CINEMA/VÍDEO

Thor

por Beppe Musicco

03/06/2011 - O deus viking do trovão, Thor, desce para a Terra, onde não tem mais nenhum poder

Certamente agradará às meninas o australiano Chris Hemsworth, protagonista de Thor. Loiro, musculoso, sorriso deslumbrante, Hemsworth passou do intrépido capitão Kirk no Star Trek de J. J. Abrahams, de 2009, a ninguém menos que o Deus do Trovão da mitologia nórdica. Decididamente, o filme dirigido por Kenneth Branagh é diferente dos quadrinhos Marvel, de 1962, nos quais Thor assumia, na Terra, o papel de um médico manco que não tinha consciência de suas qualidades divinas. Talvez devido à passagem pelo teatro shakespeariano do diretor, o filme conserva uma certa teatralidade, que unida aos efeitos especiais e às ambientações redundantes (falamos de Asgard, o Olimpo dos vikings, que está acima da Terra), dá um certo aspecto solene ao filme, que, ao final, é agradável de se ver. Anthony Hopkins interpreta Odin, o pai dos deuses: a barba branca, um olho vendado como um pirata, uma armadura esplendorosa. Odin pensa ceder o cetro do reino de Asgard ao filho Thor. Mas ele é um fanfarrão de caráter impetuoso, e, pouco antes da coroação, decide dar uma lição nos gigantes do reino de gelo de Jotunheim. Isso desencadeia uma guerra que solicitará a intervenção de Odin, e portanto a sua ira contra o filho. Thor é, então, privado do seu martelo mágico Mjolnir e lançado sem nenhum poder à Terra, caindo justamente na frente do jipe de uma surpreendida astrofísica (Natalie Portman). Enquanto isso, seu irmão, Loki, trama destituir Odin do seu trono, e se tornar o único senhor de Asgard.
O Thor de Hemsworth é um ser que, uma vez na Terra, perde muita da sua altivez e se lança na busca por si mesmo, ajudado pela astrofísica e por seus amigos cientistas. Tanto Hopkins quanto Portman estão em muito boa forma, sendo que esta última, particularmente, está fascinante no papel da cientista que se apaixona pelo misterioso loiro desconhecido. Hopkins assume o papel de autoridade real com a sua classe usual, e consegue fazer sombra a todos aqueles que dividem cenas com ele. Tom Hiddlestone é muito veromíssil no papel do traiçoeiro e invejoso Loki, e Stellan Skarsgård, com sua calma, se encaixa na medida certa no papel do maduro e sábio cientista da companhia. Os efeitos especiais são, obviamente, de altíssimo nível: relâmpagos, tempestades, criaturas inimagináveis e pontes de gelo que unem mundos; e felizmente não são vulgarizados pelos efeitos 3D (não se verá um martelo vindo em direção dos espectadores). As passagens de Asgard ao deserto do Novo México (onde se ambientam as cenas terrestres),do mito para a realidade, dão um certo “ritmo” ao filme, que – unido a algumas situações deliberadamente cômicas – dão ao filme aquele sentido de aventura adaptado ao público de qualquer idade. Um conselho: fiquem na sala até ao final dos créditos e irão ver uma antecipação das próximas aventuras de Thor e seus companheiros.

* Extraído do site Sentieri del Cinema. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

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