Ele está percorrendo meia Itália para falar sobre seu livro, lançado há um ano. Encontra milhares de pessoas. E em todo lugar responde perguntas, objeções e dúvidas do seu público, em sua grande maioria, pais e educadores. Este é Franco Nembrini, diretor da escola paritária La Traccia, de Bergamo, onde foi professor durante anos. Quarto de dez filhos, hoje é pai de quatro meninos. Recentemente, em Pádua, a sala onde aconteceu o encontro recebeu mais de 500 pessoas. E, alguns dias depois, eram 700 retomando os temas tratados naquele encontro, números que mostram que o relacionamento com os filhos, a educação, a família, são assuntos dolorosos. E o que e evidencia nesses encontros, segundo Nembrini, é “uma fragilidade difusa, sobretudo entre os jovens casais, que estão desorientados em relação aos filhos. Para eles ser pais significa não deixá-los sofrer, evitar o máximo possível que tenham problemas”. Inclusive nas coisas mais banais do cotidiano, “como a mãe que acompanha o filho até a sala de aula para que ele não precise carregar a mochila”.
Mas “o problema da educação são os adultos, não os filhos. Porque estes últimos fazem apenas seu trabalho, isto é, olham”. E o que veem? Homens e mulheres assustados, amedrontados com a vida e com os adolescentes, que se distanciam dos pais, como é, ao contrário, desejável que aconteça. E a mãe, o que faz? Inscreve-se com um nome falso no Facebook para ‘ter a amizade’ e ouvir do filho aquilo que ele jamais contaria aos pais”. Como dizendo: preciso controlar você porque lá fora o mundo é cruel e feio. Sem entender que “os medos ou as tristezas dos filhos são fruto dos medos e tristezas dos pais. “Pai, me garanta que valeu a pena vir ao mundo”, nos pedem continuamente, e é neste nível que os adultos têm uma incerteza radical.” É o relacionamento entre adultos, portanto, que não se mantém: “Mais do que isso: a pessoa é frágil no seu relacionamento com a realidade, não se tem mais certeza de que a vida tem um significado bom”.
Há também outro aspecto que Nembrini fala cada vez com mais frequência: “Hoje, há uma tendência a olhar os filhos segundo um juízo de valor, que é cada vez mais o das notas escolares”. Isto é: amo você, mas amaria mais se você se empenhasse um pouco mais do que dizem os professores! Você vale tanto quanto tem sucesso nos estudos e, “se parar de estudar, porque entende que não é o seu caminho e decide ser jardineiro, é um derrotado”. Mas isso é tão pesado que esmaga os jovens, e por outro lado, “os filhos são muito sensíveis e se experimentam um olhar amoroso encontram energia também para estudar mais”.
Começou a contagem regressiva para o Encontro Mundial das Famílias: “Será uma grande ocasião”, declara Nembrini. “Estou maravilhado como muitos movimentos, paróquias, escolas, inclusive públicas, estão se mobilizando para responder ao convite do Papa. Nunca vi uma espera tão grande do povo cristão e não cristão. É como se dissessem: Neste momento tão caótico, vamos ver o que o Papa tem a dizer”.
Veja o site oficial do encontro: www.family2012.com
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