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OS FATOS

Há vinte e cinco anos abraçado por Cristo

26/09/2011 - Padre Alberto, hoje no Equador, fala sobre os fatos e os rostos que o mudaram durante a sua missão. Quem poderia pensar nisso, quando, em 1986, partiu “chateado e com o coração sangrando”...
Padre Alberto.
Padre Alberto.

“Vão andando e chorando ao levar a semente; ao voltar, voltam cantando, trazendo seus feixes”
Salmo 126 (125)

Passaram-se 25 anos. No dia 30 de setembro de 1986 eu estava no aeroporto de Milão triste, cansado, chateado comigo mesmo e com o mundo. Lembro que um amigo havia me presenteado com 600 mil liras (naquela época era a moeda italiana): eu viajava com a companhia aérea Lufthansa e eles me multaram pelo excesso de peso no valor exato de 600 mil liras. Era tudo o que eu tinha... Saí da Itália sem nada e com o coração sangrando pelos meus limites e, sobretudo, pelos meus muitos pecados. Eu me sentia oprimido por tudo isso.
A minha salvação, ao invés, chegou da escuridão daquele dia. Enquanto eu viajava e pensava no futuro, via um muro negro na minha frente, porém, como diz o Salmo 125 – “vão chorando e voltam cantando”. Desde aquele dia, este se tornou o meu Salmo (padre Aldo Trento, com quem eu compartilhei o início da missão no Paraguai, sabe bem isso), e do mesmo modo, ou quase, começou a experiência do Equador muitos anos depois, em 2008.
Quero contar a coisa mais importante que aprendi nesses 25 anos. Como diz Isaías: “O Senhor teve piedade do meu nada”. Eu me dei conta do nada que eu sou, como diz São Paulo: “Não faço o bem que quero. Faço o mal que não quero”, e isso para mim é muito verdadeiro.
Quantas vezes verifiquei nas relações humanas que fiz o mal que não queria e percebi que sou um pobre pecador reincidente que não melhora com os anos, e à medida que o tempo passa, aumentam também os defeitos.
Esta é a triste realidade, porém esta é também a verdadeira salvação, porque o meu orgulho – que é muito grande – teve que se dobrar na frente dos fatos da vida. Assim tive que pedir ajuda aos amigos e ainda hoje, a cada dia eu faço isso. E este pedido ajuda a reconhecer que o Senhor foi grandioso conosco. Por isso estamos contentes.
Foi ajudado de maneira especial por duas grandes figuras, entre as outras: os meus pais, a quem nunca terminarei de agradecer. O exemplo de meu pai, que andava de bicicleta, qualquer que fosse o tempo: lembro-me de um gesto de caridade que ele cumpriu todos os dias até a sua morte, ajudando os anciãos de um asilo. Por outro lado, minha mãe, que aceitou viver sozinha os seus últimos anos para me dar a possibilidade de realizar a minha vocação missionária. E a outra figura é padre Aldo, com quem vivi por dez anos. Aprendi muitas coisas com ele, coisas que determinaram positivamente a minha existência: uma entre todas, a regra de confessar-se todas as semanas, que ajudou e ajuda a minha vida sacerdotal.
Nestes últimos anos, enfrentei a missão no Equador com o desejo de viver o que eu tinha aprendido. Deste modo, a pessoa se encontra com amigos verdadeiros que amam Cristo. O amor a Cristo determina na vida o perdão dos pecados e a busca cotidiana de pessoas para compartilhar os desejos do coração. Obrigado, Senhor, porque “Tu nos fizeste para ti e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti” (Santo Agostinho).
Padre Alberto Bertaccini, Equador

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