O pontificado de Sisto II foi brevíssimo, de agosto de 257 a agosto de 258, mas muito intenso e complexo. Antes de qualquer coisa, teve que enfrentar o problema das perseguições anticristãs. August Franzen, na Breve História da Igreja, identifica três fases: um primeiro período até ao ano 100, um segundo do ano 100 ao 250, e um terceiro de 250 a 311. O pontificado de Sisto II, portanto, se insere no início desta terceira fase de perseguição: sob o poder do imperador Valeriano (253-260) foram martirizados, de fato, o próprio Sisto II, os seus diáconos – entre os quais Lourenço – e os seus sacerdotes. “A Igreja ofereceu um exemplo de harmoniosa força interior, como nunca antes havia feito”, observa Franzen.
Valeriano teve uma postura inicial de tolerância, que permitiu a Sisto II se dedicar a recompor uma fratura entre a Igreja de Roma e as igrejas da África setentrional e da Ásia Menor, quanto ao problema dos chamados lapsi: se um cristão herege queria retornar à Igreja, devia ser batizado de novo ou seria suficiente o batismo já recebido? Sisto II sustentou com firmeza o ponto de vista “romano”, segundo o qual o batismo administrado corretamente nos hereges era válido, mas tolerava tranquilamente a coexistência de usos diversos: cada Igreja ou grupo de igrejas poderia resolver a questão a partir das situações específicas e dos acontecimentos. Sisto adotou esta linha de conduta moderada sobretudo devido a seu temperamento pacífico, visto que – como relata o biógrafo de Cipriano de Cartago – era bonus et pacificus sacerdos, “um padre bom e amante da paz”.
Mas era preciso prestar contas com a perseguição de Valeriano. Em agosto de 257, um decreto do imperador proibiu o culto cristão publicou e ordenou aos membros do clero que venerassem, com sacrifícios públicos, os deuses do império. Um segundo edito introduziu a pena de morte para o clero que se recusasse e a destituição, com sequestro de bens para os funcionários imperiais cristãos. E ordenava a execução sumária dos bispos, padres e diáconos cristãos, como também pesadas punições para os cristãos leigos.
Em 6 de agosto de 258, as autoridades romanas surpreenderam Sisto durante uma celebração litúrgica, enquanto pregava ao fiéis, assentado à cátedra episcopal. Decapitaram-no exatamente ali, junto com quatro diáconos que o assistiam. Um século mais tarde, papa Damásio I compôs um epitáfio que descrevia o drama de sua execução. Sisto II se tornou um dos mártires mais venerados da Igreja. A sua festa é celebrada no dia 7 de agosto.
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