Depois de quase dois anos de peregrinação, o Comitê Organizador Local se prepara para receber os símbolos da Jornada Mundial da Juventude no estado do Rio de Janeiro em 21 de abril. A cruz e o ícone de Nossa Senhora foram entregues aos jovens brasileiros na última Jornada em Madri, na Espanha. Até hoje, os símbolos já passaram por mais de 250 dioceses em todo o Brasil. Nesta quarta-feira (27), eles estão na Diocese de Caraguatatuba (SP).
Padre Jefferson Merighetti, diretor do Setor Pré-Jornada, responsável pela peregrinação dos símbolos e pela Semana Missionária, período que antecede a Jornada, explica que os símbolos são uma herança do Papa João Paulo II, criador da Jornada. "Quando João Paulo II teve a inspiração de criar a Jornada, em 1984, ele entregou a cruz e pediu que a juventude de Roma pudesse levá-la adiante com todo plano de evangelização. E agora, ela se tornou uma relíquia do beato", explicou.
A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica perto do altar principal na Basílica de São Pedro. A partir de 1994, a juventude começou a carregá-la pelas dioceses do país-sede da JMJ, como meio de preparação para o grande evento. Em 2003, foi acrescido ao símbolo, o ícone de Nossa Senhora, que representa a mãe que acompanha seu filho a cada dia.
O diretor do setor conta ainda que quando Bento XVI mandou os símbolos para o Brasil, fez um pedido especial. "Ele pediu que deixássemos que os jovens tocassem na cruz de Cristo. Foi o que tentamos fazer e até hoje 250 dioceses já puderam viver isso. Nos preocupamos em fazer com que os próprios brasileiros pudessem monitorar, acompanhar e viver essa experiência."
Cruz no Brasil
É costume acabar as jornadas e os símbolos voltarem ao Vaticano. O Papa espera até o Domingo de Ramos para entregá-los à próxima comissão organizadora. Mas de acordo com padre Jefferson, a organização no Brasil conseguiu quebrar o protocolo. "Como o Brasil tem dimensões continentais, assim que terminou a Jornada em Madri, nós pedimos autorização especial para que eles viessem direto para cá. E desde o dia 18 de setembro de 2011, quando chegaram ao Campo de Marte, em São Paulo, já estão peregrinando pelo país."
A passagem dos símbolos para o Rio de Janeiro será marcada por um grande evento chamado Hallel em Aparecida, que vai acontecer logo depois da Assembléia dos Bispos. "De 21 de abril até o início da jornada, a gente chega a um dos momentos mais especiais do Setor Pré-Jornada, nós vibraremos muito", comemora padre Jefferson.
Cruz no Rio
Dentro do estado do Rio de Janeiro, os símbolos vão passar por dez dioceses. Com exceção de Niterói e Itaguaí, eles ficam em cada local por uma semana. "Niterói e Itaguaí vão ficar com os símbolos por mais tempo porque Niterói vai sediar o Bote Fé, evento de música que marca a passagem dos símbolos. E Itaguaí porque marcará a passagem dos símbolos para a Arquidiocese do Rio", explica.
A pedido de Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, os símbolos serão acolhidos pelo bairro da cidade de Santa Cruz, onde começa uma programação intensa dos 18 dias que antecedem a jornada. "O bairro histórico tem uma cultura religiosa muito forte e também uma história da força dos jesuítas", justificou o arcebispo.
Peregrinação
Em cada diocese, cerca de 300 mil pessoas participaram dos eventos envolvendo os símbolos. No total, cerca de 75 milhões pessoas tiveram contato com a Cruz e o Ícone. Durante toda a peregrinação, os símbolos visitaram diferentes realidades em que os jovens vivem em situação de risco social, entre elas, casas de detenção para menores, penitenciárias, hospitais, comunidades indígenas e quilombolas e escolas e universidades públicas.
"Do Norte ao Nordeste do Brasil, pudemos registrar lindas experiências. As mais marcantes para mim foram em presídios. Em Recife, os presos cantaram, criaram raps e fizeram uma festa. Em outra casa de custódia, aproximamos a cruz das celas para que eles tocassem. Em outra penitenciária, uma detenta que revelou que não conseguia a liberdade, logo recebeu liberação depois de tocar no ícone de Nossa Senhora. Onde os símbolos passam eles deixam um rastro de alegria, esperança e de jovialidade."
(G1)
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