Há pessoas que sabem sofrer com o sorriso e que conservam “a alegria da fé” não obstante as provas e as doenças. São estas pessoas que “levam em frente a Igreja com a sua santidade de cada dia”, até se tornarem autênticos pontos de referência “nas nossas paróquias, nas nossas instituições”. Na reflexão do Papa Francisco sobre a “paciência exemplar do povo de Deus”, proposta na segunda-feira 17 de Fevereiro durante a missa na Capela da Casa de Santa Marta, há ecos dos encontros de domingo à tarde com a comunidade paroquial da periferia romana do “Infernetto”.
“Quando vamos às paróquias – disse o Bispo de Roma – encontramos pessoas que sofrem, que têm problemas, que têm um filho deficiente ou doente, mas levam em frente a vida com paciência”. São pessoas que não pedem “um milagre” mas vivem com “a paciência de Deus” lendo “os sinais dos tempos”. E precisamente deste santo povo de Deus “o mundo é indigno” afirmou o Papa citando expressamente o capítulo 11 da Carta aos Hebreus e afirmando que também “desta gente do nosso povo – gente que sofre, que sofre muitas, muitas coisas mas não perde o sorriso da fé, que têm a alegria da fé – podemos dizer que o mundo não é digno dela: é indigno! O espírito do mundo é indigno desta gente!”.
A reflexão do Pontífice sobre o valor da paciência partiu, como é habitual, da liturgia de hoje: os trechos da Carta de Tiago (1, 1-11) e do Evangelho de Marcos (8, 11-13). Quando não há paciência, “esta é uma das tentações: tornar-se caprichosos” como crianças. E outra tentação dos que não têm paciência é a onipotência”, contida na pretensão: “Eu quero imediatamente as coisas!”. Precisamente a isto se refere o Senhor quando os fariseus lhe pedem “um sinal do céu”. Na realidade, frisou o Pontífice, “O que queriam? Queriam um espetáculo, um milagre”. No final de contas, é a mesma tentação que o diabo propõe a Jesus no deserto, pedindo-lhe para fazer “algo – assim todos creem e esta pedra torna-se pão” – ou que se lance do templo para mostrar o seu poder. “A vida cristã – é a sugestão do Papa – deve desenvolver-se sobre esta música da paciência, porque foi precisamente a música dos nossos pais: o povo de Deus”. A música “dos que acreditaram na palavra de Deus, que seguiram o mandamento que o Senhor tinha dado ao nosso pai Abraão: caminha diante de mim e sê irrepreensível!”.
Em seguida, o Bispo de Roma recordou que são tantas as pessoas que sofrem, e são capazes de levar «em frente com paciência a vida. Não pedem um sinal”, como os fariseus, “mas sabem ler os sinais dos tempos”. Assim, “sabem que quando a figueira floresce está para chegar a primavera”. Ao contrário, as pessoas “impacientes” apresentadas no Evangelho “queriam um sinal” mas “não sabiam ler os sinais dos tempos. Por isso não reconheceram Jesus”. Em conclusão o Papa releu o trecho de São Tiago reproposto também no início da homilia. E pediu ao Senhor que conceda “a todos nós a paciência: a paciência jubilosa, a paciência do trabalho, da paz”, doando-nos “a paciência de Deus” e a “paciência do nosso povo fiel que é tão exemplar”.
Fonte: L’Osservatore Romano
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón