Autoridades da província de Granma, no sudeste de Cuba, devolveram à Igreja Católica dois edifícios e um terreno, como parte de uma política do presidente Raúl Castro de restituir bens da instituição nacionalizados pelo regime revolucionário em 1961.
"É um gesto totalmente positivo que a Igreja recebe como muito bem-vindo", declarou à AFP Alvaro Beyra, bispo da Diocese de Bayamo-Manzanillo, Granma.
Além da restituição das três propriedades, o governo provincial deu à Igreja um terreno para construir um novo templo.
Em 2012, o governo comunista devolveu para a Arquidiocese de Havana a capela da antiga Universidade de Villanueva, que está muito deteriorada e precisa agora ser restaurada.
Em meados de 1961, ao declarar o socialismo em Cuba, Fidel Castro nacionalizou a educação, uma decisão que, segundo o historiador Augusto Montenegro, destinou-se a passar para o estado a propriedade de 339 escolas e universidades católicas de Villanueva e La Salle, em Havana.
A medida, que também abrangeu escolas evangélicas e laicas, privou a Igreja Católica da sua principal fonte de renda, bem como algumas igrejas e capelas que estavam nesses centros de estudo.
Esse foi o período de maior confronto entre a Igreja e o governo comunista. Mas, meio século depois, em 2010, Raúl Castro iniciou um diálogo com a Igreja, cujo primeiro resultado foi a libertação de mais de 130 presos políticos e deu mais espaço para o trabalho pastoral dos bispos.
Em março de 2012, o Papa Bento XVI realizou uma visita pastoral à ilha e celebrou duas missas, ambas assistidas pelo presidente cubano.
(UOL)
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