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OS FATOS

Criaturas novas

por Isabella Alberto
16/06/2011 - Em Petrópolis, há 5 anos um encontro mudou a vida de Carminha. E, agora, um grupo de mães encontra-se semanalmente para a Escola de Comunidade e começam a viver uma vida nova
O grupo de mães da São Charbel<br> recebe diploma do curso de costura.
O grupo de mães da São Charbel
recebe diploma do curso de costura.

Já faz 24 anos que Carminha ajudou a fundar e dirige a creche comunitária São Charbel, no Morro dos Anjos, em Petrópolis. Em 2005, diante de algumas dificuldades, ela chegou a pensar que não teria forças para continuar o trabalho que fazia com 80 famílias da região. Mas aquela circunstância de desânimo foi a ocasião para um encontro que mudou completamente a sua vida. Ela decidiu procurar o recém-nomeado Bispo diocesano, Dom Filippo Santoro, solicitando ajuda. Foi recebida com grande paternidade. Ele a ouviu e em seguida enviou-lhe um colaborador. Era o padre italiano Stefano Volani, que atuou na comunidade até janeiro de 2009, quando precisou voltar à sua terra natal. Mas a sua partida deixou sementes, pois com a ajuda de padre Stefano teve início, há cinco anos, uma Escola de Comunidade semanal com algumas mães da creche, sempre às quartas-feiras, às 7h15 da manhã. Elas se encontram bem cedo, logo após deixar as crianças na creche. Esses encontros, aos poucos, foram mudando o relacionamento entre as famílias. Uma das mães conta: “A Escola de Comunidade foi uma salvação. Antes, eu não fazia nada com prazer e vivia reclamando. Hoje, a minha vida mudou. Eu encontrava as outras mães e nem falava com elas. Aqui, eu aprendi o valor da amizade”. Outra diz ainda: “Aqui, nós fomos acolhidas. Não é só um lugar que dá estudo e comida para os nossos filhos, mas que nos olha também. E isso eu não encontrei em outro lugar”. Esse grupo tem crescido e elas também são chamadas a compartilhar o que recebem. Por isso, são convidadas a fazer gestos de caritativa visitando os idosos ou doentes da comunidade.
Além dos encontros semanais, Carminha e outros amigos da comunidade do Movimento em Petrópolis realizam encontros de convivência com elas, como visita ao Museu Imperial, pic-nic no parque, passeios diversos. São pequenos gestos para ajudarem-se no gosto pela beleza, como ensina o carisma de Dom Giussani, que elas agora seguem. Recentemente, em um dos encontros da Escola de Comunidade, uma mãe contou a todas, surpreendida consigo mesma, o que havia acontecido dias antes: “Meu companheiro é muito ciumento e começou a brigar comigo porque eu agora visito as outras casas. Falei para ele da nossa amizade, mas ele ‘raciocina muito e observa pouco’, então não acredita. Brigamos feio e eu disse que se era assim que ele pensava, que eu não iria mais ser certa com ele. Fiquei com muita raiva e fui para a cozinha tomar café. De repente, me veio um pensamento: ‘ando certa com ele porque o meu compromisso é com Deus’. Isso me deixou tão em paz que eu fui até ele, humilde, e retirei o que disse”. Vidas mudadas. Um gesto impensável antes, e possível agora.
Para Carminha, “apesar das lutas para conseguir o sustento e manutenção da obra, o encontro com o Movimento nos deu um impulso, revigorando forças através de uma amizade e de uma companhia. A certeza que a obra é d’Ele nos faz esperar e ao mesmo tempo ser mais audaciosos”. Assim, além do atendimento às crianças na creche, nestes últimos anos também tiveram início diversas outras atividades como o reforço escolar, a preparação para a Primeira Comunhão e Crisma. Recentemente também foi construída uma quadra de esportes, patrocinada pelos amigos italianos da Fundação Virgilio Resi e, aos sábados, ali são realizadas atividades desportivas com os adolescentes. E a mais nova aventura da obra São Charbel foi a criação de um grupo de costura. Com a doação de máquinas e o apoio da empresa GE Celma, teve início uma série de cursos de corte, costura e customização. As mães têm sido sérias nessas iniciativas e frequentam diariamente o local. Em tudo, Carminha as acompanha, desmancha os trabalhos mal feitos, corrige e educa. Elas a escutam e seguem. Desejam aprender sempre mais. Por isso, já está em andamento a criação de uma cooperativa de costura para, em breve, elas poderem trabalhar e conseguirem seu sustento com essa atividade.

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