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OS FATOS

“Depois de cada missa os fiéis se dizem adeus”

12/06/2012 - Arcebispo maronita de Damasco narra a situação dramática vivida pela igreja da região

Publicamos um fragmento do comunicado de imprensa da “Ajuda à Igreja que Sofre” da Itália, com declarações do arcebispo maronita de Damasco, monsenhor Samir Nassar.

"A Síria está em um beco sem saída. E não há solução no horizonte”. O arcebispo maronita de Damasco, Samir Nassar, descreveu com estas palavras, o momento vivido por seu país. "Passamos onze meses de crise e a violência dobra em intensidade", diz o bispo. A Igreja na Síria está em uma situação "indefesa e oprimida pelas necessidades da comunidade", que vão muito além de seus meios modestos. O apoio psicológico aos cidadãos faz parte do serviço pastoral. Além de atender as necessidades dos refugiados iraquianos aumenta o número de pessoas deslocadas de nacionalidade síria. "Com a retirada de embaixadores árabes e ocidentais”, diz o Bispo Nassar, “obter um visto é praticamente impossível, um pesadelo, especialmente para os iraquianos que foram bloqueados em Damasco".

O moral dos cidadãos é sombrio e o futuro tão incerto que "no final da missa os fiéis se dizem adeus". A desvalorização de 60% da moeda síria reduziu o poder de compra dos cidadãos, o embargo econômico dos shakes alcança principalmente as pessoas comuns: a inflação, a pobreza, altos níveis de desemprego, enquanto a falta de gás, eletricidade e combustível torna o inverno muito mais duro de suportar. Segundo o bispo Nassar: "O que nos dá força são nossos valores evangélicos e as palavras do Santo Padre, que convida constantemente o diálogo e a não violência".

Recentemente, monsenhor Antoine Audo, bispo de Aleppo, e o presidente da Caritas da Síria, convidou a comunidade internacional a incentivar o diálogo entre as diferentes realidades que ali vivem, ao invés de alimentar o espírito de vingança.
"Monsenhor Audo vê o sofrimento de seu povo, disse o arcebispo de Damasco, e busca, como todos nós, uma esperança, um pouco luz nessa noite escura". Em 23 de dezembro, duas bombas explodiram na capital síria. Pouco mais de um mês, em 6 de Janeiro, um suicida se explodiu a apenas 900 metros da arquidiocese, matando 25 pessoas. A missa da Natal reuniu pouco mais de uma dúzia de fiéis e as crianças que frequentam a catequese não excede 20 pessoas. Uma fonte da igreja maronita local, que por razões de segurança prefere manter o anonimato, disse à Ajuda à Igreja que Sofre da Itália que durante a última reunião do conselho de padres até estes se perguntaram se no próximo ano permaneceriam na Síria, enquanto o desemprego dos jovens "alimenta o êxodo de cristãos do Oriente".

(Páginas Digital)

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