoção. A romeira Flávia Cristina, de 36 anos, de Caçapava, atravessou a Passarela da Fé de joelhos, acompanhada pela família. Ela carregava uma imagem da santa, padroeira do Brasil.
A dona de casa Maria Aparecida Silva Rodrigues, de 57 anos, acendia velas para o neto. "Vim do Rio entregar meu netinho à Nossa Senhora para que ele possa crescer com saúde", disse. Segundo Maria, o neto João Paulo, hoje com 2 anos, nasceu prematuro aos 7 meses e as complicações na gravidez poderiam ter causado a morte de mãe e filho.
A dona de casa prometeu colocar uma imagem de criança aos pés da santa, conta ela, segurando firmemente por entre os braços a imagem de um anjo. Mesmo tendo nascido com uma paralisia rara, hoje João Paulo é saudável, garante a avó.
O artesão desempregado Valdenir Bonfante, de 43 anos, participa da Festa da Padroeira há pelo menos 20 anos. Para ele, o importante é ter saúde. "Não venho aqui pedir emprego, isso é consequência, só peço saúde."
Quem sobrevive do movimento na basílica, apesar de ter começado o dia sem expectativa de boas vendas por conta da chuva, acabou comemorando o grande movimento de turistas.
Vera Lúcia de Oliveira produz terços e vende aos romeiros no pátio do Santuário. "Espero esvaziar o estoque até domingo", diz a ambulante, que chega a fazer 200 terços por dia junto com a filha e tem lucro de até R$ 600.
Em Belém (PA), milhares de fiéis lotaram a basílica para acompanhar a primeira romaria da imagem da Virgem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. O Círio de Nazaré ocorre no domingo.
O Estado de São Paulo
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón