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Passos N.105, Junho 2009

RUBRICA

A História

“Aqueles da tribo de Dom Giussani”

A história deste mês foi contada por Rose Busingye, enfermeira e responsável pelo Meeting Point de Kampala, Uganda, que acolhe mulheres doentes de Aids. Seu testemunho e a carta de sua amiga Alice – uma das mulheres do Meeting Point – foram lidos por padre Carrón nos Exercícios da Fraternidade de CL.

Na quinta-feira depois do terremoto, li o panfleto do Movimento – que tinha sido enviado pela Secretaria, em italiano – para as cem mulheres do Meeting Point de Kireka, bairro de Kampala (onde as mulheres quebram pedras para ganhar algum dinheiro). Em língua acioli, me disseram: “São os nossos, desta vez os nossos foram atingidos. Precisamos fazer alguma coisa”. Perguntaram-me se havia alguma maneira de ajudá-los, de chegar até lá de ônibus. Os jornais contavam que ainda havia pessoas sob os escombros, e elas queriam ir até lá para quebrar o concreto e retirar os corpos. Eu disse a elas que era impossível porque Abruzzo ficava muito longe, e o único meio de transporte era o avião. E elas disseram: “Precisamos fazer algo, porque é nossa gente, pelo menos enviar alguma coisa para mostrar que são do nosso povo, que nos pertencemos”. Uma delas disse: “São pessoas da tribo de Dom Giussani”. Estavam tão tocadas, que quando eu estava indo embora me deram o equivalente a R$ 750,00, uma cifra altíssima para elas. E me disseram para encaminhar o dinheiro depressa, se fosse possível, talvez pagar alguém para ajudar a tirar as pessoas dos escombros.
Naquele dia, não fizemos as atividades – bijuterias, dança, futebol – porque as mulheres queriam saber dos fatos. Conversamos e, quando descobriram que eram italianos, disseram que eram da tribo de Dom Giussani, a mesma que a nossa. Elas se consideram da tribo de Dom Giussani. Ainda estão arrecadando dinheiro. Sempre me perguntam sobre nossos amigos porque não sabem muito bem onde fica Abruzzo, acham que toda a Itália está envolvida no terremoto e, portanto, seus amigos. Agora, querem escrever uma carta. Se posso comentar: é realmente uma comoção, é realmente verdade que a fé tem um método. Quando se está imerso no Mistério não é possível não se dar conta daquilo que existe e comover-se. Essas mulheres me desafiam, a ponto de me comoverem. Elas não se movem porque o Movimento enviou um panfleto ou por causa de uma indicação, elas se comovem, então, se movem. Se o coração está comovido, nos movemos. Rose

Cara Rose, alguém me abriu os olhos e me fez descobrir quem eu sou. Tão preciosa e amada. Posso dizer que somos da tribo de Dom Giussani e do Papa, que nos amaram e seguramente dariam e deram tudo pela nossa vida, foi isto o que aprendemos. Aqueles que estão sofrendo por causa do terremoto, são da nossa tribo, quero enviar o que o meu coração sente e meu amor por eles, minha contribuição é um sinal disto. Você sabe, Rose, que uma pessoa que nunca experimentou o amor não pode entender o que nós sentimos por essas pessoas. Porque o amor é o movimento do coração que ninguém pode explicar. As pessoas que não amam podem responder apenas de maneira mecânica, no entanto, é uma coisa muito grande o fato de que alguém tenha se movido por você e chore com você, como aconteceu conosco. Diga àquelas pessoas, se puder, que nós as amamos e pertencemos a elas. Nós sentimos sua dor porque é algo pelo qual nós já passamos. Que Deus possa estar com elas neste momento de dificuldade, as proteja e as console por parte nossa. Alice

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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