Vinte e dois anos após o primeiro episódio reabrem-se as portas do parque de diversão mais surpreendente do planeta: Jurassic World é um filme com excepcional impacto, e que é repleto de répteis gigantes do início ao fim. A primeira parte do filme é uma mistura de patas, dentes e escamas: o parque, que em 1993 ainda não tinha sido aberto ao público, agora se torna realidade, e a Ilha Nusbar que o hospeda é um paraíso perdido na Costa Rica, que acolhe todos os dias 20.000 turistas que desejam ardentemente admirar os dinossauros. Junto a eles entramos na jaula do T-Rex, saboreamos na borda da piscina as evoluções do Mesosauro e passeamos no prato com os Brontossauros. A criação destes animais é uma das coisas mais precisas e realistas que a tecnologia atual possa oferecer; a direção de Colin Trevorrow, debutando no grande circuito cinematográfico (mas por trás disto existe sempre aquele réptil de Steven Spielberg), acompanha detalhadamente a reconstrução do parque temático, enfatizando ações e emoções.
A história é puro estilo Anos 90: dois irmãos que escapam dos olhares da tia, gerente do parque; um galã rústico de alma sensível, que domestica os Velociraptors (é Chris Pratt em versão mais séria em relação ao recente Guardiões da Galáxia, mas capaz de dar vida ao personagem com diversas tiradas interessantes); um homem sem escrúpulos que quer submeter estes milagres “mastodônticos” da natureza ao seu projeto.
Como no primeiro episódio, citado frequente e ironicamente, à primeira parte do filme, dedicada ao maravilhamento, segue-se o terror: o ponto central é uma nova raça de dinossauro, realizada em laboratório, um cocktail de diferentes espécies, criada para gerar mais lucro (mesmo que por trás dos objetivos econômicos exista um projeto talvez ainda mais inquietante), que foge ao controle do seu criador. Ação, perseguições, destruição, que fazem crescer gradativamente a tensão: entre a miopia de quem pensa somente ao lucro e não quer destruir uma criatura criada com esse fim e a intervenção de quem quer dominar os Velociraptors, de modo a testá-los como arma de guerra, a caça ao Indominus Rex se complica. Entram em jogo sentimentos, a alma dos répteis gigantes, o conflito entre instinto voraz e afeição, em um final intenso, mas que consegue ser, em alguns momentos, comovente.
Algumas passagens são pouco claras e talvez complicadas, outras são definitivamente forçadas, mas são pecados que podem ser perdoados tranquilamente quando se trata de um filme cheio de adrenalina, tenso, bombástico, que saboreamos à medida que nos abandonamos às emoções que estes enormes e gigantescos filhos da natureza nos presenteiam.
(Texto traduzido do site www.ilsentieredelcinema)
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