A eleição de Mogammed Mursi e da Irmandade Muçulmana provocou temor entre os cristãos no Egito. Os cristãos coptas estão cansados de discursos e querem fatos. O padre Rafic Greiche, porta-voz da Igreja Católica no Egito assinala que a “história da Irmandade Muçulmana e sua relação com os cristãos não é muito brilhante”. Eles vinham apoiando a islamização da vida social, no modo de vestir e no trabalho.
A primeira declaração de Mursi foi no sentido de tranquilizar os cristãos, leigos e mulheres. Mas o padre Greiche prevê um aumento de tensão entre a Irmandade Muçulmana e os militares. "Estamos diante de um impasse. Mursi deve tomar posse diante do Tribunal Constitucional que é controlada pelos militares. Por isso quer que a posse seja diante do parlamento. Mas os militares o dissolveram”.
Mas nem todas as opiniões coincidem. "Considero positiva a vitória de Mohammed Mursi, com a esperança de que agora todos trabalhem em um espírito de cooperação para renovar o país", disse Youhannes Zakaria, católico copta, bispo de Luxor. "Suas primeiras palavras dão tranquilidade - diz o bispo – especialmente quando anuncia que quer ser presidente de todos os egípcios, melhorar a economia e impulsionar o turismo".
Monsenhor Zakaria disse que a economia será um teste decisivo para o país: "Na província de Luxor o mais votado foi Ahmed Shafiq, considerado o candidato mais adequado para tranquilizar os turistas. Durante a campanha eleitoral a Irmandade Muçulmana fez algumas declarações perturbadoras, mas devemos distinguir entre as ações eleitorais e ações concretas a serem tomadas quando se está no governo ".
"No Egito - conclui o Bispo - temos várias questões a serem abordadas. Em primeiro lugar o problema econômico pois o desemprego é muito alto. Em Luxor, com a queda no turismo, quase todo mundo está parado. A sociedade egípcia é tranqüila... mas agora, depois dos discursos, queremos ver os fatos".
(Paginas Digital)
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