“Se quiseres conhecer a ternura de um pai, dirija-se a Deus: experimente e depois me conte!”. Foi o conselho espiritual que o Papa Francisco sugeriu na missa celebrada na manhã de sexta-feira, 28 de março, na capela da Casa de Santa Marta. Por muitos pecados que possamos ter cometido, afirmou o Pontífice, Deus sempre nos espera e está pronto a nos acolher e a festejar conosco e por nós. Porque é um Pai que nunca se cansa de perdoar e não considera se no final o “balanço” é negativo: Deus sabe amar sem medidas.
Esta atitude, explicou o Papa, está bem descrita na primeira leitura da liturgia, tirada do livro do profeta Oseias (14, 2-10). “Só com esta palavra podemos passar tantas horas em oração” afirmou o Pontífice, fazendo notar como “Deus nunca se cansa”, nunca: vemos isto em “tantos séculos” e “com tantas apostasias do povo”. Não obstante, “ele volta sempre, porque o nosso Deus é um Deus que espera”. E assim também “Adão saiu do paraíso com uma pena e também com uma promessa. E o Senhor é fiel à sua promessa porque não pode renegar-se a si mesmo: é fiel!”. E, a propósito, o Papa convidou a contemplar “aquele lindo ícone do pai e do filho pródigo”.
A parábola de Jesus nos faz compreender quem “é o nosso pai: o Deus que nos espera sempre”. Alguém poderia dizer: “Mas, padre, eu tenho tantos pecados, não sei se ele está contente!”. A resposta do Papa é: “Experimente! Se quiser conhecer a ternura deste Pai, vai falar com ele! Depois me contará!”. Porque “o Deus que nos espera é também o Deus que perdoa: o Deus da misericórdia”. E “não se cansa de perdoar; somos nós que nos cansamos de pedir perdão. Mas ele não se cansa: setenta vezes sete! Sempre! Em frente com o perdão!”.
Certamente, prosseguiu o Papa, “do ponto de vista de uma empresa o balanço é negativo, não há dúvida! Ele perde sempre, perde no balanço das coisas. Mas vence no amor porque Ele – podemos dizê-lo – é o primeiro que cumpre o mandamento do amor: ele ama, só sabe amar!”, como recorda o trecho evangélico da liturgia do dia (Marcos 12, 28-34).
É um Deus que nos diz, como se lê no livro de Oseias: “Eu curar-te-ei porque a minha ira se afastou de ti!” Assim fala Deus: “Eu chamo-te para te curar!”. A ponto que, explicou o Pontífice, “os milagres que Jesus fazia com tantos doentes eram também um sinal do grande milagre que todos os dias o Senhor faz conosco, quando temos a coragem de nos erguermos e de irmos ter com ele”.
O Deus que espera e perdoa é também “o Deus que festeja”. Mas não organizando um banquete, como “o do homem rico que tinha à porta o pobre Lázaro. Não, esta festa não lhe agrada!”, afirmou o Santo Padre. Ao contrário Deus prepara “outro banquete, como o pai do filho pródigo”. No texto de Oseias, explicou, Deus nos diz que “também tu florescerás como o lírio”. É a sua promessa: fará festa para ti. A ponto que “os teus rebentos se espalharão, e terás a beleza da oliveira e ao perfume do Líbano”.
O Papa Francisco concluiu a sua meditação reafirmando que “a vida de cada pessoa, de cada homem e mulher que tem a coragem de se aproximar do Senhor, encontrará a alegria da festa de Deus”. Eis então os votos finais: “Que esta palavra nos ajude a pensar no nosso Pai, o Pai que nos espera sempre, que nos perdoa sempre e que festeja quando nós voltamos!”.
Fonte: L’Osservatore Romano
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