Para acolher os peregrinos, 180 jovens espanhóis cozinharam, lavaram banheiros, serviram as mesas... E se descobriram contentes. O motivo? Aqui está
“E veja que ninguém pediu nada”. Touché. Como se não bastasse ter visto 180 adolescentes correndo para servir 1.200 peregrinos. Levantando-se às 6 horas e indo dormir depois de todo mundo. Limpando os banheiros, cozinhando e empacotando quase quatro mil refeições para o weekend em Cuatro Ventos. Agora, descobrir também que “ninguém pediu nada” me parece demais: “É assim mesmo”, conta Cesar, que dá aulas no Colégio Newman, de Madri, e coordenou o acolhimento ao grupo do Movimento. “Gostaríamos de estar entre os voluntários da JMJ, mas todos os setores já estavam cobertos. Então pensamos: como virão amigos, por que não nos colocarmos a serviço deles?”.
No início de julho, uma centena de colegiais aceita o convite. Nas férias, volta à tona a proposta: “E ali duplicou o número de interessados: impressionados com a beleza desses dias, muitos se inscreveram e também convidaram amigos e parentes”. Dia 15 de agosto, na véspera da chegada dos peregrinos, padre Ignacio Carbajosa lançou um desafio aos que iriam recebê-los: “Esperem um caminho, não um milagre: é preciso entrar no jogo continuamente”, disse. Depois falou da relação de Pedro com Jesus: “Os jovens viram que o ponto-chave não é a coerência: Cristo amou você por primeiro”, conta Cesar. Dois deles, para gravar essas palavras, pregaram um cartaz com elas na parede da cozinha do Colégio, com uma imagem do “sim” de Pedro.
Convidados por um amigo sacerdote, seis menores de idade do cárcere de Madri também deram uma ajuda. E uma delas estava tão feliz que telefonou para a avó, na América do Sul, para contar o que havia vivido, depois de meses de silêncio. “Mas o que aconteceu com você?”, perguntou a avó. Foi a mesma pergunta de Martina, 17 anos, depois de uma semana assim: “Quem nos levou a cortar tomates durante horas, e sob uma temperatura de 40 graus, e mesmo assim estarmos contentes? Foi o Papa quem nos deu a resposta: Cristo”. Como viu Teresa, uma amiga sua: “Diante daquele homem ajoelhado, ficou claro para mim o porquê de todo o nosso trabalho”.
(F.R.)
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