OS FATOS

Trazer o futuro para o presente

por Luciana Akemi

13/12/2010 - Centro de Recuperação Nutricional (CREN) participa de evento internacional sobre desenvolvimento infantil

"O futuro não existe sem o presente". Uma frase óbvia, mas que não parece ser levada a sério quando se trata da sociedade e de sua interferência na vida da maioria dos seres humanos.
As respostas às brincadeiras, ao aprendizado, aos reflexos de atenção dependem de estímulos desde que as crianças nascem. Mas o caminho não é feito sozinho. Foi o que a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) demonstrou nos dias 9 e 10 de novembro quando promoveu o IV Workshop Internacional de Desenvolvimento Infantil.
A pediatra chilena Matilde Maddaleno, da Organização Pan-Americana de Saúde, explicou que a demonstração de afetividade na fala dos pais, motheress, é fundamental para a formação social dos bebês. Os processos de aprendizagem ocorrem a cada instante da vida, conscientes ou não. Contudo para que os neurônios e todo o corpo funcionem adequadamente é preciso nutri-los integralmente, da alimentação ao amor, foi o que mostrou Gisela Solymos, diretora-geral do CREN (Centro de Recuperação e Educação Nutricional). Ela também explicou a importância das universidades para dar as ferramentas técnicas para o desenvolvimento destes trabalhos e que as crianças mais pobres têm acesso reduzido a estas fontes, passando da atuação reduzida do poder público à exclusão social que se perpetuará na fase adulta, fato também constatado pela coordenadora dos programas para a primeira infância do Banco Mundial Mary Young.
Mas o desenvolvimento integral das crianças depende também do desenvolvimento das parcerias e das redes que ao trocarem experiências e unirem forças em prol de políticas públicas para a primeira infância (0 a 3 anos) influem no presente e também no futuro das próximas gerações. Foi este o aprendizado absorvido pelos mais de 170 profissionais que estavam no evento e que deve ser multiplicado em prol da educação e da saúde dos pequenos e também da nossa. Como está no prefácio de um dos dois livros escritos por Mary Young, traduzidos pela FMCSV, e lançados no workshop: “Nunca é cedo demais para se envolver, mas facilmente pode ser tarde demais”.

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