Bento XVI celebra hoje 86 anos. O Papa Francisco dedicou-lhe a Missa do dia que celebrou na Capela da Casa de Santa Marta: “Ofereçamos a Missa por ele, para que o Senhor esteja com ele, o conforte e lhe dê muita consolação.”
Como é sabido, o Papa emérito nasceu numa pequena localidade da Baviera, Marktl am Inn, a 16 de abril de 1927. Numa crônica preparada pelo colega Alessandro Gisotti, escutamos uma breve evocação da infância do Papa Bento, num seu interessante depoimento, em resposta a uma criança, no Encontro Mundial das Famílias, em junho do ano passado, em Milão.
Para a minha família era muito importante o domingo, explicou então o Papa Ratzinger, recordando com gosto a sua infância na Baviera, ritmada pelo descanso dominical, que começava já no sábado à noite, quando o pai lia as leituras do Domingo e assim ele, Joseph, e o irmão Georg, entravam já na “liturgia, num clima de júbilo”. “No dia seguinte íamos à missa. Sou de uma terra perto de Salisburgo, portanto tivemos sempre muita música – Mozart, Schubert, Haydn – e quando começava o Kyrie, era como se o céu se abrisse. Depois, em casa, está claro, era importante a refeição, todos juntos."
Para o pequeno Joseph Ratzinger, a música sempre foi uma presença e causa de alegria. Recorda que cantavam muito em família, até porque o irmão, que viria a ser maestro do coro da catedral de Ratisbona, desde jovem criava pequenas composições musicais. Para além da música, outra paixão da família Ratzinger eram as passeios que faziam nas trilhas de montanha, tão abundantes na Baviera. "Estávamos perto de um bosque, e assim caminhar nos bosques era uma coisa muito bonita: aventuras, jogos, etc. Numa palavra, éramos um só coração e uma só alma, com tantas experiências comuns, mesmo em tempos muito difíceis, porque era o tempo da guerra, antes da ditadura, e depois da pobreza".
O Papa Bento XVI ressalta o "amor recíproco" que se vivia na família. Um amor "forte" que dava "alegria também para coisas simples", e assim "se podiam superar e suportar" mesmo as provas mais difíceis: "Parece-me que isto era muito importante: que mesmo coisas pequenas davam alegria, porque assim se exprimia o coração do outro".
E assim, acrescenta, "nós crescemos na certeza de que é bom ser um homem, porque víamos que a bondade de Deus se refletia nos pais e nos irmãos". A sua infância é tão bela que, com um sorriso, Bento XVI imagina que estar no Paraíso é mesmo assim: "Assim, neste contexto de confiança, de alegria e amor, nós éramos felizes e penso que o paraíso deva ser semelhante ao modo como eram as coisas na minha juventude. Neste sentido, espero ir “para casa”, indo para a “outra parte do mundo”.
Fonte (com áudio): www.news.va/pt
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