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DE SANTA MARTA

A Igreja não é “universidade da religião”

06/05/2014 - O resumo das homilias de Papa Francisco durante as missas matutinas celebradas na capela Domus Sanctae Marthae

Testemunhar Cristo é a essência da Igreja que, caso contrário, acabaria por ser só uma estéril “universidade da religião”, impermeável à ação do Espírito Santo. Afirmou o Papa Francisco na missa celebrada na manhã de terça-feira, 6 de maio, na capela da Casa de Santa Marta.

A meditação sobre a força do testemunho baseou-se no trecho litúrgico dos Atos dos apóstolos (7, 51-88, 1a) no qual se narra o martírio de Estevão, que – explicou o Santo Padre – “é um modelo do martírio de Jesus: os ciúmes dos dirigentes que procuravam excluí-lo, as falsas testemunhas, um julgamento apressado”. Aos seus perseguidores, que não acreditavam, Estevão disse: “Homens de cerviz dura, incircuncisos de corações e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo”.

O Papa Francisco prosseguiu, observando que “ser perseguido, ser mártir, dar a vida por Jesus é uma das bem-aventuranças”. “Jesus não disse aos seus: ‘Pobrezinhos se vos acontece isto’, mas sim: ‘Felizes vós quando vos insultarem e perseguirem e disserem mal contra vós por causa do meu nome. Alegrai-vos!’”.

É evidente que “o demônio não pode suportar a santidade da Igreja sem reagir. E contra Estevão – disse o Pontífice – suscitou no coração daquelas pessoas ódio para perseguir, insultar e falar mal. E assim mataram Estevão, o qual morreu como Jesus, perdoando”.

“Martírio, na tradição da palavra grega, significa testemunho”, explicou o Papa. Assim “podemos dizer que para um cristão a estrada prossegue nas pegadas deste testemunho de Jesus para dar testemunho dele”.

A questão central, frisou o Pontífice, é que o cristianismo não é uma religião só “de ideias, de teologia pura, de estética e mandamentos. Somos um povo que segue Jesus Cristo e dá testemunho, quer dar testemunho de Jesus Cristo. E este testemunho algumas vezes chega a dar a vida”.

Depois, o Papa recordou que “um dos padres da Igreja disse que o sangue dos mártires é semente dos cristãos”. É precisamente o que acontece: “Explode a perseguição, os cristãos dispersam-se e com o seu testemunho pregam a fé”. Porque, observou, “o testemunho é sempre fecundo”.

O Papa Francisco concluiu recordando como dos “dois ícones” propostos pela liturgia – Estevão que morre e os cristãos que dão testemunho no mundo inteiro – surjam para cada um perguntas: “Como é o meu testemunho? Sou um cristão testemunha de Jesus ou um simples membro desta seita? Sou fecundo porque dou testemunho ou permaneço estéril porque não sou capaz de deixar que o Espírito Santo me leve em frente na minha vocação cristã?”.

Fonte: L’Osservatore Romano

 
 

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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