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OS FATOS

Como João e André, mas no Caribe

por Giuseppe Zaffaroni
03/02/2011 - Porto Rico. A comunidade da ilha se encontrou com padre Carrón. Quatro dias, entre passeios, encontros e diálogos à beira mar... O relato de quem estava presente e surpreendeu-se mudado
O centro histórico Viejo San Juan, em Porto Rico.
O centro histórico Viejo San Juan, em Porto Rico.

No fundo, que diferença tem entre Jesus que diz a Zaqueu: “Desce logo porque hoje vou ficar na sua casa”, e padre Julián Carrón que diz: “Tudo bem, entre 18 e 21 de janeiro eu estarei em Porto Rico”? Quatro dias conosco, pequena comunidade de CL em uma pequena ilha do Caribe.
E quando Carrón chegou, surpreendeu a todos: um homem simples e livre, que jogou tênis na praia e passeou pelo Viejo San Juan, o centro histórico da cidade. Ele também conversou entre amigos à beira mar. E, ainda, participou de uma conferência diante de 500 pessoas, o momento “de destaque” da sua visita. É isso, estivemos por quatro dias diante de um homem totalmente presente.
Assim, na Pontifícia Universidade Católica de Porto Rico, em Ponce, na manhã do encontro “Realidade, razão, liberdade: as raízes do senso religioso”, muitos, provavelmente despreparados, começaram a procurar freneticamente alguma folha, um pedaço de papel qualquer em que pudessem anotar algumas daquelas palavras tão novas, tão diferentes das habituais: eram humanas, correspondentes ao coração.
Por uma hora reina o silêncio na plateia, todos estão atentos a algo que está acontecendo. Algo que desperta o coração. A feição dos bispos, políticos, sacerdotes, professores, estudantes, profissionais e donas de casa... estavam iluminados. É como se um vento imprevisto tivesse varrido de uma só vez as nuvens negras do já sabido, de um cristianismo rotineiro, triste e sufocante.
A mesma coisa aconteceu à noite, em San Juan, na assembleia de Escola de Comunidade: a impressão é de que tudo é menos complicado do que experimentamos no afã com o qual enfrentamos a vida de cada dia. É simples, como descer de uma árvore ou abrir a porta da própria casa.
Isso nós vimos também depois, no jantar, nas conversas à mesa: uma alegria, uma gratidão que é difícil de ser descrita, mas que é perceptível no ar: são as palavras de alguns cantos porto-riquenhos que explicam aquilo que não se consegue dizer com as próprias.
Tati comenta: “Fala como um de nós, não como um padre. Ver a sua humanidade fez com que se tornasse mais familiar para mim a humanidade de Cristo”. E Carlos, seu marido, ex-diretor latino-americano de uma multinacional, da qual se aposentou recentemente, acrescenta: “Passei a vida toda programando e organizando, sempre projetado para o futuro. Não consigo pensar na minha vida de outra maneira. E, no entanto, agora percebo que vivendo assim perco o melhor. Perco aquilo que acontece no presente”. Genesis, uma estudante de Psicologia, diz: “Aquele homem olha apara as coisas e goza de um modo que eu não conheço. É como se visse algo que eu não vejo: quero ter a mesma liberdade”. E Natalia, outra universitária: “Fico fascinada com a possibilidade de poder fazer a mesma experiência de João e André, que olhando Cristo falar eram finalmente eles mesmos. Aliás, mais si mesmos do que teriam podido se tornar partindo de uma ideia ou um projeto”. E há também Hugo que disse que não tinha vivido nenhuma emoção especial nestes dias, mas depois reconheceu que “no dia seguinte, na sala de aula, eu me surpreendi dizendo e fazendo coisas que eu nunca tinha dito ou feito. Não tinha outra explicação para esta novidade a não ser o encontro com o Carrón”. Aura, entusiasmada, no telefone não consegue conter o grito: “Que bonito, que felicidade que é seguir Jesus”.
“Foi um gesto do Mistério que interpela a minha liberdade”: é a conclusão de José Francisco, que chama a atenção de todos nós para a verdadeira responsabilidade descoberta nestes dias, que não é feita nem de bonitas recordações nem de bons propósitos, mas da contínua “conversão do eu ao acontecimento presente”.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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