Com esta, já são dez as edições do Matching, um compromisso cada vez mais importante para muitas empresas italianas, no qual milhares de empresários se reúnem em um dos pavilhões da feira de Milão. Uma feira com mais de trezentos painéis temáticos para que diferentes experiências empresariais pudessem se encontrar e apresentar suas boas práticas em seus respectivos setores, conhecer possíveis sócios e ampliar seu mercado.
Com tudo isso dividido em quinze áreas temáticas, desde agronegócio a finanças, passando por logística, networking, energia... “Uma grande oportunidade”, como definiu Bernhard Scholz, Presidente da Companhia das Obras (CdO), o grande incentivador deste evento, não só para os empresários, mas também “como contribuição para o crescimento do país”. “O Matching chega num momento em que o mundo da empresa tem um horizonte cheio de nuvens, e nos faz descobrir que existe algo que oferece uma esperança razoável. Isso é visível: Aqui você encontra pessoas que querem entrar no jogo, ouve experiências muito significativas”, nos conta Enrico Biscaglia, diretor geral da CdO, depois de 72 horas de conversas, encontros e caminhadas entre os estandes.
O que você viu esses dias? Qual foi o clima do Matching?
Foi uma experiência muito positiva ver tantos empresários que investiam seu tempo em um evento como este, em um momento no qual o cotidiano é sempre mais angustiante. Participaram mil empresas. Um bom resultado, porque tem permitido isso que chamamos de Intercâmbio “horizontal” entre uma grande variedade de realidades, de empresas que atuam em diferentes setores. Não só isso, também tem ocorrido momentos de encontro e confraternização com grandes líderes do mercado: Ducati, Microsoft, Google, Mercedes, entre muitos outros. O objetivo? Contar como e por que ser pode apostar no mercado. Mas, existe outro aspecto que também emergiu de uma forma clara, e que é um grande impulso. O que se tem visto no Matching é uma companhia operativa, a possibilidade de encontrar pessoas que se colocam ao seu lado, companheiros e empregados, e não de especialistas ou estudiosos, pessoas como você, empenhadas, que trabalham. Coloco um exemplo: os seiscentos relatores do workshop foram pessoas que colocaram em comum suas experiências, indicações, sugestões. A perspectiva é sempre a de um enfoque no qual não se escondem as dificuldades e nos ajuda a olhá-las, para poder agarrar as oportunidades. Na assembleia final do evento, um empreendedor que trabalha no campo de software para administração de empresas contou sua história. Em certo momento se deu conta que o que estava fazendo não respondia totalmente as exigências de seus clientes. Tinha ideias, um projeto. E passou aqui três dias conhecendo outras empresas para encontrar parceiros que poderiam ser mais uteis aos seus clientes.
Parceiro do concorrente. Uma mudança de perspectiva interessante em tempos de crise. Por que aqui não prevalece o "mors tua vita mea"?
É a ideia de que o outro está no mesmo barco e pode ajudá-lo a remar. E se concretiza a criação de empresas que de outra forma não seria possível. Outro exemplo. Colaboramos tem tempo com ICE, a Agência Nacional italiana para a promoção de negócios no exterior. Este ano, eles trouxeram sessenta compradores, entre os quais, uma dezena de poloneses interessados no setor de agronegócio, eles fizeram vários encontros e depois voltar em fevereiro para começar a trabalhar com algumas empresas que conheceram. É um fato surpreendente, pois o normal é que estas pessoas selecionem seus parceiros olhando um catálogo, não tão diretamente envolvidos num relacionamento com seus fornecedores.
Sobre o mercado externo. Nos últimos anos, que ele trabalhou duro na internacionalização, continua a ser uma prioridade para as empresas?
Sobre o tema da internacionalização, a questão não para de crescer. Seja pelo impulso da perda de cotas no mercado interno e a necessidade de encontrar saída em outros mercados, seja pelo potencial que existe. Para o Matching é uma questão importante: não basta que a empresa se mova. Não é suficiente que a empresa se mova, também deve mudar, com novas soluções, novas respostas, novos equipamentos. O Governo pretende dobrar o número de empresas italianas que tem relação com o exterior, mas o problema é acompanhar as empresas neste percurso. Esse é o trabalho que fizemos nestes dias e continuaremos a fazer. No Matching propomos muitas mesas redondas, como por exemplo, as empresas de construção em Marrocos. É possível se conhecer e trocar dicas, sugestões, experiências de sucessos, erros e acertos. Temos a tarefa de sustentá-los na preparação desta aventura fora das próprias fronteiras. Não basta decidir ir e partir. Há um risco e temos visto muitos acabarem derrotados quando não se tem um trabalho prévio.
E a relação com a política e as instituições? O Matching coincide com um momento em que se estão discutindo na Itália aspectos muito importantes: reforma do trabalho, lei de estabilidade...
Estas questões são o terreno onde trabalhamos. Por esta edição passou o ministro de Meio Ambiente, Gian Luca Galletti e de Infraestrutura, Maurizio Lupi. Em particular, "trabalhamos" sobre a reforma das câmaras de comércio. Lidar com estes temas desenvolvendo uma relação direta entre quem tem a responsabilidade de governo e quem trabalha no campo fez mudar certas atitudes. É verdade que existe um ceticismo generalizado, sobre a capacidade do governo de responder. Mas o diálogo que vimos também fala de certo impulso para quem governa e quem trabalha: aos primeiros para entender melhor como ser útil e aos empresários para aproveitarem as oportunidades que existem. Vem-me a mente os projetos de simplificação na construção: se conheciam poucos, mas podem gerar grandes benefícios. Ou, o discurso sobre a política energética: como lidar com ela, em que prazo, como pode-se gerar uma oportunidade.
Como "continuar" esses três dias?
Temos que continuar o trabalho começado. Durante o ano há outros compromissos agendados, de menores dimensões: o Matching contest. Sempre com o objetivo de acompanhar as empresas. Para isso temos também nosso portal, um instrumento para tornar acessível tudo que vivemos aqui, com vídeos e gravações. Não queremos que se percam nada destes três dias.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón