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OS PAPAS NA HISTÓRIA

Ponciano – Uma fé mais forte do que as perseguições

por Eugenio Russomanno
13/06/2011 - Continua a série de Passos dedicada a alguns dos mais significativos Papas da história. Neste segundo texto, lançaremos um breve olhar para o Século III onde, entre perseguições e cisões, despontam os nomes de dois grandes mártires
São Ponciano visto<br> por Spinello Aretino.
São Ponciano visto
por Spinello Aretino.

Segundo o Liber Pontificalis, nasceu em Roma, da antiga e nobre família dos Calpumi; segundo o Catálogo Liberiano, foi eleito Papa no dia 21 de julho de 230; segundo São Jerônimo e Rufino, presidiu o Sínodo romano que confirmava a sentença pronunciada contra Orígenes, importante teólogo grego, por Demétrio, bispo de Alexandria. A este Papa devemos o canto dos salmos nas igrejas e a recitação do Confiteor antes da missa; também se deve ao seu período no pontificado o uso definido da fórmula “Dominus vobiscum”.
Durante o seu pontificado a Igreja viveu um período de paz quanto ao que se refere às perseguições, visto que o imperador romano Alexandre Severo (222-235) era manso e tolerante no que se referia à religião. “Mas, exatamente neste parêntese de paz, aconteceu na Igreja de Roma a primeira cisão funesta, que contrapôs ao legítimo pontífice um antipapa, na pessoa de Hipólito [cisma iniciado por Hipólito no período de Calisto I], restituído à unidade e à santidade, graças a um providencial martírio”, escreve Piero Bargellini.
Em 235, Alexandre Severo fora substituído por Maximino, que retomou a política persecutória contra os cristãos. A Igreja tinha, naquele período, dois chefes, o Papa e o antipapa: Maximino mandou prender ambos e condenou-os a trabalhos forçados – ad metalla – na Sardenha, a famigerada “ilha da morte”. Ponciano foi o primeiro Papa a ser deportado. Dado que a deportação era normalmente para toda a vida, Ponciano abdicou (foi o primeiro Papa a fazer isso) presumivelmente a fim de permitir a um sucessor assumir o governo da Igreja o mais brevemente possível. Segundo o Catálogo Liberiano, isto aconteceu no dia 28 de setembro de 235, a primeira data registrada com precisão na história dos Papas.
Na sorte comum, na provação comum, o Papa e o antipapa se reconciliaram: segundo uma epígrafe ditada pelo Papa Damásio, aos seguidores que lhe perguntavam a que pastor deveriam seguir, Hipólito indicou o legítimo Papa como único guia e, “por esta profissão de fé, mereceu ser nosso mártir”. O cisma teve fim.
Segundo o Grande Dicionário Ilustrado dos Papas, de John N. D. Kelly, o corpo de Ponciano e o de Hipólito foram trazidos de volta para Roma pelo Papa Fabiano, e sepultados na cripta papal nas catacumbas de Calisto. O Martirológio Romano, pelo contrário, em acordo com a Depositio Martyrum, traz as seguintes palavras: “13 de agosto, festa dos santos mártires Ponciano, Papa, e Hipólito, sacerdote. Foram deportados juntos para a Sardenha, onde ambos cumpriram pena comum e foram coroados com a coroa do martírio. Ambos foram sepultados em Roma: Hipólito no cemitério da Via Tiburtina, Ponciano no Cemitério de Calisto”. A festa de Ponciano se celebra junto a de Hipólito, no dia 13 de agosto.

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