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OS FATOS

Mais fortes e maiores do que a morte

29/05/2017 - O panfleto da comunidade de CL do Reino Unido depois do atentado na cidade inglesa. Entre a consternação e a dor, “olhemos para esta piedade e esta sede, para este desejo infinito de bem, beleza, vida, justiça que todos nós somos”
Manchester, depois do atentado
Manchester, depois do atentado

Na manhã de sexta-feira, a nação inteira acordou em choque ao acompanhar as notícias sobre o atentado de Manchester. Descrença e consternação encheram os nossos corações diante de um ataque contra crianças e jovens.

Descrença. Como é possível conceber um ato tão mau? Como explicar um ataque tão vil contra vidas inocentes, contra esperanças e desejos inocentes, que até poderiam estar reduzidos e confusos, mas ainda assim expressam uma sede de vida humaníssima?

Consternação. Este atentado suscitou em todos nós raiva, medo e uma tristeza indizível, perante um horror que se torna cada vez mais próximo, cada vez mais pessoal. Este não foi um ataque casual, contra uma multidão anônima ou um edifício público, mas um ataque contra o que nós temos de mais caro: nossos filhos.

E ainda assim, juntamente com a descrença e a consternação, todos vimos um profundo sentimento de piedade, em nós e ao nosso redor. Por entre a grande comoção, todos testemunhamos a solidariedade de uma cidade, o afeto de toda uma nação, que de repente se veio a unir. Todos experimentamos em nós, talvez por alguns segundos, uma profunda e real piedade.

Piedade? A “mercadoria mais rara” que se pode encontrar nestes dias! Seres humanos são realmente um grande mistério, se podem ir às lágrimas por seus semelhantes, homens e mulheres, mesmo quando são perfeitos desconhecidos. Outros animais não o fazem. Será que esta piedade não revela a mesma “sede de vida”, a mesma sede de significado que todos reconhecemos, ao menos nestes momentos, como o traço comum de todos nós? Esta sede levanta-se maior e mais forte perante a morte.

O Evangelho relata que uma vez, diante de seu amigo morto, um homem, Jesus Cristo, chorou. Choremos então, sejamos humanos e olhemos para esta piedade e esta sede, para este desejo infinito de bem, beleza, vida, justiça que todos nós somos.

O Evangelho relata que uma vez, a uma mulher em prantos, Cristo disse: “Mulher, não chores!”, antes de ressuscitar o seu filho único.

A ressurreição não é um sonho, é um fato na origem da nossa esperança nestes tempos escuros. Na origem da nossa certeza de que a vida dessas crianças não foi desperdiçada. É o que queremos testemunhar aos nossos amados irmãos homens e mulheres.

Comunhão e Libertação UK

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